quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Topo da Europa

Isto dos coronas acabou por ter um lado positivo. Com as fronteiras praticamente fechadas, turismo em massa da China e da Índia é coisa que não se vê por aqui. Então, certos locais que estavam permanentemente sobrelotados com turistas estrangeiros, agora estão só lotados com turistas nacionais. Eu tenho evitado ao máximo os passeios cliché ou pelo menos em alturas cliché. No entanto, este passeio cliché, em altura cliché (Maio, não há muito frio, nem grandes nevões, mas as montanhas ainda estão fofas de neve), não pode ser evitado. Arranjámos uns bilhetes muito mais baratos e quando veio um dia de Sol... lá fomos nós ao Topo da Europa

Foi um dia de... uau... que lindo!


Fomos de carro até a Lauterbrunnen (visitado o ano passado, com muitos turistas nacionais também!) e apanhámos um comboio até Kleine Scheidegg (azul escuro). Depois trocámos para outro que é um dos orgulhos deste país e fomos até ao Jungfraujoch (azul claro). No regresso descemos de comboio até Eigergletscher e fomos de teleférico até Grindelwald (linha recta cinzenta). E daí partimos de comboio de volta a Lauterbrunnen


Aqui já estava dentro do comboio, em modo subida e podia ver o vale, Lauterbrunnen e a sua cascata mais famosa.


Claro que... quanto mais subíamos, o verde desaparecia para dar lugar ao branco.

Mönch

Jungrfraujoch significa ravina do Jungfrau (Jungfrau pode ser traduzido como virgem, mas no caso é só mesmo o nome de uma montanha). O Jungfraujoch fica ali "entalado" entre montanhas Jungfrau e a Mönch. Montanhas que, em conjunto com a Eiger, são um ex-libris dos Alpes Berneses (mesmo encostadinhos ao Wallis). 
Além disso, mesmo ali ao lado fica o Glaciar Aletsch.

Jungfraujoch é também sinónimo de caminhadas, de compras e  museus alternativos...

Nestas duas fotos vemos as formiguinhas a caminharem em direcção à Mönch Hütte, A "cabana Mönch" é bem grande, nada de bela, mas tem dormidas e restaurante para quem quiser passar a noite lá nas alturas. :) 




Aqui vemos uma das várias esculturas de madeira expostas no complexo por cima da estação de comboio. Esta "bola de neve" é fantástica. Cheia de detalhes sobre a Suíça, música e bonecos animados a acompanhar. :)

A outra escultura é a reprodução em gelo de uma cena de um filme de Charles Chaplin (também figura importante para a Suíça). Neste palácio de gelo havia um bar (não me apeteceu entrar) e várias esculturas. E... quem haveria de dizer... olhem bem quem lá estava também... :D 


Mas, tal como nas televendas, esperem... há mais...

O Jungfraujoch é importante por outros elementos, que vão além de vistas magníficas a 3571 metros de altitude ou compras de relógios caros.

Lá no alto há o Observatório Sphinx (que já fica no Wallis). Sim, observatório porque podemos olhar para o glaciar Aletsch e para as montanhas e para que fica no sentido oposto ao glaciar.
Mas observatório também tem a ver com a ciência. A Universidade de Lausanne, uma universidade da Bélgica e mais não sei quantos institutos usam aquela plataforma lá no alto como estação meteorológica e como observatório astronómico.

Como se isso tudo não bastasse...
Eu já tinha mencionado que Jungfrauchjoch era o Topo da Europa, só ainda não tinha explicado porquê.
Não, não é o topo da Europa porque é alta. Basta olhar para as montanhas à volta: Eiger (3970m), Mönch (4107m), Jungfrau (4158m). Ali é o topo da Europa porque é onde se encontra a estação de comboio mais alta da Europa. (Suíça = país do superlativos)


Assim, nesta foto temos o Observatório Sphinx no topo. E os edifícios, parcialmente subterrâneos onde estão os restaurantes, lojas e "museus" e que dá acesso á estação de comboio (aberta em 1912).


Como eu disse, apanhámos o teleférico no Eigergletscher (glaciar do Eiger) e fomos descendo... e a neve foi desparecendo para dar lugar de novo ao verde.




Já no vale enquanto esperava pelo comboio, vi um deslizamento de neve. Parece mais uma cascata, mas... nop... não é... 

 E agora... por que raio tenho uma garrafa amassada como fecho desta publicação? 
Eu abri a garrafa pela primeira vez lá no alto. Quando voltei ao vale, deu-me sede e foi isto que me saiu da mochila... já tinha visto este fenómeno nos aviões, mas não sabia que podia acontecer numa montanha... 

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