segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A terceira razão...



De um modo geral, sempre gostei de comemorar o meu aniversário. As duas vezes que eu realmente detestei foram em 1994 e em 2008. Quando eu fiz 12 anos, a minha mãe tinha vindo para a Suíça. Habituada como estava a comemorar o aniversário com ela, com o meu irmão e mais uns quantos amigos, custou-me estar em Fátima com gente que mal conhecia. E a outra foi o ano passado, uma semana antes aconteceu algo mesmo muito mau que assombrou os meus 26 anos. De resto, sempre gostei. Mas há uns quantos reparos...
O primeiro, o mais anedótico, o menos importante, mas que também conta quando ouvimos: "AH! Fazes anos?!?! Então o que pagas??!" É que há gente mesmo à espera que se pague alguma coisa. E eu sou da opinião que o aniversariante é que recebe.
Mas o mais importante vem depois...
O que eu nunca gostei foram as cenas de grande "efusividade" (não sei se a palavra existe), cenas de quase histeria de gente que mal conheço. Gente que é capaz de me dar os parabéns acompanhando a cena com dois beijinhos, quando durante os outros 364 dias (365, se for bissexto) nem um bom dia com gosto me dão. Por isso sempre preferi que o meu aniversário fosse quase incógnito, por isso sempre gostei que as pessoas que sabiam me felicitassem sem estardalhaço para os outros não perceberem. Manias!!
Manias que certas pessoas não entendem (nem querem entender), o que leva a que muitos digam: "Até parece que não gostas de fazer anos!". Eu para não estar a esmiúçar, a tentar explicar os meus sentimentos/opiniões sobre o meu aniversário, acabo por dizer: "Pois, é isso." E isso acaba por passar de uns para os outros: "Quando fazes anos?", nem tenho tempo para responder porque alguma voz diz (com toda a certeza do mundo que me conhece muito bem): "Escusas de perguntar, ela não gosta de fazer anos.". Eu, mais para não me aborrecer, deixo andar.
É que há gente que sabe isto, que entende isto, que se lembra de mim quando faço anos, mas também quando não faço. E isso é que conta realmente!! Essas pessoas que sabem essas coisas parvas acordam-me de madrugada a mandar sms, telefonam, mandam prendas e postais (este ano, eu recebi um pijama enviado de Portugal) e eu adoro. Adoro os actos, mas mais ainda as pessoas.
Não é só com o meu aniversário que sou esquisita. Há pessoas que eu sei quando fazem anos que eu simplesmente não digo nada. Lembro-me delas nesse dia, mas como o nosso contacto é nulo, não envio sms nem telefono. Também detesto ver a "efusividade" de certas pessoas para amigos meus quando eu sei que não lhes ligam durante o resto do ano.
Acho que sim, que a data deve ser assinalada, mas com sentido. Se não se lembram de telefonar, escrever, ou o que seja, a perguntar como estão as coisas, a faculdade, o trabalho, o namoro, a família, ou simplesmente o tempo, porque se hão-de lembrar de mandar sms nos dia de anos? Até pode não ser, mas para mim é hipocrisia... Eu seiq ue sou complicada,mas... percebes agora, Ângela?

Ao contrário do que muita gente pensa, eu gosto de ser acordada à 1H30 da manhã (00h30, em Portugal) com uma mensagem da pessoa que é, há já muitos anos, a primeira a dar-me os parabéns. É muito reconfortante ir a caminho da faculdade e ouvir o telemóvel a tocar para receber uma mensagem do chefe da firma na qual não estou a trabalhar neste momento. Além disso, ao contrário de um amigo meu, que terá sempre a tragédia do 11 de Setembro à volta do seu aniversário, eu tenho um motivo político/social positivo sempre associado ao meu aniversário.
Eu sei que a importância nunca será a mesma, mas no mesmo dia em que eu fazia 7 anos, a Alemanha era reunificada.

Por isso Novembro tem uma razão bem fixe para ser um mês tão porreiro... tem o dia 9.

7 comentários:

teresa disse...

Um dia feliz, Luísa.

Nem de propósito, vim aqui espreitar a meio da correcção de testes e fiquei a saber da data:)

Beijinho de parabéns!

(é bom ser-se aniversariante no Outono:D)

Ângela Mendes disse...

"Escusas de perguntar, ela não gosta de fazer anos."

Não podes imaginar o quanto me enervou. Porque te tirou liberdade.

Ângela Mendes disse...

Agora percebo. Mas só não percebia por alguém não me deixava perceber. Porque me parecia falso que tu não gostavas. percebes agora, Ana??

Ângela Mendes disse...

Já não ouvia esta música há tanto, tanto tempo!!! E logo hoje.... obrigada Ana!!
Tanti auguri!

Luisa disse...

Luísa,

Parabéns, pelos seu 27 anos, e sobretudo pela sua maturidade.

Que seja muito feliz!

Abraço

Luisa

Luísa disse...

Teresa, corrigir testes... que medo me dá!! :D
Claro que sim, há lá melhor altura do ano?!?! Outono, xiiiim!!! Obrigada pelas suas palavras e pela sua presença aqui pelo estábulo!!

Luisa, obrigada pelas suas palavras. Os seus comentários fazem-me bem ao ego. Mas não se deixe enganar, também tenho momentos de pura infantilidade.

Ângela,
claro que te entendo. Quem é que não gosta de fazer anos??? Nem as velhas, bem velhas esquecem o dia, só esquecem quantos fazem!!! Sem stress!
E nunca penses que me tiravam a liberdade. Eu sei que alguém já disse algo muito semelhante, mas enquanto eu puder pensar... serei sempre livre.
Quem perdeu foi quem ficou sem saber, ou a saber as coisas mal, e, sem qualquer dúvida, as pessoas que acham que me conhecem. Eu, que me conheço há 27anos, ainda não me conheço, como é que alguém pode achar que me conhece porque convive comigo diariamente. É que nem um marido conhece a esposa!!! (nem de propósito, o post do "pão com manteiga" também ilustra isto)
Agora já sabes... quando quiseres dar-me os parabéns... dá! Não precisas de fazer como algumas pessoas: "ah! como eu sei que não gostas que te digam nada no teu aniversário, eu mando-te um mail hoje, que já passou um dia!" Cena triste... É bom ser lembrado...

Muitos beijões para todas sem ser necessário que alguma de vós seja aniversariante!!!

Luísa disse...

Ah! Ângela, quanto à música... tinha mesmo que ser assim: alemães que cantam em honra à mudança que se sentiu há 20 anos e se materializou na Queda do Muro... ;)