quinta-feira, 28 de julho de 2011

Vou ser egoistisch!

Hoje, durante a pausa, o M. disse-me que às vezes é preciso ser um pouco egoísta.
No momento sorri com as palavras dele, mas depois pensei e... realmente... eu deveria ser um pouco egoísta. Perco muito porque não tenho esta característica a correr-me nas veias...

Assim, como não o faço todos os dias, acho que mereço sê-lo por três ou quatro... vou tentar ignorar o mundo e as necesidades dos outros. Satisfazer só os meus caprichos (que também não são muitos).

Pronto... e é isso... vou até Lx ser egoísta... bom fim-de-semana, boas férias... e até breve.


Baschi, Din Wäg (O teu caminho, em dialecto de Basel)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Quem me dera que fosse cansaço

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...


Alberto Caeiro

Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
E um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Não. Cansaço por quê?
É uma sensação abstrata
Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como...
Como quê?...
Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.
(Ai, cegos que cantam na rua,
Que formidável realejo
Que é a guitarra de um, e a viola do outro, e a voz dela!)
Porque oiço, vejo.
Confesso: é cansaço!...


Álvaro de Campos

Eu sei o que sempre disse e aqui estou eu a citar Pessoa (eu aceito que possa mudar de ideias quanto a ele, mas... essas dos heterónimos... vamos lá com calma!! Por isso eu cito Pessoa e ninguém mais.).

terça-feira, 26 de julho de 2011

Deviam ser presos!!

Dura inquietação d'alma e da vida,
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios:
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo dina de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana!


A que novos desastres determinas
De levar estes reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos, e de minas
D'ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? que histórias?
Que triunfos, que palmas, que vitórias?

Gente que não sabe viver em sociedade devia ser proibida de viver em sociedade. Desculpem se choco alguém, mas... santa paciência... com essa criminalidade toda ninguém sabe quando está seguro...

E para cúmulo vem essa canalhada bruta praticar a bela arte de lidar um carro. Mas quem foi o asno que se lembrou de tourear carros?!?! Morreu um puto de 17 anos. E não consigo estar chocada com a morte dele. Penso na dor da família, mas não penso na perda de uma vida jovem. Quando li a notícia num jornal online qualquer havia quatro comentários. Todos estavam a apontar na mesma direcção.
Um dizia que era de lamentar os estragos no carro. Outro dizia que, se lhe acontecer uma dessas, não abranda. Outro dizia que com 17 anos já se tem idade para se ter juízo e saber o que se faz. E o outro dizia que com 17 anos andava atrás de rabos de saias.
Realmente... eu não sou velha, mas... sinto-me cada vez mais antiquada. Com 17 anos eu interessava-me por gajoooos e mais gajooos e farras e baldar-me às aulas para gastar o dinheiro do almoço nas máquinas de jogos e beber às escondidas e mais gajos e fumar às escondidas e ver filmes românticos e cantar músicas altamente desafinada (sou do piorio!!) com uma letra que não tem nada a ver e infernizar a vida das freiras e reivindicar o direito de sair da eescola à hora de almoço e querer salvar o mundo de tudo e de nada e jogar à bola com o pessoal da rua e espatifar-me a andar de patins e ler romances de chacha até altas horas e mais não sei o quê...

Hoje... hoje... não há nada na cabeça desta gente. Ou só sou eu que acho isso?!?

(Auto)avaliação



Eu gostei deste filme. Acho que aqui até foi bem feito produzirem-no. É que a a tal agência amaricana precisava de umas pauladas.

O fecho do vídeo está quase perfeito. Estes são tempos extraordinários para pessoas extraordinárias fazerem coisas extraodinárias. MAS será que os Tugas da Silva conseguem mesmo fazer o manguito a esta gente?!? Será que é possível fazer com que este seja o nosso tempo?
Eu acho que é possível que seja o tempo para a excelência. Mas (again!!) só se nós não dissermos que nada mais nos interessa.
Claro que esta gente das agências são pagas para falar caro e bonito a favor de uns e contra outros. A Tugolândia é o elo mais frasco... leva por tabela, adeus! E nós fazemos filmes bué da fixes a dizer coisas muita cool, mas... mexer realmente as mãos... 'tá quieto!

Parece-me que nos devemos interessar por tudo. Por mudar a nossa imagem perante o Mundo, mas também perante nós mesmos. Mas (eu sou uma moça de muitas adversativas!!) para isso... há trabalho a fazer. É como um gordo que não gosta de se ver ao espelho. Não adianta esconder o espelho. O que ele deve fazer é uma bela de uma dieta e umas belas de umas corridas para queimar a banha. E, lentamente, já se sabe!, ir mudando a imagem. Tanto para si, como para a brasa do 5.º esquerdo que é boa como o milho, mas que se desvia dele sempre que se cruzam no hall de entrada. No fim de ele ficar todo janota, ela até fica a pensar se será um novo vizinho.

Agora o que interessa é que olhemos para nós mesmos e nos avaliemos à séria e depois de vermos os nossos pontos fortes e fracos... trabalhar, trabalhar e trabalhar!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Semana 30

Häufig schlägt der Ratsuchende das Buch eines Dichters auf, der von ganz anderen Dingen schreibt, und es springt ihm doch eine Stelle ins Auge, die wunderbar auf sein Problem zutrifft.

Muitas vezes, aquele que procura um conselho embate no livro de um autor que escreve sobre outra coisa bem diferente e salta-lhe à vista que se adequa perfeitamente ao seu problema.
Aurelius Augustinus

Queridinha

Coisa é a palavra mais portuguesa que existe. Para tudo serve a palavra coisa.

Foi uma das muitas coisas que aprendi com uma grande senhora. Se eu gostava de literatura, ainda mais fiquei a gostar. Estudei com o maior dos prazeres com ela e foi com choque que ouvi a minha mãe dizer-me poucos minutos depois de eu chegar a casa: A Maria Lúcia Lepecki morreu.
Era adorável como ela nos tratava por queridas/os e queridinhas/os. Que descanse em paz a minha querida.

sábado, 23 de julho de 2011

The world is a vampire


The Smashing Pumpkins - Bullet with Butterfly... par EMI_Music
Bullet with butterfly wings, Smashing Pumpkins

Quatro minutos

Isto foi a minha hora de almoço ontem. Chovia torrencialmente. A chuva a cair no plástico da estufa deixava-nos surdos. Vim para a rua. Sentei-me no chão num sítio onde não chegava a água e apreciei o momento. Era quase uma tempestade, mas não deixava de ter a sua beleza.













De repente (aqui é tudo repentes), abrandou e ficou assim... são só quatro minutos de diferença!!!!














Tempo suíço...
O que me chateia mesmo é que andei a comprar calções para o trabalho e... ando de calças, porque está frio...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Dá-me pena e medo!

Com o tempo, as caras das pessoas tornam-se conhecidas. Principalmente se forem caras que se destacam muito, tanto pela positiva, como pela negativa (ainda mais por esta).
Aqui perto de mim, mora um casal de malucos. Não falo metaforicamente. Eles andam sempre juntos, com um aspecto alucinado. Ela muito maquilhada e com os olhos esbugalhados e um olhar parado sem qualquer vida. Ele é magrinho, arrasta os pés e lá vai... lado a lado com ela. Não sei se são doentes mentais, se são fruto do consumo de drogas e do respectivo tratamento (aqui trata-se o consumo de drogas com outras drogas, ainda que prescritas pelo médico, são sempre drogas!) ou sei lá o quê. Só sei que só de olharmos para eles já temos pena.

Eles saíram agora do comboio e devem ir para casa. Mas estão numa alta discussão aqui na rua. Pararam no passeio, ela grita e ele responde mas muito mais baixo. Não percebo nada porque eles falam dialecto, mas vê-se que ela está simplesmente furiosa!
Ele caminha por cima da relva ensopada. Nenhum tem abrigo para a chuva que cai sem parar...

Ao olhar para eles (eu fui à janela cer que barulhão era aquele, porque era mesmo muito estranho...) só pude pensar o quanto eles dão pena, o quanto nos deixam impotentes perante uma situação assim. E, ao mesmo tempo, pensei no medo de um dia poder vir a ficar assim. Uma louca que não sente a chuva que cai e que arragala os olhos para não ver o mundo...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Há sempre um fio condutor

Olhando para a rua, parece que estamos em meados de Outubro. Chove e chove e chove. Ontem nevou no cantão Graubünden (o nome em português é horribilis!!). Julho e neva?!?!?!? Nããããão!!!

Estes senhores são quatro irmãos de Scharans (nome bonito, não?!?) que fica no cantão Graubünden.

Na música em questão, eles acreditam que se pode andar por cima da chuva.

Há ou não há um fio condutor?!?!

Durmam bem!


Up in the sky, 77 Bombay Street

terça-feira, 19 de julho de 2011

Fragen



What is love, Haddway

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mean

O meu dia foi uma m**** quase a 100%. Andei deprimida o dia todo (isto de ter vacas racistas a estragarem-nos a vida... dá cabo de qualquer um!!!!!).
Mas para o fim consegui levantar um pouco o astral. Além de ter estado uma hora a falar com o meu chefe e a chorar baba e ranho, coisa que me lavou um pouco a alma porque despejei tudo, o M. resolveu gozar comigo porque eu estava a resmungar comigo própria (não pensem que eu só resmungo com os outros, eu também resmungo comigo quando faço asneiras).
Supostamente quando gozam connosco nós não gostamos, mas com o M. é ao contrário, deve ser por ele não ser alemão... Como o E. (o meu chefe) fala português eu disse a fazer beicinho a fingir oh! ele é mau! e começámos a gozar, eu e o chefe.
O M., como é óbvio, estava à nora (não sou só eu com o bávaro dele!!). No fim de ele desistir de querer saber o que eu estava a dizer, lá lhe traduzi o que estava a dizer, em inglês (eu esqueço-me sempre de como se diz 'mau' em alemão). Ele sorriu como um puto maroto e eu consegui em um minuto animar-me o suficiente para acabar o dia de trabalho sem ficar louca...

Não sei se o vosso dia foi bom (espero bem que sim), mas se não foi... aqui fica o meu carinho e umas flores para dar cor e alegria a possíveis tristezas.
São as canna indicum. A amarela é um primor, não acham??
E são as coisas... estavam no mesmo ventil (secção que leva água, sei lá como se chamará em português) e eu aproveitei a deixa para fotografar, só que a otária... não se lembrou de ler o nome na etiqueta... como não gosto delas... dá nisto... :p

Semana 29

Die echten Schriftsteller sind Gewissensbisse der Menschheit. Ludwig Feuerbach

Os verdadeiros escritores são remorsos da humanidade.

domingo, 17 de julho de 2011

Heimat

Zuhause ist dort, wo man sich wohlfühlt. Das kann überall aud der Welt sein.
Es ist aber auch schön, wenn es einen Ort gibt, an den man immer wieder zurückkeheren kann.

Lar é onde nos sentimos bem. Isso pode ser em qualquer parte do mundo.
Mas também é bom quando existe um lugar para o qual nós podemos regressar.

tempestade em terra

Ou me engano muito ou está quase a cair uma tromba de água daquelas que até nos molha alma.
Aqui começa por ficar tudo muito calmo, os pássaros mal se ouvem, parece que os carros também pressentem e até eles ficam com o som mais abafado. Depois começa a levantar-se um vento muito devagar para, de repente, se transformar numa ventania louca. Fica assim durante um bocado, silêncioso e violento, e depois estala a chuva. Cai durante uns minutos forte como se todas as torneiras do céu estivessem abertas. Depois abranda e fica um chuva certa, consistente (nada de chuva molha tolos) durante... aí já depende, pode ir de uns minutos a um dia inteiro. Espero que hoje seja aprimeira opção. É Domingo, não me apetece ir para a rua de chapéu de chuva!!

Desejos de boa metereologia!

Ideias fixes

Parece que o texto já tem uns dias, mas eu só o li agora. (Os vermelhos são meus.)

«Nos últimos anos, quando a conversa chegava à educação eu tinha sempre a mesma resposta: "o meu ministro da educação é Nuno Crato" . Razão? O livro que está aqui à direita, que é uma espécie de sistematização das ideias certeiras de Crato para a educação. Que ideias são essas? De forma clara, Crato defende uma revolução pedagógica e cultural, criticando - sem piedade - o eduquês reinante. Crato quer exigência, e não facilitismo. No fundo, Crato acaba por defender que os desejos do aluno não devem ser o centro da escola. O centro da escola deve ser, isso sim, o conhecimento transmitido pelo professor. Porque a escola não é um recreio, não é um passatempo, e os professores não são babysitters. Porque os adolescentes não vão ser sempre adolescentes. Porque é preciso preparar esses jovens para a vida adulta, para a cidadania e para o mundo do trabalho.

Portanto, mais do que o - esperado - trabalho técnico de reorganização das escolas e demais blá blá burocrático do ministério, espera-se de Nuno Crato uma mudança cultural de fundo. E esta mudança cultural começa em casa, com os pais. É por isso que digo que este livro devia ser lido pelos pais antes de ser lido pelos professores. Em Portugal, o problema da escola não se resolve enquanto os pais não forem exigentes com os filhos. Tal como defende Crato,

"O que precisamos é de perceber que a autoridade dos pais deve ser exercida não criticando os professores por serem exigentes, mas ajudando os professores a serem exigentes. É raríssimo um pai entrar numa escola por o aluno ter boas notas. Em contrapartida, aparecem muito frequentemente pais a queixar-se das fracas notas dos filhos, sem estarem preocupados com saber se eles de facto sabem ou não sabem o correspondente às notas".

Este é o grande problema da nossa escola. Mas, apesar de ser da escola, este problema começa em casa. Se uma criança é ensinada no facilitismo pelos próprios pais, como é que um estranho - o professor - pode pedir exigência à dita criança? É impossível. Tudo o resto (avaliação dos professores, as direcções regionais, os exames nacionais, etc.) está situado a jusante desta questão central: os pais portugueses querem ser pais exigentes ou amiguinhos complacentes dos filhos? Se conseguir impor esta discussão cultural à sociedade portuguesa, o consulado de Nuno Crato ficará na história da 5 de Outubro.»
Henrique Raposo, Nuno Crato: o problema da escola começa em casa, in Expresso

sexta-feira, 15 de julho de 2011

É fodido!

O primeiro passo era aprender como deve ser o francês. Já tinha passado por tantas e tantas situações onde se sentira impotente perante uma língua que não dominava. Longe do meu coração, Júlio Magalhães

A C. é uma portuguesa acabada de chegar à estufa. No primeiro dia dela, eu olhei para ela e vi-me ao espelho, há dois anos e meio atrás. Caída de para-quedas num sítio desconhecido, com gente a falar uma língua desconhecida, com trabalho desconhecido. No início, tal como ela está, eu andava à nora, como o meu patrão me disse há coisa de um ano: vieste para aqui com os olhos arregalados, a tentar captar tudo o que podias. Mas acrescentou: Hoje já não abres assim os olhos.

É!!! Para isso eu gastei muuuuito dinheiro (dava para pagar um bom carro em Portugal) na faculdade. Queimei as pestanas à hora de almoço. E continuo a carregar o dicionário (pesa mais de meio quilo) para toda a parte, nem que seja para tomar café com colegas.

Ao ver a C. à minha frente, a chorar com o facto de não entender a minha chefe, eu a fazer de tradutora... dói tanto!! Ninguém sabe o que custa ter que provar que somos bons no que fazemos, no que dizemos... em tudo...
Ou provamos que valemos a pena ou somos jogados fora. E se no nosso país dói... garanto, dói mais no país dos outros. Principalmente se nem sabemos o suficiente para mandar alguém à merda. Não se ganha nada com o palavrão, é certo!, mas desabafa-se. No entanto, se não soubermos dizer Scheisse... adianta de pouco, eles ainda se riem de nós porque não temos sequer capacidade para ofender uma pessoa.


Mudámos de século, não temos que ir a salto, já não há bidonville às portas de Paris, mas... [É] uma imagem triste esta, de sermos obrigados a sair do país que nos viu nascer mas que não [dá] condições ao seu povo para, pelo menos, comer. id.

Já doeu quando tivemos que deixar o nosso país. Eu falo dos que, como eu, tentaram por todo o lado e nada... Não falo de bolseiros, de estudantes, de estagiários, de aventureiros... Porque mesmo não sendo fácil (eu sei que a partida e a adaptação custam sempre)... é muito pior se somos empurrados pelas circuntâncias da vida...

Depois dói quando temos que arregalar os olhos. Custa tanto estarmos em frente ao médico a dizer que nos dói uma merda qualquer e ele não nos entende... às vezes lá acerta com o diagnóstico... Custa quando temos que viajar de comboio, mas depois vemos que vamos na direcção errada, mas não sabemos onde sair para trocar de linha, nem sabemos como pedir ajuda. Qual Jacinto que perdeu a bagagem a caminho de Tormes!!

Depois dói quando temos que provar o quanto valemos. Ou melhor provar o que eles sabem que nós valemos. Porque se nos primeiros tempos eu tinha que provar o meu valor, nos dias que correm eu não deveria provar o que valho na estufa. E tem dias... em que tudo o que eu faça, por muuuuuuito bem feito que esteja.... é questionado.

E depois tentamos defender-nos, mas as palavras que aprendemos no dicionário não saem como deviam sair, não conseguimos sequer mandar ninguém a lado nenhum ou mandar fazer o que se deve fazer entre quatro paredes.

Custa muito ser europeia e estar na Europa, ser de raça caucasiana e viver com outros caucasianos, trabalhar mais do que os meus semelhantes e ganhar menos do que eles.
Mas digo-vos... custa mais quando uma vaca qualquer (e não falo das de quatro patas) nos tenta fazer passar por estúpidos, simplesmente porque não se domina a língua. Das ist ein Missverstandnis! Uma merda que é um mal-entendido. É que os racistas e xenófobos costumam ser burros que nem portas e não sabem que o que se diz não é importante, mas sim como se diz...

Sempre respeitei os outros. Tive colegas de quarto da Guiné e de Cabo Verde. Uma das minhas melhores amigas bem como a minha afilhada são de angola. Em Lisboa convivi com brasileiras a viver há muitos anos em Portugal e indianas acabadas de chegar da Índia, com sobrenomes portugueses, mas que mal sabiam dizer bom dia. Convivo com homens e mulheres de diferentes países, religiões, ideias políticos. Nunca tive problemas... até este ano.

E agora tem doído mais. Posso ser que que estou mais sensível, mas também pode ser aquela vaca que está a fazer mais pressão... não sei... só sei que dói muito o facto de ainda haver barreiras e preconceitos que são inquebráveis. id.

Recomendo a leitura do livro do jornalista. Como disse lá em cima, já não há bidonville, nem se vai a salto, mas o frio dos Pirinéus que o Joaquim sentiu sente-se todos os dias um pouco por todo o lado, mesmo que estejam 50º à sombra.

A música, essa estava agora a dar na rádio. Soube-me bem. Anestesiou-me um pouco!

Right here, right now, Fatboy Slim

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Santa ignorância!!

Quando me mudei para Fátima, ainda não tinha 12 anos e não percebia ponta de música (não é que perceba muito mais, mas...). Na primeira aula de inglês a professora perguntou qual era o nosso cantor favorito. Por sorte houve uma rapariga a responder antes de mim. Ala disse que eram o Bon Jovi. Eu não tinha noção do que era aquilo, mas lembrava-me de uma colega da escola da minha terra ter uns recortes de revista colados nos cadernos e esse nome também lá andava... À falta de melhor ideia, disse que também eram eles.
Já não pensava nisso há... bem há uns anos, melhor não os contar!! E veio-me agora à cabeça porque eles estão neste momento a dar um concerto em Zurique e na rádio não se pára de falar neles nem de se ouvir vezes sem conta os seus êxitos. E eu, só hoje, é que descobri que esta música também é deles. Só hoje?!?! Uma banda que é quase da minha idade?!? Um êxito que foi criado antes de mim... Que vergonha!!!

Bons sonhos!



Runawaz, Bon Jovi

quarta-feira, 13 de julho de 2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

É o meu herói!!

Eu passo a vida a reclamar que não se pode com o calor na estufa. Que não é justo os homens andarem sem t-shirt e as mulheres não. Que era muito porreiro se pudéssemos, ao menos, andar de calções curtinhos. Por causa dos assédios, não podemos andar com mini-calções. Até parece...
Primeiro, porque as mulheres, se quiserem, mesmo nuas, podem dar-se ao respeito e não serem assediadas. Segundo... como diria a S.... nós temos olhos na cara e também não nos metemos com o M., mesmo sendo ele todo jeitoso (e não é que é mesmo!!!!!!!!).
Quer dizer que... está mal.... Que nós devíamos poder ser mais livres... Só que... enquanto eu não tiver uma ideia de génio como este miúdo de 12 anos... terei que me sujeitar a calções de tamanho decente (seja lá o que isso for), ficar com o bronze às riscas, apanhar banhos de suor constantemente!!!
E, pior que tudo isso!!!!, ter que ver os outros todos, que não são nada jeitosos (cada um à sua maneira), a andarem de tronco nu!!! :S

















Às vezes, a vida é tramada!!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Semana 28

Lesen ist für den Geist, was Gymnastic für den Körper ist. Joseph Addison

Ler está para o espírito como a ginástica está para o corpo.

sábado, 9 de julho de 2011

Covers

Enquanto colocava as fotos por aqui, ouvi a música original. No entanto, do MJ acho que gosto mais das covers do que dos originais... Já ouviram a versão reggae de Earth Song, apresentada pelos Moonraisers?!?! Também está muuuito cool!!

Vou ouvir a música natural da chuva a cair. Boa noite! ;)


Alien Ant Farm, Smooth Criminal

Também não temos

E aqui ficam as úlimas imagens de cor numa noite de tempestade (até que sabe bem estar em casa a ouvir a chuva e os relâmpagos!!).


Ora bem, já não temos:

- portulac (são engraçadas, mas são muito frágeis...);

- a coisa mais nojenta que poderia haver: petúnia express (niguém me sabe dizer porque é express), na variedade não-sei-das-quantas-velvet. Na realidade, a planta é um roxo muuuuito escuro com amarelo, mas a uma certa distância (um metro chega) parece preto... podem imaginar a beleza da coisa!!!

- as gazania "cheias". Davam-me uma dor de cabeça... sempre que tínhamos que ir buscar amarelo, a coisa dava erro. É que amarelo para eles era o amarelo claro (esquerdo) e o amarelo escuro (da direita) era orange. Por duas ou três vezes que eu trouxe a coisa errada. Lindo... com o transporte à espera... e toca a correr para compor a asneira!!!!!!! No entanto, nunca reclamaram comigo nem com niguém que fez asneiras. É que as plantas foram mal baptizadas e nós não tínhamos culpa!!! E... ainda havia a versão castanha (nem comento os gostos desta gente!!!)

- os brincos de princesa. Para bem ser, a produção de fuchsia (o nome por que são conhecidos por estas bandas e que deu origem ao nome da cor) é nas outras estufas. Mas, quando as plantas, por algum motivo parvo, são devolvidas à procedência, e estando em condições de se levar para casa, nós temos direito a levar tudo para casa. Eu trouxe um vermelho, mas preferi tirar fotos a este branquinho. O M. mal sabe que usei a planta que ele pôs de parte muito rapidamente para modelo... ih ih ih!!!!


A última foto precisa de umas quantas explicações e é só para não estar num post à parte.

Primeiro, apesar do chefão passar o tempo todo a dizer que a venda de orquídeas não compensa, continuamos a comprar orquídeas à Holanda e a revender por cá. Não sei como se processa a coisa, porque estas plantas estão sempre nas outras estufas...

Segundo, a venda destas flores é quase exclusiva para um único cliente. Mas é um cliente picuínhas.... passa o tempo a devolver as plantas... depois nós impingimos as mesmas plantas a outro cliente e coisa vende bem... pois é!! estranho!! eu também não entendo e passo a vida a dizer que odeio este cliente... :D:D:D

Terceiro, com estas devoluções regulares, ganhamos nós ao levarmos as plantas para casa. Só em orquídeas, eu devo ter cá em casa entre 500 e 600 euros... Quando os contentores chegam, nós damos uma volta, retiramos o que queremos e levamos para o cacifo ou assim.

E foi isso que originou esta foto. Alguém levou a orquídea para o balneário, uma colega queria limpar então resolveu a coisa muito bem... tal e qual como podem ver na foto!! :D












Não temos:

a edelweiss (sabiam que a planta tem origem no Oriente?!? Qualquer dia tenho que falar dos símbolos suíços que na realidade não são suíços!!);
um acidente a plantar petúnias (alguma misturada, que fez este efeito magnífico no chão, mas que não afectou em nada a expedição, era só procurar o vaso certo);
as verónicas (estou quase a ser tia emprestada de uma Verónica!!);
os últimos (por um triz que não fazia a foto) cravos brasileiros, aqui conhecidos como Bartnelken, ou em latim dianthus barbatus (sim, os dois nomes têm a ver com barba!);
e os outros "coisos"... já passou tanto tempo que prontoSSSS... varreu-se-me da ideia... :s






Ainda temos

Ando preguiçosa e muito cansada. Temos trabalhado uma média de 10 horas por dia, de segunda a sexta, coisa que é rara para os finais de Junho e princípios de Julho. Isso quer dizer que, com raras excepções, a planta está a sair bem, que estamos a vender bem e que a maior parte das plantas que eu mostro por aqui já não existe para amostra sequer. Do post anterior, só temos meia dúzia de pés de salvia.
Deste post temos algumas gerberas, que por aqui se diz: guérbera (horribilis!!), e a versão vermelha dos "coisos roxos e cor-de-rosa" (se eu vos disser a branca que me deu... não me vem à cabeça o nome da planta que lembra um bocado a digitalis, mas que não é...).

A beleza da imundice

Se certas pessoas vissem as minhas mãos neste preciso momento, iriam ficar muuuito enojadas. Já não posso andar com as luvas, o calor é demasiado, então estão encardidas da seiva das plantas à mistura com terra e pó. Mas eu tenho um orgulho enorme delas. São elas que me dão de comer todos os dias!!!
Mas falando de sujidade, eu tenho uma foto (com muito custo consegui a foto e a autorização para a publicar) mais elucidativa da coisa. Já tem um tempinho, porque já não temos malmequeres para vender há coisa de um mês, mas aqui vemos a Su. toda porca com o pólen dos margaridas.

No entanto, nenhum de nós se envergonha por sair assim do trabalho e, mais do que tudo, ficamos felizes (apesar de toda a sujidade e todo o stress) quando vemos coisas giras como as fotos que vêm logo a seguir...
a salvia (uma das muitas da mesma família e cheira mal como o raio);
depois a coisa mais engraçada do ano, eu chamo-lhe rúcula-com-flor-com-nome-de-medicamento, que na verdade se chama isotoma, na variedade de deep blue;
e, por fim, temos o selenum que lembra a stardust, não sei se é da mesma família, se me lembrar (ando esquecida ultimamente), ainda pergunto ao M., porque a S. não sabe....




sexta-feira, 8 de julho de 2011

A tentar dormir
















O único inconveniente de se morar em frente a uma estação de comboios sente-se quando a canalhada está de férias de Verão.
Há sempre um 'pintas' mais velho, com carro, que acaba por estacionar no parque da estação com a música em altos berros. Uma pessoa quer gozar o seu descanso merecido e... tem vontade de pegar num vaso e atirá-lo a alguém...
Já noutras épocas do ano... podemos ter a janela escancarada que o bus (que por acaso tem os cabos da electricidade presos ao meu prédio) e o comboio são muuuuuuuuito toleráveis!



Desejo-vos um bom fim-de-semana, sem canalhada a atormentar! ;)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Oldies


Aimee Mann, Save Me

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A minha língua favorita

Ir a Portugal mata-me aos poucos...
Ontem aterrei em Zurique e, mal comecei a ouvir alemão suíço, vi que me nascia uma alma nova, ainda que não pesque nada do que esta gente diz em dialecto!!! Tenho umas coisas para escrever por aqui, mas hoje não vou além deste post...
Deixo uma foto feita durante o voo que fiz de Genebra para Zurique. E uma música em alemão suíço que hoje, à hora de almoço, me deixou deveras feliz (sei lá porquê... não era a primeira vez que a ouvia). Apesar de não saber do que trata... o título é adequado à situação: bilhete só de ida. (Billet einfach- alemão; Billet eifach-alemão suíço)





Billet eifach, Baschi

Semana 27

Die Bücher entzünden uns, wenn das Glück uns lacht, sie trösten uns, wenn das Ungemach uns zu quälen beginnt. Karl Julius Weber

Os livros acendem-nos (dão-nos energia), quando a sorte se ri de nós, confortam-nos, quando a desventura nos começa a torturar.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Vou ao Porto e já venho!

As duas colegas de quarto que tive no tempo em que estudei em Lisboa resolveram casar-se... as duas no mesmo ano... uma casa-se amanhã, a outra em Setembro. Para o de amanhã comprei duas fatiotas, porque a primeira deixou de me servir (não interessa saber porquê), logo tive que comprar novos sapatos, nova carteira, até a porra do verniz não combinava!!!!!! No entanto, o que eu mais quero é que sejam felizes e apesar desta confusão toda (e gastos extra, não vamos cá ser dissimulados... incomoda-me comprar roupa para depois não usar), eu também estu feliz por elas. E esta música não me sai da cabeça... bom fim-de-semana!!!

Casamento, Diabo na Cruz