terça-feira, 26 de agosto de 2014

Milho ou copo?

O Buraco (o nome dele, foneticamente, é muito semelhante a isso) é um puto de 20/21 anos que anda a trabalhar na loja. É um calão como eu não via há muitos anos. Há dias havia muito trabalho e eu pedi-lhe que me fosse buscar uma coisa enquanto esperava que o batido ficasse pronto e ele disse-me que não. Mas pronto... estou a entrar no meu último mês naquela coisa... nem me quero chatear muito!!

No entanto a estupidez do Buraco é mesmo muito grande e eu farto-me de rir à custa dele.

Há já muito tempo que reparei que naquela loja toda a gente pergunta em inglês: corn or cup?, para perguntar: cone ou copo/taça?
Eu andei com dúvidas e depois fui ao dicionário ver. Não, corn não é uma forma de dizer cone ou corneto. É mesmo só cereal. E como os cornetos não são feitos de milho, nem sequer uma metonímia pode ser...

Entretanto na Sexta passada, com a raiva de ele me ter negado ajuda, andei a gozar com ele e com o facto de ele (e quase toda a gente [chefe incluída]) não saber dizer uma palavra tão simples como cone!!

Passado um bocado ouvi-o, uma vez mais, a dizer disparate. O cliente virou-se: Cone, it's a cone. Try again. Cone. O otário não chegou lá. Era demasiado longe para chegar lá!!!!!
Eu entrei na cozinha às gargalhadas e contei a anedota ao resto do pessoal. Como ninguém acha piada ao facto de ele recusar ajuda... também se divertiram com a cena!

Pronto... a raiva que eu sentia por ele dissipou-se dando lugar à "quase-pena" que me deu ouvi-lo ser enxovalhado e, mesmo assim, não ter percebido a coisa. É trise!


Se repente veio-me à cabeça: será que a minha chefe diz corn a pensar nos KoRn? É que ela é das metaleiras. Oh yeah!!!!!!!

domingo, 24 de agosto de 2014

E quem é que é o loiro mesmo?!?!?

Ontem fui ao cinema. Pela primeira vez fui ver um filme nesta terra!!! Há semanas que via o cartaz no cinema à frente do qual passo todos os dias, mas não lhe ligava muito. Quando peguei na revista é que me apercebei que The way he looks é o longa com o nome Hoje quero voltar sozinho feito a partir da curta Eu não quero voltar sozinho. E quando vi que estava em Ov (abreviatura para Original Version, que é versão original...) nem hesitei!
Ao ir àquele cinema percebi umas quantas coisas de logística. Mas isso fica para outro momento. O que eu quero mesmo contar é o que se passou com uns brasileiros!

Como comprei o bilhete às últimas, acabei por ficar no lugar quatro da fila 2 (cada fila só tem seis lugar, a sala só tem sete filas!). Entrei e deixei-me estar a apreciar o momento da minha estreia! Logo a seguir, uma mulher pede-me para passar para o lugar 6 da minha fila. Pelo sotaque percebi que era de terras de Vera Cruz. Levantei-me para a deixar passar e não disse nada.  Antes disso, ela já tinha feito a figura triste de bater contra o banco do lugar 6, pois não se tinha apercebido que não havia corredor, mas sim uma parede.... (e, sim, as luzes ainda estavam acesas!).
Pouco depois uma mulher jovem loura acompanhada por outra com traços orientais sentaram-se no lugar 5 e 6 da fila 1.
Por fim, chegam dois homens brasileiros, amigos da outra que já estava sentada. Sentam-se no lugar 3 e 4 da fila 1. Entre o três comentam que a mulher tinha comprado bem os bilhetes, que a tal loura e a tal oriental é que estavam mal sentadas, mas que não iam dizer nada. Quando a brasileira disse, que juro que comprei estes lugares aqui (5 e 6 da fila 1, 6 da fila 2) e eu vi que havia ali um lugar vazio entre nós a duas, pensei para comigo: não terão sido esses os números, mas na fila 2 e 3?!?

Um dos bichonas (eram gays ao mais alto nível) começou a gozar por estarem rodeados de mulheres e o outro começou a criticar as mulheres do lugar 5 e 6. Ah. Que é que vocês querem? Uma é loura, a outra é japonesa. Eu estive para intervir e dizer: não acha que isso é preconceito?!?!? Mas... sinceramente! Estava demasiado excitada com o facto de estar no cinema) para me chatear com eles.

No entanto, não precisei de muito tempo para os ver morder a língua. Chegam as pessoas do lugar 3 e 4 da fila 1. Reclamam os lugares a que têm direito. As bichonas tentam reclamar com as mulheres ao lado delas. Resultado: meu pensamento estava correcto e aqueles três palhaço estavam todos mal sentados. A gaja saltou para a fila 3 e as bichonas para o meu lado, na fila 2.

A sério!!! É triste estar a gozar com a loura e com a japonesa (sabe-se lá se a mulher algum dia foi ao Oriente!) como se isso fosse sinónimo de burrice e no final quem era analfabeto eram mesmo aqueles três!!!


 
Belle & Sebastian, There's too much love

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

E por falar em iluminada...

Luzia: O Equador é tem uma temperatura de 24 graus todo o ano. É o país perfeito para se viver.
Eu: O Equador?!? (deve ter alturas de bastante frio bem como de calor pegajoso)
Ela: Ah, não. É a Etiópia.

Eu calei-me. É que realmente...São países fáceis de confundir...

Mas pronto... agora já não vou ouvir mais pérolas destas. Porque a iluminação da loja finalmente bazou dali para fora. Além de se recusar a fazer certos serviços, ela, uma vez mais, declarou-se doente a semana passada.

Acho que a atrasada da chefe começou a abrir os olhos...

Eu sou uma iluminada...

Das duas uma, ou a minha mãe fez a filha mais inteligente do mundo, ou eu estou rodeada por gente muito estúpida! Eu gosto muito de me gabar, mas também sei ser justa, por isso... acho que é mesmo a segunda hipótese.

Há uma código de vestuário lá na gelataria que ninguém respeita. Usa-se a t-shirt do trabalho, calças pretas (nossas) e uns sapatos fechados pretos (nossos), quem está a vender gelados em take-away também tem que usar um avental da empresa e remata-se com um crachá.

O crachá, que quase ninguém usa, é na sua grande maioria impessoal. Diz que estamos em formação. O A. usou-o no último dia que trabalhou lá! Eu simplesmente acho a cena tão ridícula que enfiei o meu no porta-moedas e se alguém me perguntar por ele faço-me de esquecida. Não tem lógica que eu comece a usar um crachá daquele género quando os clientes já me conhecem. No entanto, há moças que só começaram há dias e não usam nem crachá nem avental.

O que realmente me irrita é o calçado. Eu perguntei à croma se podia comprar uns ténis com sola branca. Eu não tinha ténis pretos e já que ia comprar que fosse alguma coisa decente. Mas como só havia de sola branca... acabei por comprar uns ténis bem mais reles (as palmilhas descolaram-se pouco depois, por exemplo). E de que me adiantou isso?!??! Nada! Pois sou eu a única que tenho ténis completamente pretos, toda a gente anda com os sapatos que quer. Até solas amarelas por lá vi! O que me dá uma certa raiva, porque, uma vez mais, eu sou a enteada na história...

Hoje começaram a falar dos ténis de uma e começaram a reparar que eram todos de uma determinada marca. O Z. virou-se a perguntar se os meus também eram dessa marca e eu disse que não, embora o meu desejo tivesse sido esse, mas como estava a respeitar o código... era outra marca. Entretanto ele resolveu gabar os dele. Eu disse-lhe: pois! mas os teus ténis são cinzentos. E ele começa, mas sabes se os colocarmos à sombra eles ficam pretos. (os ténis são cinzentos mas parecem que têm uma camada reflectora quem na ausência de luz directa ficam logo mais escuros). Eu já tinha ouvido esse comentário várias vezes e estava farta dele, porque mesmo com sombra continua a ser injusto que eu tenha que usar uns sapatos menos confortáveis para respeitar uma regra que nem o sub-chefe respeita! Então calei-o com um conhecimento básico de Física: sem luz, até o branco fica preto.

Ele primeiro embatucou, depois teve que admitir que eu tinha razão, mas as outras ficaram a olhar com cara de quem está a ouvir isso pela primeira vez.

Eu nunca chumbei a Físico-Química porque o professor era um querido para mim. Mas tirando saber distinguir uma solução homogénea de uma solução heterogénea... não me lembro de nada que tenha aprendido nas aulas. Agora esta regra básica da Física... basta apagar a luz quando me deito e... já aprendi...

Realmente, iluminada mesmo! No bom sentido, claro!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Kohärenz

A minha chefe é vegana. E a iluminada da Luzia também. Acho que é por isso que se dão tão bem. Acho também que o facto de não comerem carne é que as torna insuportáveis.
Mas como qualquer fundamentalista eu apanho-as em tentação e contradição com regularidade... oq eu me dá um certo gozo. (sou tão mazinha!)

A Luzia é vegana, mas passa a avida a petiscar gelado, crepes, cornetos, waffles, chocolate foundant, milkshakes (eu uso a palavra em inglês porque também há os sorbetshakes, feitos com água com gás e eu quero a palavra milk em cena). Ou seja... leite, ovos, manteiga. Ou seja... proteína animal. Ou seja... em tudo contrário à alimentação vegana.
Há dias passei-me e perguntei-lhe se não era vegana. Oh pá... ou bem que é ou bem que não é! Agora anda a falar mal da comida e comê-la logo a seguir, chegando ao cúmulo de tirar do prato dos outros...

Por vezes, pergunto-me por que raio é ela (pseudo-)vegana, pois eu só conheço dois motivos válidos e ela não cumpre nenhum: saúde ou defesa dos animais. Ela fuma, logo... a parte da saúde... esfuma-se. Ela toma medicamentos de farmacêuticas convencionais, logo... a defesa de animais vai com os porcos também, pois toda a gente sabe que antes de um comprimido nos chegar à boca já muito rato, cão, coelho ou um macaco os experimentou primeiro.

No entanto, além daquele episódio nunca entrei em questões com ela. É uma garota altamente carente (apesar do desprezo que lhe dou ela pensa que eu gosto dela e eu não sei o que fazer com isso!) e com uns ideias meios estranhos, mas... que se lixe!!! estou ali de passagem.

Só que quem realmente me deixou  realmente espantada (sim, há dois realmente na frase) foi a minha chefe com um andamento sinistro na Sexta.

Eu tinha a tarefa de preparar os pratos (paneleirices que encarecem [ainda mais] uma bola de gelado).
Uma das encomenda era o clown. Uma bola de gelado de baunilha, uma de morango, uns riscos no prato a fazerem a boca do palhaço, frutas para as bochechas e nariz e um corneto para o chapéu. Eu despachei a coisa e ate fui eu que fui à mesa levar. Ninguém reclamou. Só passado um bocado é que a minha colega me veio dizer que os gelados estavam mal. Depois de refazer o clown preparei-me para deitar o primeiro fora. Pois as pupilas (uns pingos de chocolate líquido) já tinha sido retiradas e notavam-se várias marcas de colher nas duas bolas de gelado.

A minha chefe vira-se para mim e diz-me: anda, vamos comer. Fosga-se! É o quê?!?!? Além de ser uma vegana a querer comer gelado... que já me baralha os neurónios... CA NOJA!!! Comer gelado que os clientes já andaram a babar?!?!?  
Uma coisa é levar um gelado em corneto e ser em taça e vir inteirinho para a cozinha. Aí come-se porque é uma tristeza deitar fora. Agora... mexido por clientes?!?!? Até por colegas me consegue fazer alguma impressão...

Ou seja!!!! Coerência (Kohärenz) e higiene é o que não há naquelas cabeças, bocas e outras partes corporais... brrrr!

Mas eu ando a ser filmada como o Truman?!?!?! Se ando... não acham que já está na altura de me mandarem o barco e um gajo giro?!??!

domingo, 3 de agosto de 2014

Fim-de-semana

Isto tem andado mais do que encrencado por estas bandas. Muito que fazer, uma meteorologia que só provoca cansaço e sono...
Mas hoje vou partilhar os acontecimentos do fim-de-semana, que por estas bandas foi alargado.

Na Quinta fui até ao Rheinfall (queda do Reno, a cascata imponente na foto 1) ver o fogo de artifício. Há anos que andava para lá ir e só agora consegui. É um espectáculo de pirotecnia que vale as voltas de carro que até implicaram passar pela Alemanha (para se chegar melhor ao estacionamento).

 Primeiro instalei-me à beira da água de onde dava para ver tudo de camarote...

 Mas dentro do rio, como estes batéis, também há-de ter tido a sua piada. Depois... ah! oh! aaaaah! ooooooooh!
 Na segunda foto fiz questão de descentrar o foto. Assim é possível ver a água da cascata iluminda.
 Esta foto é mesmo só porque nunca tinha visto fogo assim. Já tinha visto semelhante, mas não tão colorido...


Na Sexta, a Suíça fez 723 anos e por isso era feriado. Eu trabalhei, mas no fim de um dia de locos ainda vi o fogo de artificio à beira do lago de Zurique. Era o fogo lançado pelos civis, pois a câmara não investiu em pirotecnia. Não sei se por causa de Sábado (já lá vou), se por causa de cortes orçamentais, se por outro motivo qualquer. Mas a Google aplicou-se e num desenho muito naïve, apresentou alguns dos símbolos suíços. A servelat (uma salsinha que todos os suíços adoram comer [acho que há salsichas bem melhores do que esta por estas bandas, mas fazer o quê?!?!]), a bisnaga da mostarda para acompanhar a salsicha, o S. Bernardo, a Heidi, o Appenzeller (homem de Appenzell), o fogo que representa as fogueiras que se fazem um pouco por todo o lado no dia um de Agosto à noite e ainda o "pão do agricultor" (a bola amarela com a bandeira suíça). Este pão pode ser comprado por esta altura nos supermercados, tem uma bandeira espetada e uma parte do valor serve para apoiar os agricultores suíços (aqui ainda se sabe que a batata vem da agricultura e não do turismo ou da indústria!).


Ontem foi dia de Street Parade. Costuma ser no segundo Sábado de Agosto, mas como para a semana começam os Europeus de Atletismo a coisa teve que ser mudada. E talvez por isso não tenha havido fogo de artifício na véspera. Muitas coisas para organizar... alguma tem que ficar para trás.



O dia começou cedo... ATB para abrir as hostes. Uma hora de boa música e muita interacção com o público. Já o público a interagir com ele... isso é outra coisa. Ainda só estavam a aquecer! Mas o facto de estarem no aquecimento não quer dizer que não houvesse gente já  amostrar a sua arte de bem vestir: um saco do supermercado cortado serve para os ombros e os restos para os calções. E na cabeça um plástico de protecção de objectos frágeis!


Achei piada aos varredores de rua, vá, pelo menos fizeram-me lembrar este vídeo... Também achei interessante esta mesa de DJ, só me pergunto como conseguiam estar com aquelas roupas debaixo daquele calor infernal!


Mas havia gente mesmo mal... desesperados por beijos e abraços (outro cartaz que andava ali perto). Muitos festejam a Street Parade na rua, mas há os privilegiados que festejam nos barcos, nas varandas e terraços. Aqueles ali em cima... uau!

Mas pronto... o meu dia acabou já debaixo de chuva, depois de ter visto uma vez mais o senhor Paul van Dyk. Como sempre, maravilhoso!  Para o ano há mais! :)

 
Por fim, o dia de hoje... nada de especial a destacar a não ser a chuva que voltou. Mas como isso já não é novidade nem cá, nem na Tugolândia... vou para a cama... :)