Há uns anos, em Viseu, os homossexuais andavam a ser perseguidos e espancados de forma muito violenta. Deu notícia de televisão, como seria de esperar. Numa entrevista de rua um homem percebeu mal o jornalista e à pergunta "O que é que acha [dos ataques]?" ele responde mais ou menos Eu não acho nada [dos homossexuais]. Cada um faz o que quer. O cu é seu.
De vez em quando, normalmente em contextos que nem têm a ver com a homossexualidade, a minha mãe sai-se com essa resposta. Achou piada à prontidão da resposta. Ao homem não lhe fazia confusão nenhuma, porque cada um sabe da sua vida.
Há bocado dei com uma página de boicote a uma marca de massas italiana. Parece que o chefe da empresa disse que não faria uma publicidade com uma família homossexual porque a marca está centrada na família tradicional. Eu ouvi o que ele disse e pleeeease! o homem não disse nada demais. Era uma opinião, e tal e qual como os cus, cada um tem a sua e cada um dá a sua.
Mas não foi isso que a comunidade homossexual viu. Abriu fogo contra a empresa. Boicotemos então uma empresa que não é nada pequena. Vamos pôr milhares de empregados na rua só porque as palavras do homem foram distorcidas.
Eu não percebo o que é uma família tradicional. Um homem casado com uma mulher? Divórcio não que se casaram na igreja. Mas ele dá-lhe todos dias na cabeça, pula a cerca e ainda a chama de puta. Um casal de drogados que deixam os filhos a morrer à fome porque vão gastar o rendimentos social em cocaína. Isso também é uma família tradicional. E sinceramente... entre dois gays felizes na sua vida e uma mãe que abandona o filho... prefiro o não-convencionalismo.
Mas agora que vou fazer?!?! Vou boicotar a massa porque o chefe da empresa resolveu fazer uma publicidade com família composta por pai, mãe e dois filhos (normalmente um mais velho e uma mais nova)?!?!
A terceira pessoa mais importante na minha vida (eu: primeira, mãe: segunda!) é gay. Antes de mo ter dito eu já o sabia há dois anos. Deixei-o andar até ele se sentir à vontade, porque para mim... ele é igual ao que sempre foi, tirando a barba e as entradas da careca que se começam a notar.
Das duas uma, ou os gays se comportam como gente normal ou não podem pedir que sejam considerados normais. E eu não digo ao que fazem dentro de quatro paredes. Estou como o homem... o cu é de cada um. Falo em vestirem-se como mulheres quando são homens. Falo em comportarem-se como prostitutas reles em pleno Bairro Alto ou discotecas cujo nome não quero mencionar, mas que eu frequentei com muitos amigos gays. Falo em não (tentar) forçarem uma mulher heterossexual a fazer o que não quer, numa discoteca lésbica, aproveitando-se da sua embriaguez. Falo em não usarem o já gasto rótulo da discriminação sempre que alguma coisa não vos cai no goto.
O meu melhor amigo é gay e eu amo-o na mesma, mas ele sabe que eu não suporto bichices, não suporto fanatismos, nem fantochadas. Porque são coisas bem diferentes, uma coisa é eles gostarem deles e elas gostarem delas, outra coisa é exporem tudo cá fora. E agora se eu me pusesse a contar as minhas fantasias sexuais num bar? E se forçasse um rapaz desconhecido numa discoteca? O que era eu? Uma reles puta. E se eu for aí com um pin no peito a dizer que tenho orgulho em ser heterossexual? Eu aceito que homossexualidade não é opção. Mas eu também posso ter orgulho de gostar de homens com glúteos firmes, peitorais definidos, olhos marotos e mãos fortes. Ou não? Ou a coisa varia conforme dá jeito?!?!
Assim, deixem lá o senhor da pasta em paz. É que mesmo ele vendendo penne, há coisas que continuam a não ser para misturar...
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