Estava eu assoberbada com tanta clientela, qual não é o meu espanto!, aparece o sub-chefe com a vassoura e deixa-a junto à caixa, sabendo ele que eu nunca começo a varrer ali... numa de olha já podes varrer, não te esqueças!! que eu até fiz o favor de trazer a vassoura.
Mais tarde, agarrada à vassoura, deixei o meu pensamento voar e apercebi-me que sempre vivi com machistas. Tirando o meu irmão e um amigo meu, nunca vi nenhum homem em Portugal a dizer-me deixa que eu varro. Depois continuei com o exercício mental e quase que não encontrava nenhum ser que salvasse a honra. Lá me lembrei do M. que muito facilmente pegava na vassoura ou na pá quando percebia que o trabalho estava no fim. Claro que muitos outros homens varriam, limpavam nos sítios onde trabalhei. Mas nenhum era o primeiro, de forma espontânea, numa de who cares?!? Eu quero é ir para casa! Havia sempre aquela sombra de vou-fazer-porque-parece-mal-estar-aqui-parado.
É um tanto ou quanto frustrante...
É um tanto ou quanto frustrante...
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