terça-feira, 20 de julho de 2010

Estou traumatizada

Há muita coisa que eu não conheço na Suíça. E que eu não concordo, e que não me agrada, e que me assusta. Como me acontece em Portugal ou poderia acontecer em qualquer outro país para onde eu me mudasse.

Mas hoje fiquei chocada com uma mãe. Juro que me deu vontade de correr a trás do carro que ela e espancá-la até a deixar em completa agonia.

Estava eu a preparar-me para jantar na varanda, quando ouvi um grande choro de uma criança. Aproximei-me da beira da varanda e qual não foi o meu espanto quando vi uma criança em cuecas a correr, aos gritos num desespero tão impossível de descrever como de esquecer. Quando me apercebo, ela corria pelo parque de estacionamento atrás do carro que a mãe conduzia descansadamente.

Quando cheguei à janela do meu quarto para perceber o filme de terror que estava a contecer à minha frente, a menina já estava vestida e de mão dada a um homem que deduzi ser o pai. No entanto, o desespero ainda não tinha passado e ela continuava a gritar pela mãe, a pedir que ela não fosse embora. Quando viu o carro outra vez, desatou a correr rua abaixo, sempre a gritar.

Deduzo que o que se terá passado foi uma simples birra. Talvez a miúda não quisesse mudar de roupa, ou vestir-se ou não sei o quê. A mãe, em vez de lhe dar uma boa reprimenda ou uma bela de uma palmada, resolveu torturar a filha de 3/4 anos.

É... esta é uma das diferenças em que ganha Portugal contra a Suíça. Aqui é proibido bater nos filhos, mas pode-se beliscá-los a todo o momento, mandá-los para a cama sem comer, ou coisas magníficas como esta tortura.

Se se puder resolver as coisas sem qualquer tipo de violência, perfeito! Mas se as crianças levarem uma palmada bem assente naqueles rabos, também não as mata.
Agora o que aquela mulher fez... não tem desculpa, não tem explicação, não é lógico, não é rigorosamente nada... e tenho a certeza que no futuro haverá efeitos colaterais de coisas como estas...

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