Eu não conheci o meu avô paterno. Mas sei que herdei algo dele: adoro árvores. Por mim, passava a vida a plantar árvores. :)
Ontem fui dar uma volta por sítios onde nunca tinha ido e por sítios onde não passava há anos. Hoje passei numa ponte onde não passava desde 1996 (ano em que abriram a alternativa mais prática para mim). Fiquei desolada. Desobri que não há árvores. Sítios onde havia enormes manchas de pinhal estão desertos. Simplesmente evaporaram. Nem sequer foi para construir casas ou para desenvolver a agricultura. Seco, tudo seco, qual deserto do Sahara!
Passei por terras onde não sei se já tinha passado. Uma rectas ladeadas por muros de pedra não muito altos. Resquícios dos tempos áureos da agricultura, marcas das quintas dos grandes senhores em terras onde nasceram nomes importtantes para a nação. Numa dessas terras há um café à beira da estrada que se chama Brisa da Mata. Em frente, do outro lado da estrada, um muro deixa antever a miséria. Meia dúzia de pinheiros raquíticos denunciam o local que deu origem ao nome ao café. No entanto, brisa... nem naquela estrada nem noutros por onde passei. Senti-me abafar dentro do carro. Estou a ver que já lá vai o tempo em que se passeava de carro com os vidros descidos para se aproveitar a frescura das árvores, para se cheirar a resina dos pinheiros ou o aroma das tílias, conforme o local onde passasse, para ouvir as cigarras, os grilos e os sapos. Agora ou se usa o ar condicionado do carro ou sujeitamo-nos a passar mal durante um passeio que se deseja agradável.
Triste, muito triste com tamanha asneira. Pensar que o D. Dinis soube perceber a importância das árvores para evitar a destruição das terras... Dá-me vonta de andar a distribuir umas chapadas a esta gete que se diz do século XXI!!!!
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