segunda-feira, 25 de julho de 2011

Queridinha

Coisa é a palavra mais portuguesa que existe. Para tudo serve a palavra coisa.

Foi uma das muitas coisas que aprendi com uma grande senhora. Se eu gostava de literatura, ainda mais fiquei a gostar. Estudei com o maior dos prazeres com ela e foi com choque que ouvi a minha mãe dizer-me poucos minutos depois de eu chegar a casa: A Maria Lúcia Lepecki morreu.
Era adorável como ela nos tratava por queridas/os e queridinhas/os. Que descanse em paz a minha querida.

2 comentários:

teresa disse...

Não chegou a ser minha professora por um triz. Tentei inscrever-me na sua turma que estava a abarrotar e disse-me «lamento, mas tenho muita gente e a pressão baixa não me permite ter excesso de alunos». No entanto, gostava da sua forma de comunicar que tive oportunidade de aprecir em entrevistas na tv e na rádio. Uma figura importante. A associação a que pertenço (dos professores de português) prestou-lhe a última homenagem com um simples texto (e penso com uma simples flor). Foi dos primeiros membros desta associação por amar como poucos a nossa língua. Gostaríamos de a ter entre nós por muitos e longos anos.

Luísa disse...

EU sei o que isso é. Tentei ter teoria da literatura com ela, mas... turma fechada... Só tive o enorme prazer de estudar dois semestres de literatura portuguesa com ela. No primeiro, estava eu com a cabeça baixa, a tomar notas, quando me parece que a oiço 'fungar'. Levanto a cabeça e vejo-a a chorar com o texto. "Peço desculpa, mas sempre que leio este conto emociono-me e não consigo controlar-me." Foi aí que eu percebi o amor dela à literatura.
Ainda uns dias antes da trágica notícia eu tinha estado a contar à minha mãe, pela milionésima vez, uns quantos episódios divertidos/interessantes e agora... uma espécie de vazio que nunca pensei vir a ter por causa de um professor...