quarta-feira, 25 de novembro de 2015

WAB2 e a esperança no fim do pesadelo

3000 euros, fazendo a conta por baixo, foi quanto eu gastei na porcaria da carta de condução nesta terra. Curso disto, curso daquilo, até duas pós-graduações (WAB =Weiterbildung = vão ver ao dicionánrio se ando longe).

Se não mudarem as regras, não tenho que fazer mais nada a não ser esperar que passe o tempo de prova (ainda mais dois anos!) para, FINALMENTE, obter a minha carta de condução definitiva.
Isto não uma cesariana, foi mesmo um parto a ferros!!!! Mas o último esforço foi feito na Segunda. Embora que não  foi por ter sido o último que a coisa se tornou mais fácil ou mais simples ou mais interessante ou mais coerente. Uma vez mais, deitei dinheiro fora e perdi um dia (deitada no sofá a ver o reality show do momento, teria tido mais proveito!!!)

Ora vejamos, começou-se o dia com um filme com dois cromos a baterem na cabeça um do outro com uma colher de pau. Para que serve o vídeo?!? No F-idea!
A partir daí foi a descambar... passei o dia a ouvir falar do futuro que vai ser dos carros automáticos. Quea fórmula 1 é um bo  tubo de ensaio para esse futuro. Sónaquela... os carros de corrida têm mudanças de que tipo?!? (Pergunta retórica) Pois... para quem não sabe conduzir e para quem não gosta nada de conduzir... talvez. Para mim, é bem mais interessante a interacção com a caixa das mudanças do que ir ali só a carregar ou a soltar o acelerador... mas isto sou eu...
Ah! E que ninguém ouse dizer que conduzir um carro convencional é diferente de conduzir um automático, ou quem diz isso, diz um caro pequeno contra um grande. Segundo aqueles instrutores da treta, é tudo a mesma coisa. Nem comento, porque me dá urticária...

Depois, andámos a gastar gasóleo para supostamente aprendermos a conduzir de forma ecológica. Irónico, não?!? Aprendemos com um carro automático, embora nenhum dos alunos tenha um carro automático ou esteja para aí virado (euzinha... foi a primeira vez que conduzi uma coisa daquelas [e espero nunca mais conduzir um...])
Nessa coisa de aprender a conduzir de forma ecológica (e teoricamente mais económica), foram dadas muitas instruções: subir as mudanças, ter cuidado com as rotações, equilibrar a carga e outras coisas banais que qualquer anormal sabe que faz bem ao seu machibombo.
Mas... eu aprendi mais umas quantas... acelera-se e depois solta-se o acelerador e deixamos o caro rolar, sem travar. Esta é linda!!! Dependendo do sítio e da situação, soltar o pedal do acelerador sem fazer mais nada vai fazê-lo andar aos solavancos. Se não travarmos, nem controlarmos com a caixa de mudanças também me parece que pode ser altamente perigoso... mas sou eu que acho...
Descobri também que se formos num pára e arranca ou se subirmos e baixarmos as mudanças temos a sensação que andamos mais rapidamente. Eu devo ser um atraso de vida... pois eu achei que o meu colega que ia a fazer outro tipo de condução (de propósito) conduziu mais rapidamente do que eu e na realidade... ele demorou 1 minuto e alguns segundos a menos do que eu a fazer os mesmos quilómetros... ou seja, a minha impressão era uma realidade, mas eu devia ter tido a impressão ao contrário. Hã?!? Se eu tive a impressão correcta, não quer dizer que tenho mais sensibildade para aquilo?!?!
No entanto, o ensinamento que mais gostei de ouvir (ou então não) foi um que eu conheço há anos: fazer descidas em ponto morto poupa energia e como consequência minimiza as emissões poluentes. Isso eu sempre soube, mas... nunca pensei que um instrutor escrevesse isso um quadro em sala de aula. É como um pneumologista estar a dar uma consulta de cigarro na mão. Ou o professor de português usar calão na sala de aula. Nós sabemos que existe, mas não estamos à espera que as autoridades na matéria nos digam para fazer o que eles sabem que não é bom fazer...

Depois ouvi coisa giras de como se pode saltar de quinta para terceira ou de quarta para segunda ou de sexta para quarta plena autoestrada. Até pode ser, mas não vou ser eu a arriscar essas cenas na minha caixa de mudanças...

Anda ouvi que quem conduz na autoestrada não se deve preocupar com nada porque na autoestrada não acontece nada de relevante que prejudique a nossa condução. Esta foi proferida por uma aluna, mas eu já estava tão fartinha daquilo que me saltou a tampa e dei-lhe um berro e só me faltou chamar-lhe atrasada mental depois de lhe dar várrios exemplos de perigos na autoestrada (pneus que rebentam, animais, obras, acidentes, até pequenos aviões que podem aterrar!).

 Bolas...quase que tive um esgotamento... os homens são maus condutores porque têm mais acidentes (estou a citar), num acidente numa faixa da esquerda dentro de um túnel não devemos tentar desviar-nos para a direita, pois pode vir um carro. Esta pérola foi depois de vermos um filme de um carro ter conseguiu fugir a um choque em cadeia. O instrutor disse que nunca iria fugir para a direita. Iria manter-se na esquerda (e ficar ensanduichado)... siiiim!!!! como se eu acreditasse que o politicamente correcto de uma aula de condução não seria dominado pelo instinto de sobrevivência...


Eu juro... só a mim para me acontecer tanta treta desta... É que 3000 euros... davam umas ótimas férias num sítio interessante, com motorista permanente!!!!

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