Há quem diga que não há. Mas eu acredito piamente que sim.
Durante muito tempo eu quis ter tudo fazer tudo. Sonhava, ansiava. Invejava de forma doentia. Culpava o mundo por não ter, por não fazer.
Em 2004 foi-me ensinado por um nadador salvador da piscina do Areeiro como ter calma. Mas calma - calma. Esse ensinamento foi-me reforçado pelo M., mais tarde, na estufa. Não é que eu não soubesse que não se pode ter tudo, que não se pode fazer tudo, que tem que se ter calma. Eu sabia isso, mas não sabia. E tenho muito que agradecer a estes dois por um ensinamento que eu sei que eles não sabem que me transmitiram. :)
Isso fez-me crescer e ganhar paciência que eu pensei não existir, pelo menos para mim. E fez-me ganhar a tal da inveja boa.
Quando alguém me diz que viajou para aqui ou para ali eu tenho uma inveeeeeeeja. Mas não lhes desejo mal por terem feito o que eu não fiz. Fico contente por essas pessoas e desejo ardentemente que me contem como foi, de preferência com fotos e/ou postais a ilustrar. Queo experimentar um bocadinho do que eles experimentaram, ainda que indirectamente.
Com a inveja boa veio a partilha de experiências sem qualquer vontade de me gabar (no entanto, eu gosto de me gabar quando me provocam, aí puxo pelo curso ou pelo ordenado ou pelas viagens ou por minhoquices que não interessam a ninguém, mas que eu sei que fazem mossa na pessoa à minha frente). De há já uns bons tempos para cá que gosto de partilhar as minhas viagens, as minhas "aventuras". Porque sei que, tal como duvido que eu vá dar uma volta ao Oriente durante uns meses como uma colega minha fez, acredito talvez algumas pessoas nunca venham a lavar os pés no Reno.
As coisas boas, músicas, livros, experiências, fotos,, são para ser partilhadas. Ensinamos alguma coisa, aprendemos alguma coisa. E fazemos uma coisa simplesmente formidável: viajamos sem sair do sítio!
Assim, é com o maior dos prazeres que tenho partilhado as minhas experiências por aqui e é com o maior dos prazeres que continuarei a fazer essa partilha, assim ela se justifique! Desse modo, Teresa, não precisa de agradecer uma coisa que faço por gosto. :)
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