segunda-feira, 30 de abril de 2012

O primeiro

Eu não posso pedir aos clientes que falem alemão erudito. Existe um caderno debaixo da caixa registadora com várias listas de códigos para me ter na cabeça (fruta, legumes, pão... you name it). A palavra-passe não entrava hoje de manhã. Entalei um dedo 8acho que nunca tinha tido uma unha engra) e parti a unha do dedo indicador direito (sou destra) bem rentinha. Mas estou feliz... quem diz que trabalhar é um martírio é... louco...
Deste trabalho não vai haver fotos (garanto-vos, um cabaz de bananas é igual aqui e em Portugal), o caminho que tenho que percorrer é muito curto. São 4 minutos de comboio e não sei quanto tempo de bicicleta (hoje não arrisquei a bicicleta... ia ficar cansada da subida, queria estar 100% fresca), mas não é longe!! No entanto... ao vir para casa na hora da pausa... deu para fazer este clique.

A música é... o refrão... hoje não me custa nada ouvi-lo... :)
Agora vou dormir pois estou exausta. E feliz por estar exausta! :D:D:D

O primeiro dia, Sérgio Godinho

domingo, 29 de abril de 2012

der Schlüssel



Fui buscá-la hoje. Como estava histérica, acabei por ir comprar um porta-chaves. Acho piada à ovelha Choné (nunca percebi este nome, a ovelha não tem nada de choné...), mas esta gorducha também é engraçada...

E tanta histeria porquê?!? Simples: amanhã começo no meu novo trabalho. A chave serve para abrir a porta do mini-mercado às 6h da manhã (abrimos as portas às 7h). Estou imensamente nervosa. Mas... espero que aqui a Shirley me ajude a desempenhar bem as minhas funções! :)

Aproveito para agradecer a todos o que por aqui passaram e me deram apoio nestes dias infernais de desemprego. ;)

*Chave, em alemão, é masculino.

Princesas falidas

Se quisesse, podia comprar um carro em segunda mão (por aqui encontram-se coisas muito boas e com uma boa relação qualidade-preço), mas optei por uma bicicleta. Há coisa de duas semanas comprei uma coisa linda, com uma cor clarinha, com um cesto e tudo. :D Vai ser extremamente útil nos próximos tempos e, apesar de poder pagar o carro e a gasolina ser mais barata cá do que noutros países, acho que ainda não me posso dar a esses luxos.

Eu preferia morrer a ter que trabalhar. Foi o que li nas legendas de um programa da SIC Notícias que me prendeu a atenção enquanto fazia zapping.

Mostrava a história de uma filha de uma dinamarquesa e de um luso-francês amigo do Chirac. Os tempos das festas de alta sociedade foram-se porque a família faliu. Não sei se má gestão, se um grande azar ques destruiu a fortuna, embora eu acredite mais na primeira. A mãe diz que o pai era super-protector para a filha e isso, a ser verdade (o marido já morreu, nõ pode confirmar), deve ter levado a que a menina não mexesse uma palha e tivesse vivido num mundo irreal em Cascais.

Ora bem a senhora dondoca que nunca faez nada na vida, recrimina a mãe por passos mal dados no passado, mas...  não me parece que tenha feito nada para mudar o que tinha à frente dela. Disseram-lhe para ir trabalhar para um lar de idosos, mas ela tentou ir trabalhar a tomar conta de cães (em tempo de crise, quando ninguém vai gastar dinheiro no extra de um cuidador de animais). Pediu dinheiro a alguém que tem relações com um embaixador (não percebi quem, nem de que país), mas em vez de ir às compras, foi buscar o carro ao mecânico. E em vez de beber água do cano para poupar, bebe vinho tinto, para depois tratar mal a mãe.

Eu achei revoltante. Quando não se pode ter tudo, tem que se fazer opções. Corta-se com tudo o que é superfluo, com as coisas mais pequenas: desde os vernizes das unhas (uma boa lima e sabão podem deixar quaisquer mãos apresentáveis), as maquilhagens, as milhentas pulseiras... em meia hora do programa, vi a mulher com três ou quatro óculos de sol diferentes. Em vez de encher copos e copos de vinho, que tal comprar só pão?!? E o carro (que era uma lata velha, que qualquer dia deve estar de novo no mecânico)... não seria melhor mandar abater a coisa?? Poupava na gasolina, poupava no seguro do carro. E se andasse a pé sempre perdia os quilos que ela mesma diz que tem a mais.

Eu confesso que não seria capaz de trabalhar com idosos nem em hospitais, porque tenho um medo absurdo da morte. No entanto, se me visse aflita, acho que o faria, nem que fosse só até encontrar melhor e acho que conseguia trabalhar melhor a limpar uma sala de operações no fim de uma "carnificina" do que com os velhos . Mais... não fiquei parada quando vi que não ia trabalhar na minha profissão. Não foi a melhor coisa do mundo começar a limpar numa empresa quando nem as ordens entendia. Mas fui-me mexendo, fui tentando melhorar, progredir... porque, para mim, não trabalhar é que me mata.

Ver isto revoltou-me profundamente, não consigo compreender certas coisas... A arrogância com que ela falava para a mãe, o desprezo que falava dessa coisa magnífica que é trabalhar...  simplesmente mexe comigo!!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Um clássico da música

Eu não sei se ele é louco ou simplesmente parvo... mas gostei da ousadia!

Opções de vida

Eu acho que é a coisa do quero, posso e mando... como diz a segunda senhora...

A explicação do R

Eu tinha dito que não percebia completamente o /R/ em AR de Appenzell Ausserrhoden. E depois, ao explicarem-me a coisa, acrescentaram uma teoria um bocado estranha sobre Rhoden, que eu não aceitei (teoria e explicação do meu cepticismo na caixa de comentários do mesmo post) e vi-me obrigada a estudar melhor a coisa para ter certezas.

Comecei pelo mais básico: consulta do Duden (dicionário alemão) e percebi que, actualmente, Rhode, só mesmo o Island. Depois andei na Internet e descobri uma data de ligações e teorias à volta da palavra Rhode e do nome de Appenzell, em que havia ligações à Idade Média e mais não sei o quê, só que tudo em alemão. Como não conseguia desempatar e podia estar a fazer leituras erradas fui-me informar com alguém que percebe da coisa por diversos motivos. Afinal, nas minhas leituras, não andava muito longe da verdade...

A senhora que explicou as oisas é suíça, de St. Gallen (cantão onde se inserem AI e AR), casada com o herdeiro da tal casa de madeira que cheira a vacas (dentro de AR), é professora primária de aldeia (antigamente os professores de aldeia tinham que saber muito mais coisas, pois era só um a tomar conta da turma [o sistema escolar suíço é, ou pelo menos era, bastante diferente do que eu conheço], logo, história está incluída) e tem um orgulho louco pelo seu país e pela sua História.

Resultado da aula:
Rhode é uma palavra do alemão antigo (a senhora não sabe se de origem grega, latina ou germânica) que depois de uma cordo ortográfico (!!! :D) passou a ser grafado Rode. As palavras começadas por Rh e Th passaram a grafar-se com R e T, com excepção de nomes próprios e de Thron (trono - em alemão os substantivos comuns também são grafados com maiúscula), porque o imperador disse no trono não se mexe. O senhor era inteligente, não?!?

Rhode (Rode) vem de rhoden (roden) que significa desbravar, arrotear; deduzo que Rhode possa ser algo como desbravador . Ou seja, rhoden de Ausserrhoden e Innerrhoden, está relacionado com uma actividade rural, de preparação e cultivo do campo que normalmente era feito em comunidade. Hoje todos os aldeãos ajudam o Hans, amanhã vão para a propriedade da Helga, na próxima Sexta ajudam o Urs...
Algo que era feito também em Portugal. Uma gestão de tempo e recursos humanos chamada, pelo menos na minha zona, andar à volta ou andar à roda. [mas, atenção!, Rhode continua a não ter o significado de roda!]
Resumindo a um título do cantão, seria qualquer coisa como: Appenzell, a terra dos desbravadores/agricultores.

Agora a resposta à pergunta do porquê do interior e do exterior é fácil de dar. Quando se dividiram eles não queriam perder o seu nome, a sua identidade, então o nome Appenzell dos desbravadores tinha que ser adaptado de algum modo. E assim ficou, pela lógica da posição dos cantões, a terra dos desbravadores interior e a terra dos desbravadores exteriores.

Quanto a o cantão ser designado com AR (AusserRhoden) em vez de ser AA (Ausserrhoden) não tenho uma explicação exacta (não houve tempo para tudo!), mas atiro com uma suposição baseada nas bandeiras dos cantões.

Com a divisão, não foi só religião e/ou interior versus exterior. As bandeiras também tinham que ser elemento distintivo dos dois cantões. Então o que foi feito?
Os de Ausserrhoden pegaram na bandeira antiga (fundo branco com urso preto [resquícios da soberania de St. Gallen]) e adaptaram-na com um /U/ (na realidade tem o aspecto de /v/) e um /R/ para Ussere Roden (que quer dizer ausser  Rhoden, desbravadores/desbravação exterior [sim, os suíços têm a mania de passar /au/ para /uu/, como Haus > Huus]). E eu acho que o destaque que foi dado a Rhoden na bandeira foi foi aplicado ao próprio nome do cantão e à sua abreviatura.

E já que estamos numa de distinção de bandeiras e Appenzell... a bandeira de Appenzell cidade leva um /O/ de Ort (lugar).

Eu deixo a imagens da Wikipédia para verem.

sábado, 21 de abril de 2012

O que se aprende com o Google

> Friederich Fröbel nasceu na Turíngia a 21 de Abril de 1782 e ficou conhecido por ter fundado o primeiro Kindergarten (infantário) e todos nós já brincámos com os blocos dele.

> A capital brasileira foi tranferida do Rio de Janeiro para Brasília a 21 de Abril de 1960.

Isto foi o que aprendi hoje ao abrir o Google. Um era .ch (o .de também era assim, com a pequena diferença de ter uma linha azul a marcar a "caixa" do doodle) e ou outro era .com.br (os desenhos são do senhor Oscar Niemeyer).

Mas também aprendi que há muita gente preguiçosa por aí. Se procurarmos informação sobre o senhor alemão, googlando a combinação blocos de construcao froebel, dos primeiros dez links, mais de metade são cópia uns dos outros. :s:s






E já que se fala em nascimentos, a minha colega R. também nasceu a 21 de Abril, mas o ano é coisa que desconheço... Parabéns na mesma! ;)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ideia de génio

Há aqui um cantão que está farto de alunos problemáticos. Solução?!? Os pais pagam uma multa!!! Como sempre há vozes contra, mas pareceu-me que as vozes a favor são em maior número e já há quem pense a nível nacional!! A ver se vai mesmo para a frente!!!

Se calhar a ideia nem seria má de todo para aplicar em certos países, em certas escolas, em certas famílias... Se não aprendem a bem, aprendem a mal. E estou a falar dos pais!!

É da polícia

Estive um bocado para perceber a coisa: era a fotografia de um homem e de um rapazinho; por cima da imagem estava """escrevido""": agente carrega nove meses para sair a cara do pai.
Como eu sou lerda... não percebi que era língua brasileira e que a analfabeta que escreveu aquilo não estava a falar de agentes da autoridade, mas de um nós feminino indefinido. A sério que cheguei a pensar que tinha a ver com um agente de uma força policial que tinha feito asneira com a arma carregada, que tinha ferido/morto o filho e que só tinha tido 9 meses de prisão...
Sim... eu sei que é rebuscado, mas... Haja pachorra... primeiro para as filosofias da treta, para não dizer uma palavra mais forte; e depois para gente que não tem cuidado nenhum com o que escreve.
Acho que certas pessoas deviam ser proibidas de ter computador e acesso à Internet...

Novos e velhos, eles é que sabem!!

Suíça, século XXI:
Há um italiano por aqui que já foi dono de mais de metade dos edifícios da cidade onde moro (são muitos). Conta-se que teve que pedir um fato emprestado para imigrar para aqui. Chegou cá há muitos anos, começou a construir e a vender e a comprar mais terrenos e a alugar até ao ponto de na década de 90 do século passado ser dono de 80% das casas. Diz-se por aí que bebe uma garrafa de whiskey por dia e tem um feitio muito sui generis: se está de bom humor é capaz de dar uma casa a uma pessoa que nem seuqer precise de ajuda; mas se estiver de mau humor solta os cães ao Exército de Salvação; acha que tem dinheiro suficiente para viver o resto da sua vida (e deve ter) e como não tem descendentes não quer saber das suas propriedades e tem algumas ao abandono. A câmara municipal foi avisando do que ele devia fazer, mas ele estava-se nas tintas. Foi para tribunal, ele perdeu (como é óbvio em situações de casas devolutas) e continuou a estar-se nas tintas. Até que o ameaçaram com expropriação e ele... nas tintas!!! Até que constituiram uma espécie de fundação para gerir o património dele e finalmente võ fayer obras a um prédio devoluto na parte velha da cidade. Se não houvesse essa comissão, ele teria sido expropriado em três tempos e a câmara assumiria as obras do prédio.

Portugal, século XXI:
Uma certa câmara tem um prédio devoluto que é ocupado e, de alguma forma, mantido em condições mínimas. Tornou-se um espaço funcional, de ponto de encontro da comunidade e não está a criar ratos e silvas. Essa câmara, num acto de extrema inteligência resolve despejar os ocupantes, ao que parece destruir o conteúdo do espaço e emparedá-lo.
NÃO CONCORDO com a ocupação ilegal, mas... em certas circuntâncias... acho que a coisa dá para relevar um pouco. A câmara fechava os olhos para o antes e os residentes pagavam as despesas da luz, água e afins... é que convenhamos... eles não estavam a destruir nada, estavam mesmo a trabalhar para a comunidade e ganhavam todos... Os ocupantes por terem onde dormir, a comunidade, novos e velhos, por ter onde se reunir, e a câmara por diversos motivos: menos um edifício a ficar devoluto, menos uma nódoa na cidade, menos uma nódoa no país. Nódoa tanto pelo facto de isto acabar por se projectar com mais ou menos força no estrangeiro e por todo e qualquer turista que calhe a passar em frente a mais um belo prédio emparedado!!!

Adoro a sabedoria da senhora de 81 anos. Mas um dos miúdos também sabe se há muitas pessoas que gostam disto, não têm nada que despejar.




Es.Col.A da Fontinha from Viva Filmes on Vimeo.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Verzasca, Val Verzasca

No dia de Páscoa de tarde aproveitámos o Sol para dar um passeio por um dos cantos mais lindos da Europa. Chama-se Val Verzasca. Pelo que parece é dos vales mais pequenos (se é pequeno... como serão os grandes?!?!) a norte de Locarno e tem uma barragem enoooorme no rio Verzasca que faz um lago artificial chamado Lago di Vogorno.

Eu gostei de estar na barragem porque, mesmo com muito custo, consegui lutar contra as minhas vertigens que se têm acentuado, depois de terem aparecido em 2009. (As fotos foram todas tiradas por mim, com muitos tremeliques de pernas. :s)

Depois porque a barragem é extremamente interessante a nível estrutural. Primeiro, esta coisinha com mais de 200 metros e com cerca de 50 anos é a quarta maior da Suíça. Segundo, e se eu percebi bem o esquema desta barragem em arco e respectiva legenda, a água só sai pelas comportas superiores quando a água atinge um pico no Verão (com o degelo), mas está sempre a vazar água para o Lago de Maggiore através de um canal subterrâneo, activando as turbinas de produção eléctrica (a foto 1 mostra o sítio da produção disfarçado no meio ambiente) antes de chegar ao seu destino final. (a foto 2 mostra o leito do rio a jusante e como se pode ver... no water!!)

Entretanto podemos falar da beleza da vista, tanto para montante (foto 4, que, além de um "presépio" na montanha, mostra também o quanto falta encher até à cota máxima!) como para jusante (foto 5, com o Lago Maggiore a quase 2 km de distância ).

A seguir, podemos destacar o facto de nesta barragem estar uma das mais altas plataformas fixas de bungee jumping do mundo (foto 3).
E relacionado com isto, ainda se pode dar valor a uma coisa que se viu em 1995. Teoricamente o Pierce Brosnan entrou num armazém de armas da URSS (eu tentei copiar o vídeo do início de 007-Goldeneye, mas só dá para ver aqui ). Na realidade, era um duplo. Na realidade, era na barragem em plenos Alpes suíços, sem portões metálicos e assim... :D:D

E no fim disto tudo, vejo que sou uma fala barato (versão escrita e digital) porque me fartei de falar só sobre a barragem, quando ainda faltam mais coisas sobre o Val Verzasca.





Porque hoje é o seu dia

Solemnia Verba
Disse ao meu coração: Olha por quantos
Caminhos vãos andámos! Considera
Agora, desta altura, fria e austera,
Os ermos que regaram nossos prantos...

Pó e cinzas, onde houve flor e encantos!
E a noite, onde foi luz a Primavera!
Olha a teus pés o mundo e desespera,
Semeador de sombras e quebrantos!

Porém o coração, feito valente
Na escola da tortura repetida,
E no uso do pensar tornado crente,

Respondeu: Desta altura vejo o Amor!
Viver não foi em vão, se isto é vida,
Nem foi demais o desengano e a dor.



domingo, 15 de abril de 2012

At last...

E com este post acabo com as fotos da minha semana com a Sa. (sou mesmo lenta a actulizar isto!!!).

Apresento Gais, uma cidade de Appenzell Exterior. Acho que aquilo tem estatuto de cidade, mas para mim não passa de uma aldeia. No entanto, não deixa de ter os seus encantos: os frontões elaborados das casas, o museu que está aberto duas horas à Quinta-feira de tarde, duas vezes por mês (eu não sei se o museu é interessante, o encanto, para mim, é mesmo o horário!!! :D:D) e é onde acaba a linha de comboio de cremalheira que parte de Altstätten.
Fundada em 1911 deixou de funcionar "normalmente" em 1949, quando começou a usar a força eléctrica e não do vapor. Anda muito devagarinho... é tão engraçado subir a colina naquilo!

Já agora... se algum dia andarem por ali podem dar uma saltada a Stoss... É uma das paragens da linha (que também significa empurrão) e um local importante na história do cantão Appenzell.
Em 1405, 400 homens de Appenzell lutaram contra 1200 da casa de Habsburgo e elementos da Abadia de São Galo. Apesar de serem menos, ganharam os de Appenzell, o que fez com que o cantão se tornasse independente.
Stoss é uma passagem de montanha, com meia dúzia de casas de agricultores em madeira e a cheirar a vacas ao ponto de não se conseguir dormir. Eu sei porque já tentei dormir numa. Fui convidada para ir passar o fim-de-semana à casa da montanha. Aparentemente, tudo normal. Como a família tinha miúdos que discutiam por causa do quarto (banal) do avô, servi para o desempate. O quarto era paredes meias com a vacaria... a casa tem mais de 200 anos... e é TODA em madeira... Resultado: chovia torrencialmente, estava frio como o raio e eu de janela aberta!! 
Acho que vale a pensa passar por lá. Podemos ver a Áustria ao mesmo tempo que tomamos uma bebida no restaurante perto do monumento que ainda hoje orgulha a região. :D


São lindas...

E não tenho nem metade... Como já tenho fotografias em papel, não perdi muito tempo a olhar para o ar, preferi aproveitar o tempo com a Sa.... mas dá para a amostra!
Uma pequena história... há já uns anos fui a Appenzell em Abril. O degelo tinha começado, entre a minha chegada e a minha partida, o caudal do rio (última foto) aumentou de forma que eu nunca pensei que pudesse acontecer. A partir daí comecei a respeitar mais os rios em dias de Sol. Aqui, tempo quente também pode ser sinónimo de inundações repentinas!!





Mudando de cantão...

Eu depois volto ao fim-de-semana no Sul, mas quero ver se arrumo umas fotos do computador e para isso tenho que voltar a Janeiro, quando andei a passear cá mais para Norte... Assim este e os próximos dois posts são dedicados a Janeiro e ao Norte.
Na Suíça existem cantões e meios cantões. Parece estranho, mas é verdade. Esses meios cantões têm menos poder, por exemplo, no parlamento. Se uns cantões elegem, sei lá... 2 deputados, esses meios cantões elegem só um. Se parece complicado, continue-se a ler...

Dois desses meios cantões são Appenzell Ausserrhoden e Appenzell Inerrhoden, que é como quem diz Appenzell Exterior e Appenzell Interior. O Interior tem capital em Appenzell e o Exterior em Herisau e Trogen (sim, ao que parece são duas cidades!).
Siiiim, dois cantões e uma cidade com o mesmo nome!!! Normalmente usa-se AI e AR para classificar os cantões (não percebo o R para o Exterior) e quem fala de Appenzell refere-se normalmente à capital.

Antes era um só cantão, inserido dentro do cantão de Sankt Gallen, mas por volta dos finais do século XVI dividiram-se por questões religiosas. O cantão Exterior é protestante e o Interior é católico. Estas questões de se dividirem por religiões traz histórias engraçadas atrás...
Conheço uma família que era originalmente católica e outra que era protestante, mas com estas questões de dividirem o cantão mudaram de religião ficando protestante e católica respectivamente. Porquê?, perguntam vocês. Simples: as propriedades dá família católica estavam todas na área que diz respeito aos protestantes e as da protestante na zona de católicos. Então, em vez de ficarem pobres, sem nada para comer, optaram por mudar a religião (que ao fim e ao cabo não é assim tão diferente!). Eu faria exactamente o mesmo!!

Em Janeiro passeei pelos dois cantões. Então vou mostrar a diferença entre um e outro por aqui. Começo por ordem cronológica e mostro imagens da capital do Interior.

Appenzell é uma cidade linda!! É pequena, com casas de madeira pintadas com cores fortes e com uma quantidade de tabuletas inacreditável que lhe dão cor o ano inteiro.

As portadas das janelas tinham todas plantas diferentes com os repsectivos nomes latinos. Resolvi tirar foto ao absinto. Não sei se é exactamente esta que serve para fazer a bebida, mas já agora... por aqui a bebida está completamente regulamentada (ou não tivesse sido inventada por cá e não fossem os suíços os senhores da regulamentação... :D)  e é comum ver garrafas lindas de absinto (não é essência de absinto ou lá o que chamam por outras paragens) à venda no aeroporto.

Sem 100% de certeza, acho que é à frente da segunda casa que eles fazem as eleições, os referendos e afins. Em Appenzell Interior ainda se faz a votação de braço no ar (antigamente, os homens da terra usavam uma espada, que era o símbolo do poder, os que vinham de fora - isto é, casavam com mulheres da terra- ganhavam o direito a votar, mas não podiam usar a espada na cerimónia, para serem distinguidos dos autócnones). Democracia mais directa... não há!!!




sábado, 14 de abril de 2012

O maior

Como já disse, a muralha que fechava o vale não está completa nos dias de hoje, mas o cuidado a conservar o que existe é notório. Para confirmar está uma foto de uma torre de vigia da muralha que está próxima do Castelgrande (o maior e último da visita).

Este castelo é o maior dos três e caracteriza-se pela existência de duas torres quadradas bem altas e, uma vez mais, bem conservadas. Podemos ir da Torre Bianca à Torre Nera (ou vice-versa, esqueci-me da ordem :s) usando a muralha que as liga. Se não tiverem vertigens e quiserem ir ao cimo das duas também é possível, graças a uma estrutura  metálica interna muito século XX/XXI.

É possível aceder ao castelo (que se encontra sobre um maciço rochoso) a pé ou de elevador. Outra coisa muito século XX, com direito a prémio de arquitectura (Beton 1989) (a rocha foi aberta, ou pelo menos cheia com cimento, de forma a poder comportar o elevador e fazia parte da renovação do castelo). O mais fascinante desta estrutura está na parte inferior da mesma, em frente ao elevador: existe uma espécie de clarabóia com uma acústica capaz de transformar um sussuro num berro (eu ia distraída a falar normalmente e assustei-me com a minha voz!!).

Eu gosto do relvado no pátio interior, parece que aquele quadrado de pedra está à espera dos fadistas para uma noite do fado. :D:D Ao fundo vê-se o museu com a história da Bellinzona (desde a pré-história até aos dias de hoje).

Por fim, apresento uma foto, ao contrário da outra (de baixo para cima) onde mostro os outros dois castelos visitados anteriormente.





Descendo

Ao descer a colina do castello di Sasso Corbaro para o castello di Montebello (o segundo da sequência), reparei na igreja que se vê na foto nocturna do outro post. Além de estar bem conservada, acho delicioso que o adro seja seja praticamente inexistente, mas que depois se veja uma vinha à frente!!

A seguir temos vários pormenores do castelo do meio, se bem que o mais interessante para mim está mesmo na última foto: a oliveira. Apesar de ser meia raquítica é um fenómeno por terras tão frias e húmidas. As únicas Olea europaea que conheço por estas bandas costumam estar envasadas, com preços proibitivos, nos hortos e supermercados!






quinta-feira, 12 de abril de 2012

Tal como os chapéus

Ovos... há muitos... pintados, embutidos, de vidro, de pedra, mais redondos, mais ovais...
Não reparei a que botão corresponde o pintaínho da calculadora. :s Mas fiquei com uma vontade enorme de me pesar na balança, além de achar que deve massajar os pés, a expressão pisar ovos seria tornada realidade para mim... e sem fazer desperdício! :)







un castelo di uova

Como disse no outro post, os castelos em Bellinzona são usados como sala de exposições. No primeiro que vimos estava uma exposição de ovos. Havia pequenos textos sobre ovos: o ovo como símbolo do começo da vida, o ovo de chocolate, os trabalhos com ovos de avestruz, os ovos Fabergé... infelizmente não tive tempo para os ler e não havia um livrinho com isso. Mas pude tirar fotos e... que vos caia o queixo com alguns!

Na primeira foto vemos ovos de pedra com pedras e metais preciosos. Tinha um alarme que uma peste de 5anos que foi connosco ia activando!
Ai o presépio em mármore branco... ficava tão bem na minha colecção!!
E o de pedra cinzenta lá para o fundo?!?... tem lá dentro o que me pareceu um mocho esculpido e solto... já viram a trabalheira, a paciência e a arte de esculpir uma coisa dentro de outra?!?! :O







Caixa bem grande



Para o pai, a mãe, o irmão, a tia, o amigo, a avó, a vizinha, o namorado... o que interessa é que seja sentido!

Mais uma de chorar a rir

Roubei no blog que ninguém lê... também é de rir com os apanhados... :D:D 


Eu chorei...

...a rir com a cara dos apanhados. Genial!

Everything starts with one

Ele é o artista das covers feitas só com a boca. Agora lançou um original, todo ele gravado sem auxílio de instrumentos musicais, como forma de luta contra esse fenómeno absurdo que é o bullying. Interessante de se ver, ouvir e passar para os nossos conhecidos!  
  
Stand up, Mike Tompkins

Património Humano e da Humanidade

Meio às três pancadas, resolveu-se ir na Páscoa visitar uma prima que está no cantão Tessino, mais propriamente na capital do cantão, Bellinzona. Que óptima ideia!!
Apesar do frio de rachar pude aproveitar um Sol resplandescente, bem diferente das nuvens tristonhas que estavam cá em cima. E depois o que por lá vi... :)
Portugal tem 13 locais considerados Património da Humanidade.
A Suíça tem 11. Acho que ganha aqui a ilha... se tem um terço do "jardim à beira-mar plantado", das duas uma: ou a Suíça deveria ter menos ou Portugal deveria ter mais... :D:D

Mas não falando de quem tem mais ou menos, quero falar de um dos Patrimónios da Humanidade presentes na Suíça que conheci na minha spedizione al sud.

A cidade de Bellinzona tem três castelos fantásticos mandados construir pelos duques de Milão que eram os senhores da zona na Idade Média. Depois foi dominada pelos Confederados Helvéticos no século XVI, até conseguir a autonomia em 1803, tornando-se a capital do cantão.
Eram unidos por uma muralha que atravessava o vale e que está parcialmente destruída. No entanto, os castelos estão extremamente bem conservados e têm utilização prática: centro de exposições e/ou espectáculos.

Na visita começámos de cima para baixo e é o que vou fazer por aqui. Assim, apresento uma foto nocturna dos três castelos: na imagem, da esquerda para a direita, vemos em terceito lugar a "mancha" de uma igreja, que não está no seguimento da muralha e/ou dos castelos (está a Norte de muralha); depois apresento um pormenor do Castello di Sasso Corbaro para poderem reparar no telhado feito de pedra; a seguir temos vistas panorâmicas de Bellinzona: uma virada a Oeste com os outros dois castelos, outra virada para Norte com as montanhas, outra virada a Este com a montanha com um verde lindo que é diferente do que se vê na minha zona, e a úlrima orientada para Sul com o lago Maggiore lá ao fundo (é um dos lagos mais importantes nos Alpes e é uma das fronteiras entre suíços e italianos). Pequena nota: as coordenadas podem ser um pouco diferentes, do género Su-sudeste em vez de ser Sul exacto. É que eu não levei a bússola!!! Mas sei que o que digo que está para Norte não está para Sul. Não se tentem guiar pelo Sol nas imagens, a coisa não bate certo com o que estamoas habituados noutras latitudes. :s