Eles é crianças que matam os instrutores de tiro, eles é massacres em massa. E depois nós, Europeus atrasados (aos olhos deles, é claro) perguntamo-nos: Porquê?! Como?! Easy answer: eles não batem bem da bola e fazem com que os filhos continuem a não bater bem da bola...
Segundo a lei suíça, menores de 16 anos não podem comprar álcool e cigarros. Sempre soube disso, mas na loja foi-me dito que deveria ter muita atenção ao assunto, pois poderia ir até aos 10000 (sim, 10 mil) francos. Quando fui para o supermercado tive que reaprender uma coisa: aquela cadeia de supermercados, por fazer os preços bem baixos, não pode vender álcool ou cigarros a menores de 18 anos. É uma forma de minimizar o consumo excessivo desses produtos.
Esse controlo era feito de forma muito simples: com o código de barras. No fim de o passarmos pelo laser aparecia a pergunta sobre a idade e mesmo que quiséssemos saltar a pergunta, não conseguíamos fazer mais nenhuma leitura até dar uma resposta. Quando eram menores de 18 anos, lá tinha que vir o chefe cancelar a leitura do artigo...
Um dia fiquei espantada por perceber que a sobremesa tiramisu também tinha controlo de idade. Aquilo tem tão pouco álcool dentro. Mas se a regra era assim... eu só tinha que fazer o que me mandavam e explicar aos clientes.
Depois que fui para a gelataria fiz nova actualização. Foi-me dito que ali se poderia vender álcool a partir dos 16 anos. A cabra fez uma ressalva para a existência de álcool nos gelados (entre eles o gelado de tiramisu), mas como não explicou nada mais, eu parti do pressuposto que era como no supermercado: abaixo dos 16 anos, menores de idade desacompanhados, não têm direito a álcool, seja ele de que forma for. Até hoje!!!
Chega-me um meia leca à loja a pedir duas bolas de tiramisu. Eu disse-lhe que não, explicando porquê, pedi-lhe desculpas e mandei-o à vida dele, se não queria outra alternativa.
O cliente a seguir, homem acima dos 40anos, em brincadeira pergunta-me se tem idade para comer tiramisu. Eu brinquei com ele e disse que escapava por um triz. E continuámos a falar sobre o tema e ele deu-me toda a razão, que me compreendia, pois ele mesmo trabalhava na área de restauração e sabe como funcionam as coisas.
Estava eu muito bem e aparece-me de novo a criança e a louca da mãe da criança. Num alemão correcto mas com sotaque americano, diz-me ela aos berros: O meu filho vem aqui há quatro anos, duas vezes por semana e compra sempre tiramisu e só você é que diz que é proibido. Eu apontei-lhe para a folha informativa que nos é dada pela câmara municipal e tem que ser afixada onde se possa ler. Não quero saber, só você é que fez isso. Porquê? Eu não lhe quis dizer a razão: só eu é que faço porque NINGUÉM (incluindo a cabra da chefe) quer saber das regras. Mas ela fez uma peixeirada que eu fui chamar a chefe e deixei que elas se entendessem. Mas frisei: se o seu filho vier cá amanhã eu faço-lhe o mesmo. A lei que conheço é esta e eu não quero problemas.
É que convenhamos.... 10000 francos (mais ser presente a um juiz) é uma multa muito pesada para pagar por causa de umas bolas de gelado. E eu recuso-me pagar isso. E sei que se eu fosse apanhada, a cabra da chefe seria mais rápida que Pilatos a lavar as patas dela...
A chefe tentou pôr panos quentes, mas a chanfrada foi embora a deitar fumo pelas narinas. E eu... pouco me lixando. Eu expliquei os meus conhecimentos e as minhas experiências à chefe, acrescentando que passo a vender tiramisu no dia em que ela me dê ordem para isso, mas a partir daí... ela paga as multas. E a resposta dela foi: ah tenho que ir esclarecer isso com o D. [o chefe dela]. What?!?!? Ela não sabe a legislação?!?!? Mas que raio de responsável de loja é ela?!?!
Nos entretantos ela lá foi procurar a legislação para a net. E parece que há um regime de excepção para sobremesas. O que mesmo assim não me garante nada, pois mesmo sendo sobremesas há uma percentagem de teor alcoólico, que eu não sei se o gelado de tiramisu respeita. Assim sendo, lamento... eu continuo a ter razão... eu não fui/não estou devidamente informada e a mãe contestou só porque sim e não por conhecimento de lei alguma.
Isto é ridículo...
A chefe não sabe a legislação, não a explica aos empregados. Eu sigo pelas regras que conheço/experiências que tive e apanho com uma mãe perturbada porque o atrasado do filho não recebeu duas bolas de gelado? E ainda acrescentou: come duas ou três ou até a caixa toda.
Isto é uma formação do caraças... Mimar o menino que é um atraso de vida (eu daquele tamanho já tinha capacidade de argumentar sozinha, sem precisar da mamã). Fazer um espectáculo deplorável. Contestar uma coisa só porque sim, só porque os outros não fizeram. E ainda diz ao menino que pode comer tudo o que quiser. Oh americana de meia tigela, se os outros não fazem, não quer dizer que estejam todos certos! O facto de os outros fazerem segundo as regras não quer dizer que não seja por pura preguiça de se questionarem e/ou tentarem seguir as regras mais conhecidas.
Agora... ainda se admiram por que raio é que os miúdos matam instrutores de tiro?!?! Eles fazem o que querem, porque querem, quando querem e com a conivência dos pais. Pais e filhos não aguentam um não como resposta. Pais enchem crianças de açúcar e álcool... ainda que seja pouco, quatro bolas por semana, durante quatro anos?!?!?!?!?... o puto deve ter uns 10 anos... por isso... façam contas...
Mas sabem o que me lixa mesmo?!? A cabra de merda da minha chefe mandou-me para casa mais cedo. O F. estava cheio de dores, queria ir mais cedo para casa e ela não o mandou, já a mim... rua.
Ela é como as crianças do infantário: num me deixas bincar com o teu brinquedo? atão já num xou mais tua amiga.
Mas comigo... 'tá lixada! Porque se eu fiquei aborrecida hoje, ela dentro de um mês e pouco vai amaldiçoar o dia em que se cruzou na minha vida!
Sem comentários:
Enviar um comentário