Hoje dei comigo a ler um recado de amor de uma adolescente. Foi sem querer. São aquelas coisas que nos caem nas mãos, à mistura com outras papeladas, e acabamos por ler.
Ela lamentava-se dos seus fantasmas. E o meu primeiro pensamento foi: mas que fantasmas pode ter uma miúda de 15 ou 16 anos?
No microssegundo seguinte recriminei-me. Nos meus 16 anos o mundo era grande demais, a vida insuportável demais. Só eu tinha fantasmas e todos estavam contra mim. Isso ou as hormonas que quase me queimaram os neurónios...
E depois apanhei um susto. Assustei-me porque, por momentos, me esqueci do que foi ter 15 e 16 anos. Se nos esquecermos não podemos compreender as atitudes dos miúdos e não conseguimos lidar com eles e com os seus microfantasmas que estão aumentados pelo telescópio chamado adolescência.
Logo eu que passo o tempo a dizer que não nos podemos esquecer das coisas para não cometermos os mesmos erros e para compreendermos os outros... shame on me!
2 comentários:
Ter consciência do facto, já é meio caminho andado, digo eu, que lido com muitos jovens... :)
Na altura fiquei meio assustada. É que eu acredito que é fundamental não esquecer como foram as diferentes fases. Mesmo não tendo que trabalhar com miúdos... ajuda-nos a enfrentar/lidar com o Mundo que muda a cada segundo.
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