domingo, 21 de julho de 2013

Coisas boas que me fazem pensar um bocadito



Billie Joe Armstrong, no videoclip de When I come around, tira o telefone do gancho e deixa-o a balançar. Veja-se a loucura! A ousadia! Isso ou eram os meus olhos de garota demasiado inocente, quase raiando a ignorância, criada numa aldeia da Beira Alta e depois transferida para o fim de mundo que era Fátima. Por causa desse acto de rebeldia comecei a prestar atenção aos Green Day.
Depois cresci, percebi que o senhor até nem fez nada de especial no vídeo, porque o mundo fora do televisor é bem pior. Mas continuei a ouvir a banda. Simpatizo com eles. Que hei-de fazer?!?

Este ano fui vê-los ao Optimus Alive. Não levava as expectativas muito altas. Habituei-me a tê-las baixas para não sofrer desilusões. Principalmente depois de ouvir um colega falar de uma outra banda que actuou neste mesmo festival e ter sido um grande fiasco. Pode ser pelo facto de ser um festival e não um concerto só deles, mas não houve grande ligação ao público, dizia-me ele. Eu não aceito, se eles não se empenham tanto num concerto de um festival... não aceitem. Tão simples como isso.

Mas lá fui, descobri uma banda que não conhecia e gostei bem das suas guitarradas. Para não perder um lugar decente de frente para o palco, aturei uma banda chaaaata que me pareceu tocar a mesma música desde o início até ao fim do concerto (e achei incrível o comportamento de muitas garotas e mulheres ali presentes: gritavam como loucas, quase que se descabelavam, verdadeiras fanáticas deles e, no fim de contas, nem sabiam que era a primeira vez deles em Portugal! :s). E quando vi o Mr. Tré entrar em palco... pronto... deixei-me levar.

Superaram todas as expectativas. E não era só por eu as ter baixas. Já fui  a alguns concertos, mas nunca vi uma banda a comunicar tanto com o público. Para ser franca, acho que só alguns Djs na Street Parade conseguiram igualar esta banda. Desde a forma adocicada como o Billie dizia Lisboa, até às brincadeiras deles em palco e com o público, passando pelo facto de levarem gente ao palco para fazerem número com eles e oferecerem uma guitarra a um rapaz (O Manuel ganhou a noite!!) sem esquecer, claro!, a música em si... tudo me deliciou.

Quando veio a "minha" música (que eu desejava que fosse tocada, mas honestamente, não pensei que isso pudesse acontecer) foi a loucura, para mim... Eu até me esqueci que eles ainda não tinham tocado certos hits bem mais recentes que eu até cantarolo com mais frequência...

Saí dali deliciada! Não vinha histérica e aos gritos porque acho que já passei a idade desse comportamento, mas... o sentimento era mesmo esse. :D

Fui para casa com a minha colega e estivemos tempos infinitos a falar do concerto, da banda... e, sei lá porquê, fomos à procura da idade do vocalista. Já que estávamos a ler a idade lemos mais umas coisas e aí é que eu fiquei surpresa!!

Não sou pessoa de ligar à vida pessoal dos famosos, logo não sabia que o vocalista dos Green Day tem filhos e é casado com a mesma mulher há cerca de 20 anos. No seguimento da leitura, percebi que, pelo facto de ele ser fiel à mulher há quem o goze. Chamam-no de monógamo como se isso fosse piada só porque ele não dorme com groupies. A ser tudo verdade, o senhor ainda me surpreende mais. Como disse, não me interessa a vida dos famosos, mas é tão bom saber que ainda há pessoas com princípios e valores.

Se querem dormir com todas (porque muitos hão-de ter mais fama que proveito) são uns porreiros, mas aquele decide-se por se manter fiel e é gozado?!?! Mal comparando, passa-se o mesmo comigo quando resolvo não beber álcool. Até parece que para ter uma noite divertida tenho que encharcar as velas...

Onde andam os valores desta gente? Ou pelo menos o respeito pelos valores dos outros?!?

Se eu simpatizava com ele (aquela cara de puto aos 41 anos... é muito fofa! e eu sempre tive queda para os rebeldes) e do trabalho dele, agora gosto mais dele por se manter firme perante valores tão simples (mas, passo a redundância, cheios de valor) como o do casamento, o respeito pelo outro e por aí fora...

Bem... ele lá diz... don't wanna be an american idiot...

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