terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Fasnacht

Eles têm máscaras de madeira, mais ou menos trabalhadas, mais ou menos bonitas, umas são seres estranhos, outros percebem-se ser representação de bruxas das mais terríveis; eles têm fatos com pelo de cabra ou de ovelha, ou outro animal qualquer, não sei bem; eles têm fatos com fitas, restos de tecido; eles têm guizos, muitos guizos; eles andam com campainhas de cabras; eles andam com paus e forquilhas nas mãos. Eles não são os Caretos.

Carnaval é tema que eu não domino, mas que acho muito interessante. Seja ele suíço, seja ele português, o Entrudo tem muito que se lhe diga.
Na terra das vacas, a abertura oficial das festividades (ou algo do género) é na minha cidade, a 11 do 11, às 11h11m. A maior força das festas é entre o Ano Novo e o dia de Carnaval, mas cá na cidade só acaba para a semana, na segunda.
Eles têm cor, eles têm música, máscaras, fatos. Vêm-se por aí muitas máscaras iguais a qualquer cortejo de Carnaval em Portugal, é o cowboy, o índio, o Spiderman, a princesa, o ano passado cá na cidade cheguei a ver dois namorados vestidos de boneco de neve e de boneca de neve. Eram tão fofos!!!
Mas pelo meio vêem-se pelos corsos carnavalescos esta espécie de Caretos. A primeira vez que eu vi uma foto de um mascarado foi numa publicidade ao cantão Wallis (não faço a mínima como de dirá em português). Fiquei surpreendida por me lembrar logo dos caretos. Quando o ano passado fui ver o corso carnavalesco ainda me surpreendi mais por ver que esses bonecos não estão presos só naquela região.

















































Fotos: as primeiras duas são grupos que se apresentaram em Carnavais passados (esta esteve bem!!), em Winterthur e em Basel (Basileia). Ver aqui e aqui.
As outras três são representações das máscaras típicas que me fazem lembrar os caretos. A primeira é do Carnaval daqui da cidade do ano passado. A segunda é um festejo do Entrudo em Einsiedeln, uma pequena localidade na Suíça Central. E a última é do Wallis, mas não em comemoração carnavalesca. Ver aqui, aqui e aqui.

Acho fascinante como é que apesar de haver uma distância de 1750km entre o Wallis e Podence, se pode encontrar algo semelhante. Cá acho que, em tempos muito remotos, os portugueses também dominaram aqui a região dos helvécios e deixaram cá a sua influência...
Ou então não, mas é Caranaval...

1 comentário:

teresa disse...

Há realmente parecenças, Luísa, que máscaras fantásticas! E na tradição oral - um filão ainda muito que explorar - os meus pais em tempos ouviram uma narrativa (salvo erro no que é hoje a República Checa) que era, sem tirar nem pôr, o milagre das rosas da rainha Santa Isabel atribuído a uma antiga nobre lá do sítio. Para mim, o facto de os viajantes cavalgarem durante distâncias incríveis (mesmo na Idade Média), explica muitas destas aproximações de hábitos e coincidência de lendas e outras tradições.