Estou no meio de uma rua, numa cidade desconhecida. Completamente perdida. Não consigo pedir ajuda. Não consigo perguntar o caminho. E não é (só) por causa da língua. Neste momento não consigo perguntar o caminho porque não sei para onde vou.
É assim que me sinto com a porra das coisas da/para esclerose. Recebi uma carta, tentei contactar por telefone, enviei e-mail. Não sei o que fazer, mas também não sei o que perguntar ou a quem. É estúpido, sabe-se que se tem que fazer alguma coisa, mas não se sabe o quê. Sabe-se que se pode perguntar, mas é preciso saber o quê.
Estou com falta de ar a pleno céu aberto...
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Da atenção e da perspicácia
Eu não sou mentirosa, mas minto bastante.
Minto sobre o meu estado de espírito. Quando me perguntam se está tudo bem e digo que sim, das duas uma: ou estou mesmo bem ou estou a mentir descaradamente.
Mentir sobre isto pode querer significar várias coisas:
Não sei porque estou mal. Não sei explicar à outra pessoa porque estou mal (principalmente por causa das barreiras linguísticas e culturais). Não me apetece explicar. Considero que a pessoa que está à minha frente não precisa de mais problemas. Considero que a pessoa que está à minha frente não tem nada ver com a minha vida porque é uma grande abelhuda. Ou ainda porque estou tão mal que não consigo falar.
Quando minto, os interlocutores podem ser um de três tipos: os que aceitam a mentira e nem se apercebem; os que percebem que é mentira e insistem em saber o que se passa; e os percebem mais além, os que sabem que eu não estou bem, mas que não vou falar, portanto não adianta insistir.
Esta última espécie é a minha favorita. Porque normalmente são os que percebem que estou a mentir mas que também preciso do meu espaço e dão-mo. Dão-mo, mas mantêm-se por perto caso eu precise, finalmente, de abrir a boca e contar a verdade.
Ia de tarde para o trabalho e nem sei bem porquê pus-me a pensar nisto e apercebi-me que há já uns tempitos que não tenho contacto (directo) com pessoas do meu tipo favorito. Quando entrei na loja houve alguém que me perguntou como eu estava e engoliu um gut (bom/bem) bem mentiroso. A pessoa responde com um que bom completamente inocente e sem nenhuma ironia (a pessoa em questão não tem capacidade de ironizar. Juro!!!). Só sei que me deu uma vontade de rir. Parece que a cena vinha confirmar a minha constação de dez minutos antes...
A última vez que me aconteceu a pessoa não engolir a mentira foi há coisa de ano e meio. Respondeu-me com um não parece [que está tudo bem] mas ok. Na pausa da tarde falou comigo de tudo o que não tinha nada a ver e eu acabei por falar do que me fazia sofrer. Assim... em contexto... docemente, sem perguntas e sem mentiras. É tão bom quando isso acontece...
Antes que comecem a perguntar (aqui ou no livro das caras), estou um bocadito em baixo porque tenho que fazer um telefonema por causa do tratamento da esclerose (tenho que marcar um encontro para aprender umas coisas, entre elas a injectar-me) e isso desanimou-me um bocado. Podia ter dito à tal pessoa, mas, por motivos que um dia desses contarei por aqui, não quero falar da minha doença com certas pessoas, ainda que elas saibam da situação.
Minto sobre o meu estado de espírito. Quando me perguntam se está tudo bem e digo que sim, das duas uma: ou estou mesmo bem ou estou a mentir descaradamente.
Mentir sobre isto pode querer significar várias coisas:
Não sei porque estou mal. Não sei explicar à outra pessoa porque estou mal (principalmente por causa das barreiras linguísticas e culturais). Não me apetece explicar. Considero que a pessoa que está à minha frente não precisa de mais problemas. Considero que a pessoa que está à minha frente não tem nada ver com a minha vida porque é uma grande abelhuda. Ou ainda porque estou tão mal que não consigo falar.
Quando minto, os interlocutores podem ser um de três tipos: os que aceitam a mentira e nem se apercebem; os que percebem que é mentira e insistem em saber o que se passa; e os percebem mais além, os que sabem que eu não estou bem, mas que não vou falar, portanto não adianta insistir.
Esta última espécie é a minha favorita. Porque normalmente são os que percebem que estou a mentir mas que também preciso do meu espaço e dão-mo. Dão-mo, mas mantêm-se por perto caso eu precise, finalmente, de abrir a boca e contar a verdade.
Ia de tarde para o trabalho e nem sei bem porquê pus-me a pensar nisto e apercebi-me que há já uns tempitos que não tenho contacto (directo) com pessoas do meu tipo favorito. Quando entrei na loja houve alguém que me perguntou como eu estava e engoliu um gut (bom/bem) bem mentiroso. A pessoa responde com um que bom completamente inocente e sem nenhuma ironia (a pessoa em questão não tem capacidade de ironizar. Juro!!!). Só sei que me deu uma vontade de rir. Parece que a cena vinha confirmar a minha constação de dez minutos antes...
A última vez que me aconteceu a pessoa não engolir a mentira foi há coisa de ano e meio. Respondeu-me com um não parece [que está tudo bem] mas ok. Na pausa da tarde falou comigo de tudo o que não tinha nada a ver e eu acabei por falar do que me fazia sofrer. Assim... em contexto... docemente, sem perguntas e sem mentiras. É tão bom quando isso acontece...
Antes que comecem a perguntar (aqui ou no livro das caras), estou um bocadito em baixo porque tenho que fazer um telefonema por causa do tratamento da esclerose (tenho que marcar um encontro para aprender umas coisas, entre elas a injectar-me) e isso desanimou-me um bocado. Podia ter dito à tal pessoa, mas, por motivos que um dia desses contarei por aqui, não quero falar da minha doença com certas pessoas, ainda que elas saibam da situação.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
A diferença está nos detalhes!
Como eu disse para trás, este ano quis fazer algo diferente pelo aniversário e parti rumo a Munique (A-DO-REI!). Mas para a coisa ser especial à séria fiz o que nunca tinha feito: fui a uma agência de viagens (normalmente reservo tudo separado).
Há cerca de um mês fui à agência de viagens que pertence à principal companhia de caminhos de ferro suíça e em 20 minutos tinha a reserva feita. Mas essa foi a primeira surpresa de várias.
O senhor que me atendeu disse que esperasse os papéis em casa. Quando chegaram, vi um calhamaço que até me assustou. Resultado: eram, como seria de esperar, os bilhetes do comboio, o bilhete para os transportes na cidade e o talão de reserva no hotel. Do que eu não estava à espera eram os apêndices: dentro da capa onde vinha tudo isto estava uma etiqueta para pôr o nome (nada de especial) e um guia, com mapa em anexo, da cidade de Munique.
Tendo em conta a eficiência do serviço, a simpatia do funcionário, o preço acessível, na hora em que recebi este bónus... decidi que, salvo excepções muito precisas, só tratarei de viajar com esta companhia.
Mas isto foi há quase um mês.
Entretanto lá fui, cá vim... e quando regressava do trabalho hoje de manhã... ainda mais impressionada com o serviço fiquei... abri a caixa do correio e vi que havia um postal em meu nome. Pensei que fosse de aniversário. Quando começo a olhar melhor...
Era o escritório da agência de viagens a dar-me as boas-vindas de regresso a casa. E a desejar-me um bom recomeço na minha rotina diária. Por segundos, esqueci as dores que me percorrem as pernas (tanto caminhar deu nisto!) e o atraso de cerca de meia hora que houve no regresso e se tivesse tido dúvidas em relação ao valor da viagem que fiz... elas ter-se-iam dissipado com esta nota tão simpática!!!!!!!!!!!!
[tradução muuuuuito livre]
(frente)
Bem-vindo/a a casa.
(verso)
Cara Senhora (nome de família)
Muito bem-vinda de volta. Nós esperamos que tenha tido uma boa viagem e que tenha descansado muito.
Ficaríamos muito felizes se fizesse connosco a reserva das suas próximas férias. Quando precisar novamente de uma pausa da sua casa.
(à mão) Um bom começo no dia-a-dia!
Cumprimentos
O a sua agência de viagens da SBB Winterthur
(nome da senhora que escreveu a coisa)
Eu sei que é publicidade, tentativa de fazer com que compremos mais e tal e tal e tal. Mas há publicidade e publicidade. E esta não é só agradável por não ser "barulhenta", é simpática para qualquer tipo de consumidor. Por isso... se já não me tivesse decidido a voltar lá no futuro... eu iria deixar-me comprar só por este simples posta!!! :D:D:D
Há cerca de um mês fui à agência de viagens que pertence à principal companhia de caminhos de ferro suíça e em 20 minutos tinha a reserva feita. Mas essa foi a primeira surpresa de várias.
O senhor que me atendeu disse que esperasse os papéis em casa. Quando chegaram, vi um calhamaço que até me assustou. Resultado: eram, como seria de esperar, os bilhetes do comboio, o bilhete para os transportes na cidade e o talão de reserva no hotel. Do que eu não estava à espera eram os apêndices: dentro da capa onde vinha tudo isto estava uma etiqueta para pôr o nome (nada de especial) e um guia, com mapa em anexo, da cidade de Munique.
Tendo em conta a eficiência do serviço, a simpatia do funcionário, o preço acessível, na hora em que recebi este bónus... decidi que, salvo excepções muito precisas, só tratarei de viajar com esta companhia.
Mas isto foi há quase um mês.
Entretanto lá fui, cá vim... e quando regressava do trabalho hoje de manhã... ainda mais impressionada com o serviço fiquei... abri a caixa do correio e vi que havia um postal em meu nome. Pensei que fosse de aniversário. Quando começo a olhar melhor...
Era o escritório da agência de viagens a dar-me as boas-vindas de regresso a casa. E a desejar-me um bom recomeço na minha rotina diária. Por segundos, esqueci as dores que me percorrem as pernas (tanto caminhar deu nisto!) e o atraso de cerca de meia hora que houve no regresso e se tivesse tido dúvidas em relação ao valor da viagem que fiz... elas ter-se-iam dissipado com esta nota tão simpática!!!!!!!!!!!!
[tradução muuuuuito livre]
(frente)
Bem-vindo/a a casa.
(verso)
Cara Senhora (nome de família)
Muito bem-vinda de volta. Nós esperamos que tenha tido uma boa viagem e que tenha descansado muito.
Ficaríamos muito felizes se fizesse connosco a reserva das suas próximas férias. Quando precisar novamente de uma pausa da sua casa.
(à mão) Um bom começo no dia-a-dia!
Cumprimentos
O a sua agência de viagens da SBB Winterthur
(nome da senhora que escreveu a coisa)
Eu sei que é publicidade, tentativa de fazer com que compremos mais e tal e tal e tal. Mas há publicidade e publicidade. E esta não é só agradável por não ser "barulhenta", é simpática para qualquer tipo de consumidor. Por isso... se já não me tivesse decidido a voltar lá no futuro... eu iria deixar-me comprar só por este simples posta!!! :D:D:D
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Dia como hoje
9 Novembro
1799: Napoleão Bonaparte toma o poder em França.
1818: NAsce Ivan Turgeniev, escritor russo.
1918: Imperador alemão, Gulherme II abdica do trono.
1934: Nasce Carl Sagan, astrónomo e astrofísico norte-americano.
1938: Dá-se a trágica Kristallnacht.
1964: Morre Cecília Meireles, poetisa brasileira.
1970: Morre Charles de Gaulle, militar e estadista francês.
1989: Queda do Muro de Berlim.
1998: Reino Unido aboliu a pena capital.
2009: Lançamento de Reality Killed the Video Star, de Robbie Williams.
1982: Nasci eu. :D
Trinta anos é bué da coisas. E não sei porquê deu-me para olhar com tempo para este tempo. E foi daí que surgiu a ideia de fazer este "calendário".
Mas nesta de andar a ver o que se passou, o que me marcou e afins, descobri que tenho uma ligação enorme com a Alemanha. Desde a minha data de nascimento até ao meu melhor amigo, amigo de toda a vida, ter nascido em Mainz, também há trinta anos, passando pelo facto de as primeiras palavras estrangeiras que aprendi, muito antes do inglês na escola, serem germânicas (e nenhuma era palavrão!)...
Por isso resolvi passear-me por Munique (Berlim era melhor, mas por questões laborais... fiquei cá por baixo).
Quando regressar faço relatório. :D
A música... a primeira do cd de uma banda que também comemora trinta anos em 2012.
Tage wie diese quer dizer "dias como estes".
Die Toten Hosen, Tage wie diese
Interessantes coincidências, não?!?
1799: Napoleão Bonaparte toma o poder em França.
1818: NAsce Ivan Turgeniev, escritor russo.
1918: Imperador alemão, Gulherme II abdica do trono.
1934: Nasce Carl Sagan, astrónomo e astrofísico norte-americano.
1938: Dá-se a trágica Kristallnacht.
1964: Morre Cecília Meireles, poetisa brasileira.
1970: Morre Charles de Gaulle, militar e estadista francês.
1989: Queda do Muro de Berlim.
1998: Reino Unido aboliu a pena capital.
2009: Lançamento de Reality Killed the Video Star, de Robbie Williams.
1982: Nasci eu. :D
Trinta anos é bué da coisas. E não sei porquê deu-me para olhar com tempo para este tempo. E foi daí que surgiu a ideia de fazer este "calendário".
Mas nesta de andar a ver o que se passou, o que me marcou e afins, descobri que tenho uma ligação enorme com a Alemanha. Desde a minha data de nascimento até ao meu melhor amigo, amigo de toda a vida, ter nascido em Mainz, também há trinta anos, passando pelo facto de as primeiras palavras estrangeiras que aprendi, muito antes do inglês na escola, serem germânicas (e nenhuma era palavrão!)...
Por isso resolvi passear-me por Munique (Berlim era melhor, mas por questões laborais... fiquei cá por baixo).
Quando regressar faço relatório. :D
A música... a primeira do cd de uma banda que também comemora trinta anos em 2012.
Tage wie diese quer dizer "dias como estes".
Die Toten Hosen, Tage wie diese
Interessantes coincidências, não?!?
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
terça-feira, 6 de novembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
domingo, 4 de novembro de 2012
sábado, 3 de novembro de 2012
2006
Sérvia e Montenegro transforma-se, por referendo, em Sérvia e Montenegro.
Plutão deixa de ser reconhecido como planeta, passando o Sistema SOlar a ter só oito planetas (agora expliquem-me como é que Escorpião vive sem planeta regente!! :p).
Primeiro voo do gigante Airbus A380 (quando eu for grande ainda hei-de passear nele. É tão g'ande!)
Placebo, Song to say Goodbye
Plutão deixa de ser reconhecido como planeta, passando o Sistema SOlar a ter só oito planetas (agora expliquem-me como é que Escorpião vive sem planeta regente!! :p).
Primeiro voo do gigante Airbus A380 (quando eu for grande ainda hei-de passear nele. É tão g'ande!)
Placebo, Song to say Goodbye
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
2005
Morre o papa João Paulo II.
Angela Merkel é eleita chanceler alemã, a primeira na história daquele país.
Realizado na França, no hospital de Amiens, numa mulher de 38 anos, o primeiro transplante de rosto no mundo.
Bloc Party, Banquet
Angela Merkel é eleita chanceler alemã, a primeira na história daquele país.
Realizado na França, no hospital de Amiens, numa mulher de 38 anos, o primeiro transplante de rosto no mundo.
Bloc Party, Banquet
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