terça-feira, 12 de junho de 2012

Uma das minhas raposas tem olhos azuis


 «Cativar» quer dizer o quê? – perguntou o principezinho.
– É a única coisa que toda a gente se esqueceu – disse a raposa. - Quer dizer criar laços…

– «Criar Laços»?
- Sim, laços – disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, tu não és para mim senão um rapazinho perfeitamente igual a cem mil outros rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, eu não sou para ti senão uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativares, passamos a precisar um do outro. Só compreendemos o que cativamos. Se queres um amigo, cativa-me…
- E tenho de fazer o quê? - perguntou o principezinho.
- Tens de ter muita paciência – respondeu a raposa.
- Primeiro, sentas-te longe de mim…assim…na relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não me dizes nada. As palavras são uma fonte de mal-entendidos. Mas podes sentar-te cada dia um bocadinho mais perto... [...]

Tem funcionado deste modo com algumas pessoas que conheci.

E é tão bom olhar para a nossa raposa, ao fim de algum tempo sem ter contacto com ela, e ver-lhe um sorriso profundo e sentido nos lábios. Uma luz que se acende no rosto dela. Mas, ao mesmo tempo, como se ainda há pouco nos tivéssemos encontrado. E depois receber um abraço que nos faz fechar os olhos e esquecer o mundo.

Definitivamente... o essencial é invisível aos olhos.

Baschi, Freunde

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