quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

É Natal

Podem dizer que o Natal é tempo de amor, de carinho, da família... isso depende do ponto de vista... e uma coisa é certa, não deixa de ser tempo de consumismo e exibicionismo de muita gente. As luzinhas nas janelas, nas árvores, as renas, os Pais-Natal pendurados nas paredes, que mais parecem que querem assaltar a casa... Em Portugal, muitas câmaras municipais podem ser incluídas neste espalhafato; mesmo que não tenham dinheiro para pagar as dívidas... têm sempre dinheiro para mandar fazer uma iluminação de Natal magestosa, digna de um magnata... Aqui, na cidade onde vivo, dá-se importância a outras coisas e a iluminação de Natal é a mesma há anos. E garanto-vos que não é por ser a mesma há anos que deixa de ser bonita ou os suíços deixam de festejar o Natal com todos os rituais inerentes à época (até os muçulmanos, ou de outras crenças, são contagiados pela festa)...


Ignorando a péssima qualidade da fotografia, aqui ficam algumas fotos da iluminação de Natal em jeito de postal de Natal... Espero que o Pai Natal, o Menino Jesus, ou outra entidade que acreditem, vos traga tudo o que desejam... BOM NATAL!!!


















A Rua Augusta cá do sítio...









































Eles espalharam várias árvores como esta pela cidade toda.


















As iluminações públicas são todas deste jeito, luzes amarelinhas muito simples...















































segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sapatos na pia da loiça...

Os suíços têm uma maneira de ser muito especial... não são efusivos quando vêem o seu melhor amigo, mas são-no quando encontram o animal de estimação; só cumprimentam as pessoas com um aperto de mão, quando cumprimentam; não sorriem muito e por aí além... às vezes nós sentimo-nos desconfortáveis, parece que fizémos alguma coisa errada. No entanto, conseguem mostrar a gratidão e o reconhecimento que têm pelo nosso trabalho de formas muito claras que nos fazem sentir nas nuvens.

Desde que a minha mãe foi operada tenho feito o trabalho dela e tem acontecido de tudo... Algumas das patroas respeitam tanto o trabalho da empregada que arrumam a casa toda antes de saírem para o trabalho... quando chego lá, é só limpar, não tenho que fazer mais nada do que isso. Outras, mal vêem o chão aspirado, já nos ficam gratas e mandam os filhos ficarem muito quietos para podermos limpar o chão com água.

Agora... o que me aconteceu hoje... deixou-me de boca aberta e, ao mesmo tempo, fez-me rir durante um bom bocado. Fui limpar a casa de uma velhota e, quando estava mesmo perto do fim, ela diz-me que tem que sair por uns momentos e aproveita para me perguntar se quero beber um café ou um copo de água.

Mas o incrível veio depois... Quando chegou a casa, na companhia do marido, eu estava a acabar de lavar o chão. Ela não está com meias medidas, descalça-se e manda o marido descalçar-se também. Como o local onde ela tinha os chinelos estava molhado, ela resolveu o assunto de forma rápida e eficaz, foi para a sala de jantar fazer tempo e, pelo caminho, colocou os sapatos na pia de lavar loiça. Sim, isso mesmo, colocou os sapatos no mesmo sítio onde mais tarde iria lavar a loiça do jantar, só porque achava que não devia sujar o que eu tinha acabado de fazer.

Como ela, outras fazem coisas assim, só porque não querem estragar o nosso trabalho. Esta é uma das diferenças, entre a "terra das vacas" e "o jardim à beira mar plantado", que me agrada mais deste lado...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Sim ou não?

Eu devia ter dado outro nome ao meu blog. Em vez de “Na Terra das Vacas” devia ter baptizado este cantinho de “na terra dos referendos”. Isto porque aqui, na democracia mais antiga do mundo, todos os assuntos vão a referendo por mais insignificantes que possam parecer…
Já sabia, pelos cartazes espalhados pela cidade, que iriam ser uns quantos, mas hoje, ao abrir o jornal, percebi que a coisa era ainda mais alargada e complicada do que eu pensava…
Aqui fazem-se referendos a nível nacional, cantonal e local. As pessoas, no mesmo dia dão o seu parecer sobre cinco ou seis temas sem qualquer conflito, sem qualquer confusão e, acima de tudo, sem aquela parafernália de propaganda eleitoral a que os portugueses, infelizmente, estão habituados. Eu imagino como seria um dia de referendoS em Portugal… que susto!!
Mas para perceberem melhor a coisa aqui ficam os referendos deste fim-de-semana:

A nível local:
Venda de medicamentos também por médicos ou só por farmacêuticos? (este foi na minha cidade e na de Zurique e ganharam os farmacêuticos)
Construção de um novo campo de futebol? (em Luzerna)

A nível cantonal:
Regulamentação de lutas de cães (no cantão onde moro)
O plano Lumière, que tem a ver a luz no sítio certo e à hora certa, visando a poupança de energia (no cantão de Lucerna)
Qualquer coisa para a escola (em Basileia)

A nível nacional:
Prescrição dos crimes de pedofilia (o resultado foi positivo, isto é, estes crimes, a partir de agora, não prescrevem)
Qualquer coisa relacionada com os fundos da reforma
Qualquer coisa relacionada com a protecção da Natureza (não sei em quê, mas a Natureza saiu vencedora)
Produção, venda e consumo de canabis (é proibido...)
Revisão da lei do consumo de barbitúricos

E muitos mais ou, como se diz aqui, viele mehr….


Era tanta coisa que eu li alguns artigos muito por cima, acabando por não perceber a função do referendo…

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Neva

Esta imagem não é minha, mas não resisti a tirá-la daqui por ter sido tirada em Zurique e ser tão engraçada.











Foto: Christian Hartmann/Reuters

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Tabuletas

Desde há anos que eu acho muito bonita a forma como se apresentam as lojas na Suíça. Aqui não é muito comum vermos neons, luzinhas a piscar, letreiros a mudar de cor... O que se vê sobre as portas dos estabelecimentos são placas em metal e/ou madeira pintadas, recortadas, marteladas, enfim, trabalhadas de forma original.
Sei que existem, noutros países da Europa, coisas semelhantes, mas eu mostro algumas (poucas) das que tenho visto por terras de Guilherme Tell...


E assim se apresenta:
a padaria e pastelaria de um bairro qualquer...
...o oculista...
...uma ourivesaria na "Baixa" da cidade...
... a loja de brinquedos...
...ou um pequeno restaurante com esplanada.

domingo, 23 de novembro de 2008

(Quase) Todos os nomes...

Uma coisa engraçada que por aqui existe é o facto de ninguém se entender com os nomes dos estrangeiros, principalmente com os dos portugueses e dos brasileiros...

O que conta é o Familie Name, não interessa se temos um ou dois ou três nomes próprios. Podemos assinar com qualquer um deles desde que tenha o bendito do nome de família. Só que para eles o nome de família vem numa posição diferente do nosso.

Se uma pessoa tem, por exemplo, como nome próprio "Manuel", nome da mãe "Rodrigues" e nome do pai "Fonseca" vai chamar-se Manuel Rodrigues Fonseca. Certo? Cá não... Seria só Manuel Fonseca ou então: Manuel Fonseca-Rodrigues (sim, com o hífen).
Pois isto é sempre uma confusão. Às vezes, pensam que eu não sou filha do meu pai porque não tenho o último nome dele, outras vezes, colocam-lhe um sobrenome da minha mãe, porque pensam ser o esse o nome de família e que os documentos do meu pai é que estão errados... Sempre que eu assino qualquer coisa, tenho que ver como é que eles escreveram o meu nome para saber como o escrever. Sim, aqui precisa-se dos outros para se escrever o próprio nome...
E se tentamos explicar... não entendem!!! Acham estranho termos os nomes da mãe e do pai... até parece que eles só são filhos de pai...

Outra coisa engraçada, é a pronúncia dos nomes. O meu nome, o meu lindo nome, já foi pronunciado (e até escrito) de tantas formas que às vezes duvido como se pronuncia realmente.

De Luísa eu já passei para: Luise, Louise, Louisa, Luisá, Luitza, Lisa, Lisá, Lis, Louis, Luis (mas com o s tão sumido que quase não se sente).
Na escrita há menos variantes, mas ainda as há: Luisa, Luise e Louisa.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Queima das fitas ou Frackwoche

Pois é... neste país frio, coberto de neve, também há folia no mundo universitário. Foi na última semana de Outubro que se desenrolou a semana académica. Não foi a recepção ao caloiro, foi mesmo a semana da queima do Technikum (sim, igual ao Técnico de Lisboa).

Em Portugal existe o traje, que a grande maioria do pessoal compra e vai usando ao longo do curso. Cá não existe nenhum traje que se use ao longo do curso, mas aluga-se um para toda a semana "académica". Aluga-se um fraque, no caso deles, e um vestido de "dama antiga", no caso delas.

Em Coimbra, e outras cidades, existe o cortejo, aqui também, mas é ao Sábado... tem uns carros engraçados, conforme sai da cabeça dos engenheiros recém formados.

No fecho do cortejo, lá aparecem uns jovens formados com o livro de curso na mão para vender por 5 francos (cerca de 3 euros).

O que eu acho ainda mais caricato do que o fraque é que todos os moços andam de charuto na mão e quase todos deixam crescer a barba para esta semana. Devem pensar que ficam com um ar de mais velhos... em oposição aos caloiros que têm que fazer a barba numa fonte da cidade (as raparigas têm que fazer a depilação das pernas).

Aqui ficam umas fotos tiradas de um local seguro, onde não me sujeitei a um banho de confetis...



Suíço que se prese tem um copo de cerveja na mão e uma salsicha na outra...

(também se lembraram das crianças e davam rebuçados aos que apareciam...)




















O engenheiro mais engraçado do cortejo. E não é que aquela motita andava mesmo?!?!?






Eu cá acho que esta ponte está mais segura que algumas em Portugal...














O carro mais estranho da festa...














(segunda parte do carro)

Reparem no moço que está em cima do hidráulico... estava divertidíssimo a mandar confetis para todos os lados...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Negligência "paciental"

Pois é, aqui é tudo tão especial que não podemos acusar o médico de ser negligente. Os pacientes é que podem cometer um erro de diagnóstico e/ou prescrição do medicamento!! Passo a explicar...

Na semana passada fui ao médico "queixar-me" de uma coisa e ele perguntou-me o que costumava tomar para esses sintomas (Quê???). Eu lá respondi o que tomava. Ele responde muito calmamente: "Então está bem. Eu receito-lhe a mesma coisa. Quantas caixas quer?" (Quê???) Depois acrascentou: "Quantos comprimidos tomava? Quando? Se calhar pode fazer a mesma terapêutica, mas se quiser também pode tomar 3 ou 4 ou quantos quiser." (O QUÊ????????)

Esta semana voltei lá para pedir uma receita para o meu pai. Ele tinha ido para o hospital e lá deram-lhe os medicamentos para uma semana e disseram-lhe para pedir ao médico de família uma receita. cheguei e disse que no hospital lhe deram 150mg do medicamento A e 50mg do medicamento B. Ele diz para eu aguardar, que volta num instante. Quando volta, traz a receita e o prontuário terapêutico na mão. Diz que temos um problema, porque o medicamento A vem só em doses de 50mg e 100mg e o medicamento B só tem doses de 100mg. Eu não via problema. O médico pergunta-me: " Ele toma metade do comprimido?" (Quê? É para os apanhados? Se só existem essas dosagens, claro que se dividem comprimidos. Qual é o problema?...)

Pelo que tenho visto, aqui é fácil ser dependente de drogas legais (sem ser tabaco e álcool) e fazer coisas ilegais de forma legal. Se os médicos só nos perguntam o que nós queremos para os sintomas em vez de fazer uma análise como deve ser... Basta saber que nome tem o medicamento para problemas de estômago, chegar lá, queixarmo-nos com dores e dizer que aquele medicamento é bom... e já se tem um produto abortivo. Basta saber misturar os medicamentos para a tosse com mais não sei o quê e aí se tem uma bela dose de alucinantes... se correr mal... azar o nosso...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Tudo branco...

No dia 29, eu disse que começou a nevar... a foto mostra como ficou a vista da minha janela no dia 30... até me arrepiei quando vi!!

















A sorte é que as casas e os autocarros são muito quentinhos...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Tal como o José Cid...

eu canto algo do género "cai neve em Seen, faz Sol no meu país, faz-me falta Lisboa para me sentir feliz"....
Hoje começou a nevar aqui, a uma altitude entre os 600m e 800m... não sei bem como irei sobreviver, mas pronto...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Outono (2)
















Mais umas...










Outono...

Não posso dizer que estou muito, muito feliz por aqui estar, mas até me vou safando...
O Outono era uma coisa que nunca tinha visto aqui e confesso que fiquei deliciada.






















Apresento-vos algumas das belezas que por aqui vi...










segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Vendem-se abóboras...

Uma das coisas que mais me impressiona aqui na Suíça é o à-vontade com que as pessoas vivem. Vivem tão à vontade que colocam os seus produtos à venda numa tendinha, mas não ficam lá para receber o dinheiro. Vendem fruta, ovos, legumes, flores... agora, como estamos perto do Halloween, vêem-se muitas abóboras à venda.
Quem quiser vai a essas tendinhas traz o que quer e deixa o dinheiro numa caixa que parece a das esmolas das capelas. Ainda há o modelo do selbstschneiden (corte você mesmo) em que as pessoas vão à horta, cortam as flores que querem, medem o ramo das flores num medidor que eles têm e pagam em função desse tamanho. Incrível, não?

























terça-feira, 16 de setembro de 2008

Em Roma sê romano...

na Suíça alemã... fala alemão...

Pois tendo em conta este adágio criado por mim (no coments!!) acabei por me decidir a fazer um curso de Deutsch als Fremdsprache na ZHAW, que é com quem diz: um curso de alemão numa espécie de Instituto Superior Técnico com departamento de Linguística.
Ontem foi a minha primeira aula, hoje a segunda. Tenho dois professores, um à Segunda e a outra dá aulas à Terça e à Quinta.
Até aqui... nada de especial... o que interessa mesmo é o professor. Para espanto meu, ele até é girinho. Afinal existem suíços giros. Devem é estar nas montanhas, bem escondidos...

Só espero não me distrair nas aulas com o senhor, pois eu não me posso dar ao luxo de pagar 1500 € para depois não aprender nada...

Será que é muito mau se eu me atirar a ele? :p

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Da janela do meu quarto...

Eu vejo a estação do comboio, a paragem do autocarro e o relógio que me guia todos os dias para apanhar o autocarro da linha 2 a horas...






(As fotos são do meu irmão)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Angola, esse grande continente...

Sim, eu sei que Angola não é um continente. Sim, eu sei que é um país. Mas há quem não saiba… o pior de tudo é que são os portugueses a não saber… e, ainda pior do que tudo isso, acabamos por passar todos (portugueses emigrantes e residentes em Portugal) por parvos…
A história é simples!
Num dia, andei a trabalhar com umas portuguesas e três africanos (um da Costa do Marfim e dois da Gâmbia). Pois não é que uma das portuguesas se sai com a ideia magnífica de que todos eram de Angola. Quê??? Se eles só falam alemão com ela, como pode ela pensar isso??? Fiquei tão envergonhada que nem sabia o que dizer ou fazer ou onde me enfiar… Acabei por não dizer nada.
Uns dias depois, ainda na mesma semana, fui trabalhar com um dos moços da Gâmbia e com outras pessoas, uma delas era portuguesa. Pois não é que a croma se virou para o rapaz e lhe disse: “Du Angola.” Que é com quem diz: “Tu vens da Angola.” Aí… saltou-me a tampa e disse-lhe que em Angola se fala português e que se ele não entende uma única palavra de português é porque não é angolano.
É demais para mim… como é que uma pessoa pode ser tão ignorante? Além de ter a obrigação histórica de saber que em Angola se fala português, acho que a ideia de "é negro só pode vir de Angola" tem que desaparecer
Acho que aqui não devia ser na terra das vacas, mas das burras…

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Vacas Loucas?? (2)

Aqui estão mais algumas fotos...
Repare-se, por exemplo, na equipa de seguranças de um dos camiões: os jogadores de futebol americano...
















Vacas Loucas??

Na terra das vacas há de tudo, para tudo e todos... Aqui ficam algumas imagens desse mega evento (como se escreve isto???) que eu adoro: Street Parade










que pernas...








não encontrei velha mais folclórica...
















como aquelas tiras de plástico, que se vêem nos filmes a servir de algemas, podem ser úteis e originais...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Com este blog...

posso apresentar algumas coisas engraçadas, ou não, cá do sítio.
E pode ser que não me sinta tão longe das pessoas que mais quero...