sexta-feira, 30 de setembro de 2011

where are my lights?



Coldplay, Fix You

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pois sim

E de repente lembrei-me que me podem argumentar contra o post anterior dizendo que há crise. Sim, há crise, mas isso não justifica a ganância. Além disso, porque é que não trabalham como gente que deve ser?? Uma pessoa tenta dar o sustento aos outros e acabam por o perder...

Dou um exemplo muito prático:
Como eu e os meus pais estamos por aqui, a casa em Portugal é só usada pelo meu irmão, que faz uma manutenção, mas não sabe limpar as coisas a fundo. Significa que a maior parte dos compartimentos ganha pó o ano inteiro, as janelas... pedem pano quando lá chegamos e por aí fora. Como eu e a minha mãe já trabalhamos o ano inteiro a limpar, decidimos que se era para ir de férias... não era para passarmos o tempo todo a limpar. Fazer alguma coisa de útil para a sociedade, sim, mas... não exagerando...

Contratámos uma empresa de limpeza. O homem fartou-se de cagar postas de pescada... tinha tirado três cursos na Alemanha, tinha sido chefe de uma firma de limpeza por lá... eu não gostei de tanta cagança, mas... não havia laternativa. Quando cheguei a casa, ao fim do dia de trabalho deles, fiquei em choque quando soube que a cozinha estava oficialmente limpa e que eles não viriam no dia seguinte acabar o serviço (foi a ideia com que fiquei quando entrei em casa). Disse logo à minha mãe que jamais se chamaria aquela cambada. (Devo dizer que a culpa é do patrão que obrigou as mulheres a trabalhar a correr. O miserável nem luvas dá às empregadas... onde é que anda a ASAE nestas horas??????).

Queimadas da empresa, decidimos ir para o particular. Recomendaram uma senhora lá da terra... combinei que ela iria acabar de limpar a cozinha e juro que andei à procura de falhas no trabalho dela. Encontrei duas. Coisa muito pouca e facéis de entender... a senhora é baixa e via mal para aqueles dois cantinhos...

Satisfeitas com o serviço fomos mantendo, mas...da última vez que eu estive de férias... não me convenceu a 100%. Pensei que era eu, por defeito de profissão, a ser demasiado perfeccionista. Mas a minha mãe esteve agora de férias em Portugal e veio de lá passada... a senhora acha-se bem e... começou a desleixar o serviço completamente. Eu não confessei a minha opinião, mas fui muito clara: ela não entra nunca mais em nossa casa. Isso significa que vou ter que continuar a procurar gente decente, mas... pagar acima da média (ela tinha feito um preço, mas achámos que era pouco...) para depois ver que nos tentam enfiar o barrete... raus!!!

Com gente assim... que não se esforça um pouquinho... caramba... a minha mãe arranjou os melhores panos e acessórios de limpeza aqui e levou-os para a Tugolândia, dá as luvas (que a mulher não quer usar), dá os produtos (também de qualidade), ainda dá o lanche e a mulher deixa tudo mal feito?!?!

Vão-me dizer que é a crise?!?! Só se for de valores. Não têm vergonha de enganar o próximo....

Já não há respeito

Na Sexta passada, ficámos todos pior que estragados lá na estufa. Deram ordens para empacotarmos uma planta para um cliente. O vaso levava etiqueta, levava saco e depois era colocado no suporte. Eram precisos cerca de 120 suportes de 7 plantas. Estavam cerca de 90 prontos. Façam as contas e já se vê quantas plantas estavam prontas a sair... Depois da pausa da tarde, quando pensávamos que íamos sair às 5h, a Su. recebeu um telefonema a cancelar tudo. Isso significou: tirar as plantas dos suportes e dos sacos (as etiquetas podem ser utilizadas mais tarde, mas as plantas, por motivos óbvios, não podem ficar nos sacos durante muito tempo); e significou arranjar outra planta para a substituição (por sorte só em sacos, sem etiquetas!). Eu fiquei verde... só saímos bem perto das 6h... e o M., fulo da vida, ainda andou a rematar as coisas no Sábado...
Ontem, na mesa da sala de refeições, estava uma caixa enorme com diferentes tipos de bolos. A pergunta da praxe é: Quem faz anos?. Mas ontem não havia aniversariante. Era um pedido de desculpas da firma pela falha que houve com as flores de Sexta.
Hoje, bem cedo, apareceu uma estranha ao serviço, acompanhada por um miúdo com uns três anos e com uma caixa cheia de coisas boas: pãezinhos, croissants, compotas, presunto e disse que queria falar com o chefe. Aqui a palhaça de serviço começou a gozar, a dizer que era o puto que ia experimentar o trabalho e as coisas boas eram para o suborno... Na pausa, o chefe explicou: uns vizinhos pediram para usar a electricidade da firma para uma festa e os miminhos eram uma forma de agradecimento. Eles devem ter gasto 1 franco (menos de um euro) em electricidade, mas na caixa estariam bem à vontade 50 francos...

No fim, pus-me a pensar nisto tudo e na grande reportagem (ou lá como se chama) da RTP. A jornalista mostrava-nos como é fácil viver à custa dos outros, roubando metal de todo o tipo e de todos os sítios possíveis e imaginários. Chocou-me saber que a cerca de 2000 km de distância (na imensidão do Planeta Terra isto não é nada) uns gastam uma fortuna para agradecer uma coisa de nada ou para pedir desculpas por um erro que pode passar a qualquer um e outros... até o descanso dos mortos interrompem, para roubarem os crucifixos das campas.

Se isto tudo não for uma questão de respeito... não sei do que se trata...

loOoOoOoving yoooou


William White "Can't Stop Loving You" par bRu7-eXeC

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

No, i don't understand



Marlon Roudette, New Age

Papunias, aletria e algo novo para 2012

A minha mãe está toda contente porque sabe dizer woman (ela nunca estudou ingçês). Isso mesmo, se o outro é o special one, tu és a special woman., dizia-me ela na Segunda, quando cheguei a casa a contar como tinha pedido um aumento e um contrato a 100% na estufa.

E é... às vezes até que sou uma special woman. Sou boa no trabalho que faço, dou-me muito bem com 99,999999999999% dos meus colegas e ainda consigo fazê-los rir com as minhas parvoíces.

Ontem parecia uma tontinha a comer aletria e a explicar ao M. o que era. E no fim de ele dizer que é estranho mas é bom, disse-lhe a fazer beicinho que claro que só podia ser bom, se é uma coisa portuguesa e sem fruta (eu não vou à bola com a maior parte da doçaria com fruta). Tooonta... mas que fazer?!?! Eu adoro aletria...

Hoje pus tudo a olhar para mim quando disse que a nova qualidade de plantas era muito gira. O M. até arregalou os olhos, o chefe, normalmente comedido, ria-se feito tonto porque eu disse que as papúnias eram giras. Na realidade, não existe nada disso. O que se passou foi que alguém encontrou um vaso com uma papoila e uma petúnia e eu atirei esta para o ar, completando com a etiqueta.

E tudo isto porquê?
Por nada demais... sinto-me feliz por ter lata (mas segurança também) para "afrontar" o patrão com pedidos. Sinto-me feliz com pequenas coisas como comer aletria e poder partilhá-la com os meus colegas de trabalho, ainda que lhes pareça estranho comer massa doce.

E por tudo demais... venho pedir que torçam para que o meu patrão aceite as minhas "exigências". É que se ele não aceitar (ele é agarrado... e apesar de eu ter valor... pode dar-lhe para a sumitiquice), tenho que ir à procura de algo mais a nível financeiro... Mas se ele aceitar... eu fico mais tempo com o M., a Su., a G., os meus crocodilos, os meus sapos, os meus dias de 13 horas, as minhas cores, os meus cheiros, as minhas flores.

É que a realidade é muito simples: eu adoro as minhas papúnias...














Legenda: novo para 2012: papúnia!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Semana 39

Bücher sind bessere Freunde als Menschen; denn sie reden nur, wenn wir wollen, und schweigen, wenn wir anderes vorhaben. Sie geben immer und fordern nie.

Os livros são melhores amigos do que as pessoas; pois eles só falam quando nós queremos e ficam calados quando nós temos outras coisas para fazer. Eles dão sempre e nunca pedem nada.

Baron Münchhausen

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Semana 38

Ein wirklich gutes Buch sollte man dreimal lesen: In der Jugend, in reifen Jahren und im Alter - so wie man ein schönes Bauwerk im Morgenlicht, zur Mittagszeit und bei Mondschein gesehen haben soll.

Um livro verdadeiramente bom deve ser lido três vezes: na juventude, na idade adulta, na velhice - tal como uma bela construção deve ser vista à luz da manhã, ao meio-dia e ao luar.

Autor desconhecido (não tem link :p)

domingo, 18 de setembro de 2011

O irmão bonito do emplastro

Eu fui atrás da música, mas achei um piadão ao emplastro anglófono.


Snow Patrol, Called out in the dark

Hydrangea and peri-peri

O H. é um puto com dupla nacionalidade que resolveu vir da África do Sul para cá a ver se aprendia alguma coisa da vida (pelo menos é o que ele conta, só que eu não nasci ontem, e coisa é mais espinhosa, mas também não interessa nada agora).

Então, como puto que é, acha que sabe mais do que toda a gente e queria discutir certas coisas que eu estou careca de saber....

Uma delas é que o frango à maneira portuguesa é temperado com peri-peri. E primeiro que eu lhe metesse na cabeça que em Portugal ninguém diz peri-peri, mas sim piri-piri. É que é irritante ir a um restaurante e ler Poulet (os suíços da parte alemã dizem o nome em francês!!) mit portugiesich peri-peri. Se este tempêro é, no entender desta gente, só português... então porque não usam o nome português?!?! Mas pronto... o puto já sabe: em Portugal com i, no resto do mundo como eles queiram...

Outra discussão foi sobre a hydrangeas.
Ah! Tu tens que ir à África do Sul e ver as hydrangeas. São lindas. Eu respondi-lhe: não preciso ir tão longe. Nos Açores também as há enormes. E qualquer dias as nossas também vão estar lindas. Ele: Quê?!? Nós não temos hydrangeas. Eu respondi-lhe muito calmamente: Tu andaste a colocá-las no chão esta semana. Não vais discutir comigo, pois eu sei que hortênsia é hydrangea. Amuou e não me quis dar razão. Umas semanas depois veio ter comigo, ah e tal até tinhas razão. Eu só disse: não comento!

Canalha que pensa que sabe tudo... mas ao menos que se calasse... uma coisa é a minha língua (há cada um!!!) e a outra... eu já trabalho há três temporadas na estufa... alguma coisa já aprendi... não?!?

Isto para quê? Só para mostrar hortênsias como eu nunca tinha visto: os caules são escuros. E os piri-piris, ou mais correctamente: capsicum salsa. (eu sie que tenho umas introduções fraquinhas às flores... mas ao mesmo tempo aprendem-se novas coisas sobre o mundo que nos rodeia).





Que é que achaste desta vez?

Isso é o que o M. me pergunta sempre que me vê a caminhar na direcção dele com um vaso na mão. Ele é o sub-chefe da produção. O chefe da produção é também o chefe da estufa, então anda sempre ocupado. É mais fácil ir ter com o M. e mostrar-lhe que a planta tem pulgão, perguntar se a planta está podre por excesso de água ou porque está doente, mostrar-lhe as folhas comidas pela lagarta ou manchadas de míldio.
Eu já me aproximo dele meia encolhida, mas eu nã tenho culpa se tenho um bom olha para a coisa e consciência para avisar os meus superiores de modo a que se possa fazer alguma coisa antes que a praga se propague... Eu sou sempre gozada. Digo sempre que da próxima vez não digo nada. Mas no fim... acabo por ir sempre mostrar o que achei e eles acabam sempre por me agradecer... :D

Esta achei-a no meio do mato. Modo de dizer. Ia a descer as escadas que dão acesso ao campo C e achei-lhe piada. Não é produção nossa, é da mãe natureza. Mas se fosse, acho que até tinha saída, pois as cores são bastante apelativas. Não?!?


Assim, não me importo de pagar impostos

Durante anos, e sem saber bem porquê, tive a sensação que a polícia suíça não era boa. Eu achava que se lhe gritassem "buuu" eles fugiam com medo. Depois que vim para cá morar... a minha opinião mudou completamente. E este fim-de-semana é mais uma confirmação da minha nova imagem da polícia helvética.

Por estas bandas, há uma canalhada bruta a armar-se ao pingarelho. A semana passada, andaram a fazer desacatos numa zona conhecida da cidade de Zurique. Ontem reuniram-se junto à estação (de comboios) principal da cidade para continuarem com a brincadeira. Sabe-se que é gente que manda sms e usa o Facebook para comunicar tal coisa (a meio da semana já se sabia que se estavam a organizar, mas não se podia fazer nada), mas ainda não se chegou à fonte.
É que agora há uma tendência para os Krawall-Touristen (turistas de tumultos). Estes cromos, a maior parte canalha entre os 15 e os 25, foram capazes de vir de outro cantão só para armar a barraca (onde andam os pais desta gente?!?)

Entretanto, o saldo da noitada é: uma mulher e um polícia feridos, 91 detidos, entre 100000 e 200000 francos de danos materiais e uma despesa de cerca de 250000 francos para a Polícia.

Se olharmos bem para os números, é assustador saber que a polícia custou mais do que o arranjo da vitrinas e dos contentores do lixo, mas... se não fosse este investimento... até onde chegaria esta canalhada???

Eles estavam com muito calor, então levaram com uns canhões de água para refrescar. Os mais espevitados, não contentes com o banho, levaram com umas bastonadas e, se percebi bem o jornalista a falar dialecto, também balas de borracha.

A diferença está aqui, senhores. Eles sabiam que ia haver porcaria, não podiam fazer nada antes, mas na hora de agir... não se encolherem. E na hora de apresentar contas, apresentam-nas mesmo todas. Assim, o cidadão comum sabe com o que pode contar da polícia (pode não ser perfeito, mas há alguma eficiência) e sabe que os seus impostos são aplicados onde deve ser e não nos bolsos de meias dúzia de porcos gordos...

Por aqui, as coisas são um bocadinho à Big Brother (do Orwell, não da produtora de televisão), mas... sabe bem ter uma certa sensação de segurança. Mesmo que aconteçam coisas escabrosas por aí (que contecem!) há uma maior eficiência na hora de travar, prender e até punir os culpados...

Assim... não me importo que uma percentagem dos meus impostos (nunca sei quanto é :s) vá para a polícia...

sábado, 17 de setembro de 2011

Love

Eu gosto dos olhos dele, da mulher dele, da banda, da voz, das participações com outras bandas... acho-o um senhor e pêras!


Gavin Rossdale, Love Remains the Same

Weeds

Não, a estufa ainda não chegou lá. Era mesmo só para captar atenções... :p

É uma porcaria limpar estas ervas: olhando assim não se encontra beleza nenhuma, mas depois... quando tudo compostinho com outras plantas de Outono... até que ficam um mimo. Como a estagiária não presta, não tem os canteiros compostos, logo, só deu para fotografar assim, a vulso...

Temos então uma foto com o panorama geral: pennisetum (nome latino) no fundo, a Zebra Grass (parece-me que serve para várias línguas) no meio, os penachos do lado direito são Pampas Grass (aplica-se a mesma teoria) e, em primeiro plano, uma coisa que tem ums folhas tramadas, que cortam com uma facilidade... dói como se fosse papel!!

Depois temos um mar de pennisetum hameln (nós também vendemos o little bunny e o rubrum, a produção deste é feita na outra estufa). Tal como as outras ervas aqui presentes, é uma praga, além de crescerem para o ar, as raízes crescem para fora do vaso ao ponto de as termos que cortar com uma faca de cortar pão!! Provocam alergias respiratórias e cutâneas por causa do pó das flores. Graças aos santinhos todos, tínhamos muita planta mas vendemos muuuuito bem e não tivemos que limpar muito, nem mandar muitas fora!! Só mais uma curiosidade: na Alemanha há uma cidade chamada Hameln!

Depois temos uma erva das Pampas, também pode provocar alergias respiratórias, por razões óbvias e também tem folhas que cortam.

Por fim, temos a erva zebra mais aproximada. Houve um altura que olhei para isto e pensei: ora porra, os pennisetum estão doentes!! É que tirando o pennisetum, tudo o resto era novidade e eu vi as manchas nas folhas pequenas... nunca pensei que fosse outra planta, mas sim uma doença... :s

Uma forma de estas plantas não se propagarem como uma grande praga é plantar num vaso gigante e não directamente no jardim ou quintal. É que o problema está nas raízes e não propriamente nas sementes...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O mais novo elemento da PETA

E o relax do outro irmão?!?!... Uns fofos!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Semana 37

Die nützlichsten Bücher sind die, die den Leser anregen, sie zu ergänzen.

Os livros mais úteis são aqueles que levam os leitores a completá-los.

Voltaire

Até lá, morro

Numa troca de emails com uma homónima minha, comentei que, una vez más, não há cá lugares de stôra para ninguém. Nem cá, nem lá, nem pelo caminho. Ela, uma querida e numa de me animar, disse-me que daqui a uns anos a coisa deve estar mais direita na Tugolândia e que eu devo conseguir arranjar trabalho como senhora professora.
Mas (já disse que tenho muitas adversativas na vida??) até lá... os meus conhecimentos vão-se passando. Essa história de o saber ninguém to tira é uma bela treta. Se eu não praticar, não estiver em contacto com as coisas... claro que, com o tempo, a terminologia, a pedagogia, a psicologia, a morfologia, a sociologia, a filosofia, a fonologia, a ortografia e mais umas coisas terminadas em ia e não só... vai-se tudo.
E depois, o mais importante (é que professora incompetente... até poderia ser... há para aí tantos, era só mais uma): de que vivo eu?? Do ar? Estou com quase 30 anos e vou continuar a viver com os papás porque não tenho um chavo para me sustentar?!?!?
Se eu não arranjar alternativas... até esse dia chegar, se não morrer à fome, morro de desepero por uma vida auto-suficiente...

Agora vou dormir porque amanhã tenho que ir trabalhar. A parte boa é que, ao fim de quatro ou cinco semanas (hoje inclusivé) a entrar às 7h da matina... amanhã é só às oito. Parece que estou a ouvir um coro de anjos...
Boa noite! ;)

domingo, 11 de setembro de 2011

Acho que nem ela me vale

E está a chover!


Santa Maria (del Buen Ayre), Gotan Project

terça-feira, 6 de setembro de 2011

uh?!?

Hoje em dia há tanta coisa para ligar, aceder, comunicar, aproximar, simplificar... que eu acho que na realidade... as pessoas estão mais confusas, mais afastadas e cada vez mais ignorantes.

Primeiro, porque é muita informação sem qualquer filtro. Não me refiro à censura de antigamente, mas nos dias que correm qualquer merdice é informação, do género: gato cai de sétimo andar e sobrevive.

Segundo, porque a informação vem tão bem estruturada, tão bem estruturada, mas tão bem estruturada... que só quem a estruturou é que entende aquela porra. A minha mãe tem um exemplo muito bom. O título dava a entender que havia um banco a oferecer uma taxa qualquer sobre dinheiro a prazo, na realidade era um problema de juros da dívida do estado... (ela está de férias, quando vier, pode ser que me lembre de colocar a coisa aqui!).

Terceiro, há para aí cada nome de coisas... Efectue o ping do seu blogue no Twigly para nós o encontrarmos.

Até parece que nos estão a chamar nomes feios ou, pior!, propor coisas indecentes... Ou é só impressão minha?!?

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Duduk

Quando ainda andava no aeroporto, aconteceu uma situação um tanto ou quanto caricata, um tanto ou quanto de triste.
Reservar as noites no "hotel" onde eu trabalhava não dá direito aos dias. Assim, entre as 9h e as 15h, o quarto tem que estar livre, a não ser que se pague mais. Havia um mulher que tinha pago só duas noites, logo tinha que sair. Agora digam-me: como é que isso se explica a uma arménia que não sabe nem uma palavra em qualquer outra língua do mundo?!? Ela não queria sair do quarto. Apontava para os talões e chorava.

Fui buscar o carro das limpezas. Peguei num papel desenhei uma lua, um sol e uma cama e escrevi as horas. Apontei para a lua, para a cama e para o espaço de tempo entre as 15h e as 9h e fiz o gesto que era para dormir. Depois apontei para o sol, para os espaço de tempo entre as 9h e as 15h, apontei para o carro de limpezas, depois para mim e depois para o quarto. Ela percebeu tudo. Sabia que tinha que sair, para eu limpar, e que poderia voltar daí a umas horas. Queria saber onde guardar as malas. Indiquei-lhe um sítio na recepção. E lá seguimos, ela para a sua vida e eu para as minhas limpezas.

Porquê agora esta história?
Hoje não me sentia bem e não fui trabalhar. Como a cabeça não estava lá muito bem, passei o tempo na cama e, de vez em quando, dava uma espreitadela na net. Acabei por não fazer quase nada de muito proveitoso.
Talvez com a excepção de aprender (finalmente) o nome e a origem do instrumento que dá este som tão bonito. Há muito tempo que me perguntava, mas não tinha um único ponto de partida... agora já sei e por isso me lembrei da senhora que vem lá do Cáucaso...


A cool wind is blowing, David Robbins

conceitos interessantes

Descobri por acaso e achei muito interessante (e chocada por ver o Manu Chao tão velho).


One Love, Playing For Change
Ver mais por aqui.

Semana 36

Ein Wort, ein Buch, ein Autor sind nichts als einzelne Wassertropfen. Alle zusammen ergeben den Strom, der alles hinwegreisst und den keine Kraft zurückfliessen lassen kann.

Uma palavra, um livro, um autor não são nada mais do que algumas gotas de águas. Todos juntos resultam na energia que desfaz tudo e que não deixa nenhuma força volta para trás.
Adelbert von Chamisso

Vurrisses















A principal protagonista theste texto fes uma leitura rapida aos comentarios que algumas personaguens escreverão na internet.
Asseguir pos-se a pesar niso e ficou sem a serteza the que lingua estaria a ler.
Eh dificil saber se és-ta eh uma nova lingua que surge ou se sao as pessoas que escrevem mal e porcamen-te ou se á uma obcessão colectiva para cair na asneira.
Se eh uma nova lingua, devo já dizer: detestua. Parece que foi um pesicopatara que desenvolveu tal coisa. E so uma pessoa muito espudia [what the hell!?!] conseguiria comunicar com outras pessoas usando esta coisa.
The que planeta veio esta gente? Nao á cuidado, brio com nada. Se há um controlo de cegurança sobre o conteúdo dos comentários feitos em certas páginas, será que não se pode ir fasendo de vez em quando um pequeno controlo de qualidade da língua?!?
Eh que estamos perdinho de cair no analfabetismo puro, quase como antigamente.
Só á um pequeno se não: se antigamente os analfabetos sabiam que o eram e estavam calados, não se armavam ao pingarelho e assim, hoje em dia, são os primeiros a abrir a boca e a ter acesso aos meios de comunicação social.

Emfim...

Evolução dos tempos... para a qual não estou preparada!

sábado, 3 de setembro de 2011

As minhas mãos

Com as mãos afagamos, damos carinho, trabalhamos, defendemo-nos, atacamos. Nas mãos vemos os anos de trabalho, os cuidados que se têm (ou não), o estado civil. Com as mãos cumprimentamos. Escrevemos. Fazemos música. Batemos palmas.














Não considero as minhas mãos muito bonitas. Não me importava nada de ter os dedos ligeiramente mais finos e, sem dúvida, menos calejados. Gostaria que a pele fosse mais macia e com menos manchas. No entanto, tenho um orgulho enorme nelas. É com elas que trabalho, que ganho o meu dinheiro. É com elas que escrevo cartas simpáticas e raivosas. É com elas que escrevo por aqui. Posts interessantes, parvos ou simpesmente tristes.

Hoje o meu texto é triste. Uma tristeza profunda que coloco por aqui, pois já não tenho coragem de bater na mesma tecla com as pessoas que me rodeiam. Coitadas já não devem poder ouvir-me lamentar o dia de hoje. E eu não as recrimino. Mas... continuo a precisar de falar. De tentar compreender as coisas...

Do início:
Há tempos eu disse que tinha dois casamentos este ano. Um foi em Julho e outro deve ter sido hoje. Deve?!? Sim, eu presumo que tenha acontecido, já que não estive lá para ver.
A noiva deste casamento tinha-me convidado para madrinha. Nunca na minha vida me tinha passado pela cabeça tal coisa. Mas já que recebia tal convite... aceitei-o com o maior dos orgulhos, com o maior dos prazeres. E, como é óbvio, comecei a preparar-me para a cerimónia como deveria ser. Tendo em conta que sou uma naba com roupa, que nem tudo me assenta assim tão bem... comecei cedo a procura de uma roupa bonita que não envergonhasse, nem ofuscasse a noiva. Acabei na Hugo Boss, passo a publicidade. O vestido é lindoooo!
Já tinha os sapatos. Faltava comprar o bilhete de avião e passar o cheque para o vestido da noiva (eu, quando a situação o exige, consigo ser bastante tradicional). As minhas colegas de trabalho andavam a fazer contagem decrescente e a pedir antecipadamente fotos (apesar de me chamarem louca por querer pagar o vestido da noiva, já que isso não é tradição por aqui).

Mas... a minha vida tem muitas adversativas... Numa conversa, assim sem segundas intenções, com um tema longe de madrinhas e padrinhos, fiquei a saber (pelo noivo, não pela noiva!) que não ia ser a madrinha. Não tinha 100% certeza, mas arranjei maneira de chegar lá.
Não, não era eu. Era a irmã da noiva. E a noiva não teve a coragem de pegar no telefone e inventar uma treta qualquer do género a minha irmã estava entrar em depressão por não ser a madrinha. Eu não precisava de ser a madrinha. Nunca me tinha feito ao lugar, logo... não me incomodava nada que fosse a irmã ou o Papa. Mas... precisava de saber.

E se eu não me tivesse apercebido antes??? Metia-me num avião para o Porto e, na hora da madrinha se chegar à frente, passava uma vergonha de todo o tamanho?!?

A única explicação que eu tenho para esta situação é o preconceito que vai na mente das pessoas.
Ela só casou porque, apesar de morar com o actual marido há mais de um ano, sempre que iam visitar os pais dela, tinham que ficar em quartos separados. Se a mãe é assim tão preconceituosa, e ela cedeu, fica para mim que a mamã teve vergonha que a filhinha, que é doutora num centro de saúde no Porto, tivesse uma auxiliar de jardinagem como madrinha. E a filha como cede noutras coisas, cedeu a mais esta.

A minha chefe, alemã de Berlim, supostamente mais fria que os portugueses, ficou indignada (a parte boa é que ela até fica engraçada quando fica indignada) e disse que eu não sou só uma auxiliar de jardinagem, que a noiva tinha que ver mais além. Eu sei disso, e soube-me bem ouvir isso, mas continuou sem resolver a situação...

Será que elas pensaram que eu ia para a cerimónia com as mãos num estado lastimável, como se acabasse de sair da máquina de plantar flores (na foto)? É que eu sei distinguir as coisas e, sempre que posso, trago as mãos decentemente limpas, com verniz e tudo.

Juro que não entendo. E estou triste com isso.
Como já não consigo chorar, o São Pedro foi buscar-me as lágrimas que já se secaram nos meus olhos e chove torrencialmente lá fora.

Bom fim-de-semana!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

filosofias

Ihr denkt, dass ihr etwas seid. Doch am Ende seid ihr nur ein Punkt in der Landschaft!

Vocês pensam que são alguma coisa. Mas no fim, são só um ponto na paisagem.

(Estou farta de pensar onde é que eu li isto, mas não me lembro...)