terça-feira, 29 de setembro de 2015

maneiras...

A minha mãe baba-se muitas vezes a contar uma história de quando o meu irmão era um meia-leca arraçado de hipopótamo (ele era mesmo muito gordo em pequeno).
Ele foi a casa de uma vizinha fazer uma entrega, mas não chegava à caixa de correio. Então chamou pela vizinha e pediu, por favor, que ela lhe abrisse a porta. Ela gostou da educação e disse-lhe que ele era um menino muito bonito (e era! Gorducho e fofo!). Ele agradeceu o cumprimento e foi-se embora. A vizinha admirada pelo minorca saber usar as convenções da boa educação foi gabá-lo para a minha mãe.
Resumindo, desde muito pequenos que fomos educados a respeitar os outros, a usar as convenções da sociedade, porque ficam bem, mas também porque sabem bem.

E desse modo, ainda hoje uso um por favor ou um obrigado com prazer. No trabalho, convém ainda mais que se seja educada. Danke, please, merci, au revoir, grazie, prego, bitte, por favor, adé (adeus em dialecto), obrigada... vai saindo de tudo, conforme a situação.

Pois bem.. no Domingo, o cromo do tuga que veio de Portugal atrás do rabo de saias apareceu para comprar o jornal. Como sempre disse-me dás-me um saco? Mas acabou por inovar... quando eu lhe disse que eram Xfrancos, por favor... A resposta foi para lá de ignorante: ah não sei para que dizes por favor. Pago e é se quero levar o jornal. Aqui ninguém dá nada. Bem... nem em Portugal. 

Quê?!?! Aquele patego diz-se com formação, mas é mal educado e ainda goza comigo por eu seguir as convenções?!?!?

Mas isto é só anormais??! Se ele não sabe a língua e ainda para mais não usa um simples por favor... vai-se dar mal por estas bandas...


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Drugs don't work...

in patients who don't take them. É uma citação de Charlles Everett Koop que está no meu diário novo: dos comprimidos que vou começar  a tomar muito brevemente.
Eu não sei quem é o tipo. Mas achei piada à ironia... eu tomava a little bitch (o meu nome carinhoso para a injecção) e mesmo assim... a coisa não funcionou lá muito bem. Por causa disso, passo ao nível seguinte: comprimidos com nome que lembram uma república de estudantes à americana.

Os efeitos secundários são para lá de maus. Enquanto procurava infos na net a primeira coisa que li foi que em Outubro do ano passado morreu uma pessoa com complicações provocadas pelos comprimidos. Se eu tivesse o juízo todo não tomava nada, mas...

Obviamente que eu dou ênfase ao lado bom de poder viajar sem andar a pensar em gelo, sem estar a pensar em 8 graus de temperatura e mais não sei o quê. Mas lá no fundo... mexe um bocado comigo... a ver como corre esta nova fase!!!

sábado, 26 de setembro de 2015

Discriminação no local de trabalho. Pura!

Em Agosto, ficámos a saber que o chefe da minha chefe se tinha demitido. Foi assim de repente, ninguém, incluindo a minha chefe, tinha ideia que isso se ia passar. Foi substituido pela senhora G..
Toda a gente que a conhecia falava bem dela. Como eu tinha visto só a tinha visto duas vezes, e a uma velocidade superior à da luz, não tinha opinião. Nem positiva, nem negativa. Até ontem!

Ontem fez-se uma reunião. Para ouvir dizer que ela não sabe, não garante, não promete. Enfim, para ouvir uma bela campanha de defesa para atitudes tomadas a partir de agora pela empresa. Ela deve ter formação em Direito... :p
Mas não foi isso que me fez ter opinião sobre ela. Como é que se tem opinião sobre uma pessoa, se a mesma só macaqueia o que superiores lhe enfiaram pela goela abaixo?!?!
A minha opinião foi tomada na hora em que ela se apresentou (uma vez mais a cada pessoa). E posso dizer já, a minha opinião está para lá de negativa.
Como manda a etiqueta, todos se apresentaram de aperto de mão e a dizer o sobrenome. A senhora G. repetiu os nomes de todos. Mas quando chegou à minha vez... ai que ódio, só de pensar... olhou para o meu crachá e encoheu os ombros. Um desprezo como eu nunca tinha visto!
Eu sei que ninguém diz o meu nome bem e estou-me pouco a lixar. O /z/ não tem o mesmo valor fonético, por isso... até acho fofo quando dizem Átzêvêdo. Agora encolher os ombros... ah isso é que não. Que porra é essa?!?!? Uma italana (o sobrenome é de Itália, nem sequer pode ser suíça do Ticino!)  Uma mulher que tem /gl/ (o nosso /lh/) no nome, que é coisa desconhecida para os germânicos... vem-me encolher os ombros?!?!
Ah... está na minha lista negra!!!

domingo, 20 de setembro de 2015

Efemérides

O dia da criança na Alemanha é diferente. Como em tantos outros países. Por isso é que é possível ver no .de um doodle assim...

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Uma questão de volume

As pessoas andam de mau humor e agressivas e rabugentas e desculpam-se com milhentas coisas como se não pudessem mudar nada.
Mas há pelo menos uma coisa que pode ser mudada: volume da música nas lojas. Não sei o que se passa, mas na grande maioria de lojas a música está simplesmente aos berros.
Primeiro: será que tantos decibéis estão dentro do aceitável?
Segundo: a música não é o único som das lojas, logo, o ruído é bem maior.
Terceiro: há funcionários que se queixam, mas outros dizem não se aperceber. No entanto, andam irritáveis, acabando por ser maus funcionários e irritar os clientes.

Qual é a ideia?!? Irritar toda a gente?!? Eu se andar desconfortável, dou comigo a sair da loja a correr, logo, não compro tanto... logo a loja perde dinheiro. E como perde comigo, deve perder com outros, simplesmente acontece que muita gente não sabe bem por que raio não gosta de certos sítios....

Sei lá... Se beixassem um bocadinho o volume.... eram funcionários e clientes mais serenos, dentro da loja, mas, em consequência, no resto da vida diária. Ficando toda a gente bem mais feliz...

domingo, 13 de setembro de 2015

da compaixão pela solidão

Se os dias tivessem um verbo, o de hoje seria mitleiden. Se fizermos a decomposição da palavra temos uma definição interessante: sofrer (leiden) com (mit). eu gosto da palavra. "Sofrer em conjunto com" tem mais força do que o conceito "sentir compaixão" que é a tradução que se encontra na net.

E hoje é o meu verbo por causa de dois clientes da loja que eu até nem gosto.
Um é um português com aspecto entre o esquisito e o nojento. Eu já sabia há muito tempo que ele era português, mas nunca senti vontade que ele soubesse que eu era portuguesa. Sei lá... tem qualquer coisa de repelente...  Hoje topou-me (maldito crachá!!) e dei comigo a ouvir a sua história de vida. Resumidamente, ele veio para a Suíça embeiçado por uma tipa qualquer e a coisa correu mal. Nem trabalho, nem língua, nem amigos... nada... um solitário.

O outro cliente é o senhor R., acho que já aqui falei dele. O que pede jornais de Domingo como se fossem diários. O que anda sempre com umas cores sinistras. O que dá gorjetas brutais, mas que eu não me fazem muito feliz, pois ele complica muito as coisas. Hoje apareceu lá para complicar mais o assunto. Nem adianta tentar explicar. Deixou uma boa gorjeta (8 francos para cada um) e foi-se embora.
Quando saí do trabalho, andava ele meio perdido no meio da multidão de Sábado. Enquanto comia qualquer coisa, estava à espera de nada e ninguém. Outro solitário.

O português não deve estar a nadar em dinheiro, mas o senhor R. deve estar bem financeiramente (pelas despesa e pelas gorjetas...). No entanto... ao fim e ao cabo... estão no mesmo barco. Deambulam pela loja, pela estação. Compram revistas e jornais que supostamente ensinam e fazem companhia, but at the end of the day... 
Dois solitários... uma dor que me dá, só de pensar. Ah Porque se calhar só tu sentes isso e eles nem se apercebem. Uma merda que é assim!!! Se eles estivessem bem, não andavam que tempos a deambular por lojas ou a inventar necessidades de jornais americanos ou ingleses completamente desactualizados...

Eu não gosto deles, mas quase que tive vontade de os trazer para casa... assusta-me ver que este mundo tenha ziliões de habitantes e que cada um se encontre cada vez mais sozinho...

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Como mimar alguém


Este fim-de-semana, tentaram gozar comigo por causa de uns gramas de chocolate. Mas... a inveja é uma coisa muito feia... e eu estou-me a borrifar para as pessoas que acham ridículo eu ficar contente com os mimos das pessoas que passam na loja.
Eu adooooooro receber gorjetas. Quer dizer que ficaram contentes com a minha prestação. Nem que sejam 5 cêntimos de franco, olhe fique com ela, é para dar sorte. A Fünferli (forma carinhosa de falar da dita moeda) dá sorte. Mas, mais do que as gorjetas, gosto muito das prendas.
Desde uma tulipa a um saco com pepinos cultivados no jardim (biológicos, com um sabor... huuum), passando por caixas de trufas...
As últimas prendinhas foram um biscoito sorridente e uma joaninha azul. Mimos. Mimos diferentes.

Embora que... a prenda que mais me tocou foi uma medalha da Imaculada Conceição. Não acredito no sobrenatural, no religioso, etc. e tal, mas acredito nas minhas freiras e a a padroeira delas é mesmo a Imaculada Conceição. - Ah é de Portugal? Lá tem Fátima. - Eu morei lá seis anos, foi a minha resposta. Ah sim?!? Então eu dou-lhe isto. Era uma brochura com uma oração e a tal medalha de uma qualidade bem duvidosa. Mas aquilo foi dado com tanto sentimento... como poderei não ficar feliz com isso?!?

Não é preciso muito para fazer alguém feliz. Assim... arranquem um malquequer na beira da estrada, apanhem uma maçãs do quintal e ofereçam a alguém. Deixem uns trocos em cima do balcão. Sorriam. E sejam felizes.

Changes...

Acho que o meu neurologista não está contente comigo. Sou moça que tem surtos e não vai ao médico. Para quê?!?! 25 comprimidos de cortisona porque a temperatura da água do duche não fica igual nas duas pernas?!?! Nooooo fucking way!!!! Os efeitos secundários dão cabo de mim... enquanto eu caminhar e vir bem... nada de cortisona!!!
Mas mesmo que fosse com cortisona, eu seria na mesma menina de surto-remissão, pois a cortisona não previne nada. (A onda positiva do neurologista já desapareceu há muuuuuuito!!!)
Assim... tal como eu esperava... vou mudar de medicação. Eu brinco com o ponto positivo de ser mais fácil viajar, mas... análises ao sangue todos os meses, efeitos secundários novos e a coisa saber que uma amanhã posso acordar com um surto novo... não dá para ser verdadeiramente positiva...