sexta-feira, 4 de maio de 2012

Ironias da vida com sabor agri-doce

Os meus novos patrões moram na mesma rua onde os meus pais moraram durante 14 anos. E moram no último andar do prédio onde a minha chefe da estufa mora. Ela ainda não sonhava que vinha de Berlim para aquela rua e eu já a conhecia de ponta a ponta.

Hoje ouvi umas 10 vezes (sem exagero) da minha nova chefe que estavam completamente begeistert (entusiasmados) comigo (sabe bem ouvir isso, mas tenho medo que me ponham a fasquia muito alta!).

Ao fim do dia, a B. (uma colega que trabalhou comigo na estufa e me disse para procurar trabalho na loja) apareceu por lá para saber como eu estava e fazer algumas compras. Conversa puxa conversa e fiquei a saber que a vaca que foi a grande culpada de eu me ter demitido, foi transferida. Fiquei mesmo muito feliz. Ela não pode mandar tanto na outra estufa e, melhor que tudo, o patrão está lá o tempo todo. E se ela tem medo dele... assim medo de morte mesmo. Estou mesmo feliz.

No entanto, estou cá com uma raiva...

Que ninguém me interprete mal, eu gosto do que estou a fazer!! É, no mínimo, menos cansantivo. E as pessoas (patrões, colegas de trabalho e clientes) têm sido fantásticas comigo.
Mas... eu adorava as minhas flores. O meu chefe disse-me que eu não podia ficar por causa daquela vaca e agora transferem-a?!?! Agora?!? Em plena época alta?!?! Ela deve ter feito algo mesmo jeitoso.
Foi tarde, mas acordaram... Se o tivessem feito mais cedo... eu estaria lá. Hoje teria chegado a casa às 9h da noite (para cúmulo hoje eu vi a minha ex-chefe a chegar do trabalho!, por isso sei a que horas teria chegado a casa), exausta de puxar contentores ou andar a apanhar malmequeres em vasos de 13cm. Se tivessem visto mais cedo, eu não teria estado seis meses desempregada, a enlouquecer em casa. E, acima de tudo, eu não teria sofrido tanto como tenho sofrido com isto tudo...

Eu sei que tenho que olhar em frente, esquecer a estufa e mais não sei o quê, mas foram três anos muito intensos e eu não tenho sangue de barata...

A sério, não há palavras que expliquem o que estou a sentir...

2 comentários:

Ângela Mendes disse...

nada na nossa vida acontece por acaso e apesar de saber o que "sofreste" por deixares a estufa, ainda perceberás o porquê de a vida te ter feito seguir outro caminho... beijinho com saudades!

Luísa disse...

eu 'tou farta de tentar perceber os porquês da minha vida.
umas vezes porque o "porquê" acaba por ser uma frustração, outras porque o "porquê" está quase a chegar e "puff" nova mudança de caminho... mói como o raio... :s