Fomos a uma festa de trasumância lá para o meio do Grabünden. No regresso aproveitei para parar no único centro comercial que está aberto ao Domingo em toda a Suíça (é outlet, fica mais barato). E dei de frente com mais esculturas de abóboras. tirando as que estavam numa das entradas (as cabras da montanha), todas as outras tinham a ver com o espaço.
Na Terra das Vacas
sábado, 25 de dezembro de 2021
Floresta húmida
Como sempre, este ano houve esculturas de abóboras para toda a gente. As de cima são numa quinta e as de baixo são noutra. A única que achei fraquinha foi o panda (junto ao índio). De resto, sempre interessante e instrutivo como sempre (o senhor do chapéu é o Alfred Wallace, que estudou a zona da Amazónia no século XIX).
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
A pressa é inimiga da perfeição...
Uma senhora muito fofinha aproximou-se do balcão para me pedir informações. Lá estava eu a explicar quando chegou uma passageira. Como faltava imenso tempo para o check-in fechar, decidi ficar com a senhora que estava quase a acabar com as perguntas.
Pneus de Inverno
Os pneus de Inverno não são obrigatórios por lei, mas se tivermos uma acidente com gelo, por exemplo, e não tivermos os pneus... o seguro salta fora. Assim, todos os anos em Outubro ou Novembro vou trocar os pneus (não uso pneus de Inverno todo o ano porque são desconfortáveis para conduzir).
Quando faço a troca peço sempre para fazerem uma pequena revisão: óleo, líquido dos vidros e anti-congelante.
Desta vez marquei pela internet. Lá me apresentei a horas e a senhora da recepção confirmou o tipo de serviço e acrescentou:
- O procedimento demora entre 45 e 60 minutos. Está de acordo?
Claro que estou... fazer o quê?!?! Se quero um bom serviço...
Aproveitei e fui ao supermercado e voltei uma hora depois.
Quando cheguei para levantar a chave, ela perguntou se que queria pagar na hora ou se mandavam para casa, acrescentando o valor total. Eu disse que pagava na hora. Que adianta esperar? Aqui não se engonha, pois ao fim de dois ou três meses temos o tribunal à perna.
Então ela recapitulou:
- Mudança das rodas e as de Verão estão no carro (sim, eu tenho jantes a dobrar, herança do carro acidentado ese não tivermos espaço em casa, podemos pagar para eles nos guardarem os pneus/rodas até à próxima mudança, por isso ela frisou o facto de elas estarem no carro para eu trazer para casa). Os pneus têm X de perfil, o que significa que na próxima Primavera ainda os pode usar.
E prosseguiu:
- Controlo dos líquidos e recarga dos mesmos. Zero vírgula 5 de óleo. Zero vírgula três de anti-gelo. Um litro de líquido dos vidros. (sim, eu escrevi por extenso para se perceber até que ponto ela foi explícita a dar-me os valores)
No fim, paguei 122,80 francos (cerca de 116 euros). De outras vezes houve outros tópicos a tratar por isso nunca tinha visto preço deste serviço. Mas... fiquei deliciada com a mulher e as suas vírgulas... :D :D
quinta-feira, 19 de agosto de 2021
Topo da Europa
Jungrfraujoch significa ravina do Jungfrau (Jungfrau pode ser traduzido como virgem, mas no caso é só mesmo o nome de uma montanha). O Jungfraujoch fica ali "entalado" entre montanhas Jungfrau e a Mönch. Montanhas que, em conjunto com a Eiger, são um ex-libris dos Alpes Berneses (mesmo encostadinhos ao Wallis).
Além disso, mesmo ali ao lado fica o Glaciar Aletsch.
Nestas duas fotos vemos as formiguinhas a caminharem em direcção à Mönch Hütte, A "cabana Mönch" é bem grande, nada de bela, mas tem dormidas e restaurante para quem quiser passar a noite lá nas alturas. :)
Mas, tal como nas televendas, esperem... há mais...
O Jungfraujoch é importante por outros elementos, que vão além de vistas magníficas a 3571 metros de altitude ou compras de relógios caros.
Lá no alto há o Observatório Sphinx (que já fica no Wallis). Sim, observatório porque podemos olhar para o glaciar Aletsch e para as montanhas e para que fica no sentido oposto ao glaciar.
Mas observatório também tem a ver com a ciência. A Universidade de Lausanne, uma universidade da Bélgica e mais não sei quantos institutos usam aquela plataforma lá no alto como estação meteorológica e como observatório astronómico.
Como se isso tudo não bastasse...
Eu já tinha mencionado que Jungfrauchjoch era o Topo da Europa, só ainda não tinha explicado porquê.
Não, não é o topo da Europa porque é alta. Basta olhar para as montanhas à volta: Eiger (3970m), Mönch (4107m), Jungfrau (4158m). Ali é o topo da Europa porque é onde se encontra a estação de comboio mais alta da Europa. (Suíça = país do superlativos)
E agora... por que raio tenho uma garrafa amassada como fecho desta publicação?
Eu abri a garrafa pela primeira vez lá no alto. Quando voltei ao vale, deu-me sede e foi isto que me saiu da mochila... já tinha visto este fenómeno nos aviões, mas não sabia que podia acontecer numa montanha...
terça-feira, 11 de maio de 2021
Schweizer Museen
Esta ilhota no meio da Europa gosta de preservar a cultura. Com o nosso amigo corona, os museus estiveram fechados durante bastante tempo. Mas logo que puderam abrir a porta... o incentivo à cultura vê-se em todo o lado.
No jornal do supermercado que eu recebo (não é um folheto publicitário, é mesmo um jornal, semanário, pode ser que um dia me dê vontade de falar dele) vem um artigo de algumas páginas sobre museus na Suíça. Fiquei deliciada com os números e resolvi partilhar...
Em terras helvéticas existem 1129 museus (e parece que a cidade com mais museus é a minha. :D)
Esse museus todos dividem-se nos seguintes temas:
2.4% arqueologia
5,1% natureza e ciência natural
11,3% história
13,2% técnica e ciência
15,1% arte
19,3% outros
32,3% museus regionais e locais (muitos deles abrem uma vez por mês duas ou três horas, alguns abrem por encomenda telefónica... há de tudo!)
O ano passado foi uma miséria, como toda a gente sabe, então a estatística continua com números de 2019, ano em que houve:
1637 exposições temporárias
12,2 milhões de visitantes
75,2 milhões de peças expostas
143 dias de exposição (média, feita com os tais museus que abrem 2 horas por semana ou algo do género)
E ainda há mais números interessantes sobre museus específicos:
Museu de História Natural de Basileia (há outros museus de história natural): abriu em 1849, financiado maioritariamente com fundos públicos.
Museu Rath, Genebra: construído em 1826 é o edifício de museu mais antigo de toda a Suíça.
Centro Paul Klee, Berna: é uma das colecções mais importantes do mundo referentes a um só artista (percebe-se pelo nome quem é; ainda não o visitei, mas já vi o edifício por fora e só por isso já a vale a pena visitar)
Casa dos Transportes (tradução directa de Verkehrhaus), Lucerna: foi o museu com mais visitantes em 2019 (496147 visitantes). Eu até compreendo. Já lá fui duas vezes e sei que, mais dia, menos dia, vou voltar. Bicicletas, Ford-T, foguetões, um submarino, a cabeça de uma tuneladora que abriu um dos túneis mais longos do mundo, jantes de carros, barcos, avionetas, um avião que transportou o Papa João Paulo II, ascensores, comboios, funiculares, autocarros, eléctricos... é para entrar no primeiro minuto de abertura e sair no último... :D
Museu Ballenberg, Brienz: um museu a céu aberto com casas (muitas delas verdadeiras, retiradas da sua terra de origem) de quase todas as regiões da Suíça, e muitas actividades, económicas e não só, típicas (produção de queijo, de fumeiro, jardins de ervas medicinais, criação de vacas, cabras, produção de pão, uma loja de esculturas de madeira, produção de cordas, de carvão... até uma representação de um funeral há!). E as que faltarem... devem estar para chegar, já lá fui duas vezes e no espaço de dois anos, surgiram coisas novas bastante interessantes. Se qualquer dia voltar lá, de certeza que há mais qualquer coisa...
Museu dos fósseis no Monte San Giorgio, Meride: um museu com fósseis do Património Mundial da Unesco.
* O título quer dizer o que parece: museus suíços.
sexta-feira, 23 de abril de 2021
A minha empresa favorita
Eu não sei se algum dia falei da minha empresa favorita na Suíça. Mas um e-mail de uma colega fez com que tivesse vontade de escrever sobre a minha empresa favorita e dar-lhe um destaque maior em tempos de pandemia.
Qual é minha empresa favorita? Die Post, que é como quem diz A Posta, que é como quem diz Os Correios.
Desde sempre que gosto dos correios aqui. Os motivos são muitos e variados. Vou elencar alguns:
- podemos fazer os pagamentos de todas as contas e ainda carregar o telemóvel e comprar a vinheta da autoestrada e comprar material escolar e jogar no euromilhões e comprar a lotaria...;
- também podem ser banco, assim, posso ir pagar as contas e ver o saldo da conta ao mesmo tempo (literalmente, não é preciso fazer duas transacções);
- têm uma rede grande de balcões e horários alargados que também variam de local para local, mas o geral é trabalharem de Segunda a Sexta entre as 7h30 e as 18h30 e ao Sábado entre as 08h e as 12h (claro que depois há os correios em pontos estratégicos que trabalham ao Sábado de tarde e um balcão no aeroporto e outro no centro de Zurique onde trabalham também ao Domingo e têm horários que vão até mais tarde);
- ainda têm o serviço de transportes da Mala Posta... ok! ok! não são cavalos e carruagens, mas é o Postauto. Os correios têm uma rede nacional de transporte em autocarro, que se distingue das redes de autocarros das diversas cidades, por causa da cor (todos amarelos, a cor dos correios cá) e serve as zonas de periferia/aldeia. têm autocarros articulados para zonas mais povoadas, da mesma forma que têm pequenos shuttles para zonas menos povoadas ou de difícil acesso. Não chamar bus ao Postauto, porque o bus é referente às redes de transportes das cidades, não é para confundir!!!! :)
- entregam o correio de manhã, talvez em meios maiores entreguem de tarde, mas na minha cidade, com 110 mil habitantes, as cartas são entregues até às 13h mais ou menos (isto em tempo de pandemia, que têm tido mais trabalho e menos trabalhadores). Uma curiosidade: antigamente (não muito antigamente) o carteiro passava duas vezes e também levava as cartas das pessoas (a dita volta do correio). Os clientes só tinham que deixar uma tabuleta na caixa do correio e eles levantavam aquilo (hei-de ter uma tabuleta dessas algures);
- têm marcos do correio em quase todos os cantos; não sei se há uma regra de metros entre caixas de correio, mas aqui... é super fácil encontrar uma. Apesar de eu morar a menos de 250 metros dos correios mais próximos, na estação de comboio aqui em frente (20metros, mais ou menos) há um marco do correio.
Mas o que me levou a querer escrever sobre esta empresa magnífica foi a questão da pandemia e como as coisas estão a funcionar.
Eu enviei um postal à minha amiga e ela agradeceu, mas comentou que não sabia como eu tinha coragem para ir para a porta dos correios. tenho que confessar, há uns anos que me habituei a comprar selos on-line. Eu comprava os de colecção e já que estava "pegada", comprava os normais. Entretanto deixei a filatelia, mas acabo por continuar a comprar os selos do mesmo modo. Deste modo, posso mandar postais a toda a gente sem ter que ir aos correios.
No entanto, ir aos correios não me causa aflição...
Aqui junto a minha casa, os correios são pequenos, pois são só para a freguesia (acho que cada freguesia da cidade tem um balcão "pequeno" e depois há a estação correios principal que é... bem grande!), mas têm pelo menos dois balcões em funcionamento (em tempo de pandemia, tempo normal pode ir até quatro).
Como é "pequeno", não têm o serviço de senhas a funcionar. Colocaram uma placa com o número de pessoas que podem estar dentro das instalações e... o pessoal respeita!
Mas vamos ser francos... o que faz com que não assuste ir aos correios é que eles funcionam como antes. Como não há redução de horários, as pessoas continuam a fazer como antes: a dona de cassa vai aos correios de manhã, o homem das obras passa lá na hora de almoço, o professor ao fim da tarde, a empregada de limpeza no sábado de manhã... Ou seja, as pessoas não se concentram por causa da redução de horários porque isso simplesmente não existe.
Como de cinco em cinco anos tenho que apresentar um registo criminal no trabalho, hoje fui aos correios encomendar um e saí de lá num instante sem ter tido ninguém muito próximo de mim, sem ter esperado tempos infinitos. Funcionamento normal, ao estilo pré-pandemia. Portugal devia aprender qualquer coisa.
Sim... eu encomendei um registo criminal nos correios. Dei os dados, ela imprimiu a requisição, eu vi se estava tudo bem e assinei. Paguei 20 francos e no final da próxima semana deve chegar cá a casa. Como é que é em Portugal? (pergunta retórica!)
Sim... eu repito... adoro os correios e Portugal podia aprender umas coisas...
segunda-feira, 12 de abril de 2021
Somos todos iguais. Que ninguém duvide!
O K. morreu há coisa de duas semanas. Um ataque cardíaco retirou a vida a um homem de cerca de 40 anos. Era um tranquilo. Olhar para ele trazia-me paz. Foi com ele que eu sobrevivi a uma secção de check-in. Um choque para toda a gente.
Hoje tivemos uma cerimónia de despedida (ele é alemão, o funeral dele será em Maio na terra dele).
Numa igreja de Kloten (onde realmente fica o aeroporto de Zurique). Os conselheiros da alma (tradução livre) do aeroporto souberam trazer as palavras certas para todos nós.
Entre músicas do Michael Jackson cantadas de forma divina por uma colega nossa, eu fui olhando para a assistência. Dentro da casa de Deus dos católicos, estavam sentados católicos, reformistas, muçulmanos, hindus e alguns alérgicos à cera, que é a forma que a minha mãe usa para me designar como não crente. Havia suíços "originais", suíços de passaporte adquirido. Havia um tunisino louro e uma marroquina com lenço na cabeça (detalhe, ela não usa lenço no seu dia a dia, era a forma dela mostrar o respeito dela). Havia asiáticos e brasileiros. Uma cubana, duas portuguesas e não sei quantos da zona dos Balcãs. Negros, brancos, mestiços.
Naquele momento que nos entristeceu, a minha alma sorriu, pois ainda é possível que nos respeitemos apesar das nossas diferenças.
Descansa em paz, K.. Eu espero que nós por cá também a tenhamos.
sábado, 3 de abril de 2021
Ideias peregrinas...
Por exemplo, para Lisboa são três companhias. Para Londres outras três, mas depois a mesma companhia já pode viajar para dois aeroportos diferentes. Várias vezes ao dia. (ok, as coisas estão um bocadinho diferentes agora, mas ainda há cidades a receber diferentes companhias, mesmo que não seja diariamente).
É muito comum termos passageiros na nossa porta de embarque à espera para embarcar e afinal não é aquele avião. Às vezes, quando nos faltam passageiros, ligamos para a porta da outra companhia, para ver se os nossos estão perdidos por lá e vice-versa.
No entanto, o que se passou esta semana foi para lá de surreal.
Uma moça aproxima-se a perguntar se posso fazer o check-in só da bagagem.
OBVIAMENTE QUE NÃO! Não gritei, mas a minha voz alterou-se um bocado, ficou ali entre o indignado e o espantado...
Uma mala nunca viaja sem passageiro. E muito pior se o passageiro não tiver um bilhete para aquele vôo.
- Ah, sabe... é que o check-in está fechado. E eu não posso fazer o check-in da mala.
Sim, embarcar uma mala sem passageiro. Ainda por cima da concorrência. Deves, deves...
Ok, ok... Eu não sou má por completo. Apesar de me ter rido dela, tentei encontrar uma ajuda para a situação dela. Enviei-a para um escritório que despacha encomendas para outros países (equipamento muito grande, muito pesado ou de cuidados especiais, como uma bicicleta eléctrica). Se conseguiu ou não, se pagou uma pipa de massa ou não... nem quero saber... ela é da CONCORRÊNCIA... que se amanhe com eles e não ande a fazer propostas indecentes!
sexta-feira, 19 de março de 2021
Também consigo ser cabra...
O check-in fechava às 10h55. Onze e pouco ainda tínhamos uns quantos passageiros e o check-in continuava aberto. A supervisora, que já estava na porta de embarque, telefonou a perguntar quantos passageiros ainda estavam para fazer check-in. Disse 10. Eram menos, mas, dizendo um número mais alto, eu ficava com mais margem de manobra.
Atendi todos os mais rapidamente possível. Chega o último passageiro que, atenção!, não estava na contagem dos tais 10. Eu fingi que não vi que ele veio demasiado tarde e aceitei-o.
Mas... lá está a adversativa para chatear...
O sistema dizia que as malas não estavam incluídas. Eu informei-o e... começou a festa.
Que pagou. Que pagou. Que pagou. Peço que prove. Dá-me a reserva, procuro o 1PC (que quer dizer 1 peça/mala) e não encontro. Mas encontro:
Incluído: bagagem de mão
Não incluído: bagagem de porão
Sujeito a pagamento: bagagem de porão
Destaco com uma caneta. Continua a discutir. Berra. Como se eu tivesse medo de berrar. Ou eu fosse incapaz de berrar. 🤣🤣
O check-in devia estar fechado há 25 minutos. Digo-lhe que pague ou que prove. Não quer pagar. Eu dou-lhe um minuto. Não consegue provar. Diz que paga uma mala. Digo-lhe que são duas. Beeeeerra. E que não paga. Eu ameaço tirá-lo do vôo. Ele berra. E não se mexe, nem para pagar nem para provar que pagou. Eu mantenho-me firme e tiro-o do vôo.
Quando me viu a deitar o bilhete dele ao lixo e a tirar as etiquetas das malas... já pagava tudo. Mas... o tempo tinha passado. Eram 11h25 e o avião tinha que sair em 15 minutos. Ou seja, àquela hora as portas do avião tinham que fechar. Era impossível ele pagar e chegar a tempo.
A mãe estava doente. Ele vinha de Basel. A mãe estava quase morta. Ele pagava. Ele tinha gasto mais de 1000 francos no bilhete para ir (ele esqueceu-se que eu vi o recibo que ele me deu... 600 francos ida e volta!!!)Ele... ele... ele...
Eu dei-lhe o número de telefone da companhia e disse-lhe que telefonasse o mais rapidamente possível para resolver a situação dele. Insistia, berrava... eu repeti tudo o que ele tinha fazer. Levantei-me e fui atender outro passageiro que queria tirar umas dúvidas para o vôo do dia seguinte.
Eu sou uma fofa. Eu estico as regras. Eu corro para a porta com o passageiro para passar à frente na segurança e não perder o vôo. Eu ignoro quilos, eu ignoro malas de mão. Mas não consigo ignorar duas malas de 23kg. O sistema não deixa. Simplesmente há coisas que não consigo esconder...
Se ele tinha pago sem perder tempo, eu tinha ido com ele até à porta de embarque e ele ia para o seu destino. Portou-se como um cretino... lixou-se.
Achei piada foi a um colega meu ter ido para junto de mim para me proteger. Esta gente é muito medricas... Se ele se portasse mal... eu chamava a polícia e ele que se amanhasse com os senhores agentes...
quinta-feira, 28 de janeiro de 2021
Sensações
Quase que sinto a Irmã A. M., a irmã que tomava conta da nossa da hora de estudo, a levantar-se discretamente e a caminhar para o fundo da sala e dizer-me que eu deveria estar a fazer os trabalhos de casa e não a perder tempo a ler, que eu era uma ingrata que estava a gastar o dinheiro dos meus pais de forma errada. Era todos os dias a mesma guerra: eu de livro na mão e ela a fazer jogos psicológicos. Só faltou ameaçar-me com o fogo do Inferno.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2021
Ano novo, passageiros novos?!
Estou de volta do computador a tratar de umas coisas, mas, de vez em quando, tenho um pensamento que me faz rir.
Nota prévia: Nós usamos um sistema de cores para facilitar o embarque. Quem tem cor não precisa mostrar papéis porque já os mostrou no check-in. Quem não tem, não esteve no check-in, temos que controlar os documentos na porta de embarque.
Hora de embarque... o caos de sempre por causa do covid.
Separar os passageiros
que têm cor dos passageiros que não têm. Parar o embarque para analisar os
documentos. Recomeçar os embarque. Voltar a parar. Voltar a abrir... claro que
saiu atrasado, mas não dá para mais quando temos mais de 20 passageiros à nossa frente
para controlar documentos...
Mas eu sou uma pessoa positiva. E tento ver o lado
positivo das coisas. Ou pelo menos o lado cómico das “tragédias”. E neste vôo
também encontrei...
O passageiro está à minha frente, peço-lhe o teste PCR. Não tem. Eu digo-lhe
que assim não pode viajar. Tem a certeza?, pergunta-me
ele. Eu respirei fundo. Já devia estar imune a esta pergunta, mas com o stress
daquele embarque... a pergunta incomodou-me. Eu simplesmente disse: Ja.
Mas ele continuou com a sua contra-argumentação: Mas sabe, eu ontem perguntei
uma vez mais e recebi a confirmação de que não é preciso um teste.
Eu fiquei
super admirada e pedi-lhe que me mostrasse tal afirmação por parte da companhia
aérea. Ele todo contente mostra-me a mensagem. Eu li uma vez e pareceu-me que
dizia o que eu afirmava. Como o meu alemão não é perfeito, se calhar eu estava a
ler mal... então li outra vez... Mas depois confirmei... passageiros vindos de
países (Schengen ou non-Schengen) que sejam considerados de risco devem apresentar
um teste de PCR negativo.
Eu fiquei sem saber se me ria dele ou se lhe batia por me fazer perder tempo de
embarque... mas lá lhe disse para mudar o bilhete...
Ou seja... o ano é novo, mas os passageiros continuam a perder
o cérebro quando passam pela segurança... só tenho pena que estas histórias
disparatadas/engraçadas dos passageiros nos fazerem perder tempo precioso na
porta...
domingo, 3 de janeiro de 2021
Il Sud in Ottobre III
Na noite do segundo jantámos em Mendrisio. num restaurante que fica num rua de Canntine. Cantina em italiano tem a ver com caves e arrumações. Naquela zona havia muitas caves e arrumações para vinho. Cada produtor tinha a(s) sua(s) cantina(e), um bocado como as caves do vinho do Porto ali em Vila Nova de Gaia.