Com muita pena minha, eu não conheci a minha avó materna. Era, pensa-se, esquizofrénica. Quando tinha crises destruía tudo, uma vez quase que matou o meu avô. Muita gente se perguntava onde ela ia buscar força para certas coisas. Mas toda a gente diz que ela era um amor de pessoa quando não estava "possuída". Não sei se é por sempre ter ouvido falar da doença mental em casa, se é por outro motivo qualquer, mas eu respeito muito os doentes mentais.
No entanto, quando me passo, uso nomes carinhosos como esquizofrénico, doido, maluco, tonto para desabafar contra gente que me tenta destruir a sanidade mental. Há quem diga que é uma falta de respeito fazer isso, eu acho que o facto de eu chamar esquizofrénico a uma pessoa "normal" porque tem um comportamento "anormal" não me faz desvalorizar a minha avó e/ou os outros "verdadeiros doentes".
Ontem, que raiva!, dei comigo a chamar, mentalmente, esses nomes todos à minha patroa. Deu-me uma vontade enorme de lhe bater e perguntar se estava a filmar-me para o Candid Camera...
Aparece a meio da manhã, com falinhas mansas. E, segundo as palavras dela, com uma pergunta difícil: será que podes trabalhar a última semana de Fevereiro? O R. [o marido] tem uma semana de projecto na escola e não pode trabalhar. Eu sei que te despediste e não te vou obrigar a trabalhar até ao fim do mês [estou a ver aqui intimidação?!? ela poderia fazê-lo, se tivesse rebatido na hora certa a minha carta de despedimento], mas se puesses... eu pagava-te o ordenado todo. [ah! aqui é tentativa de suborno, mas se ela me pagar o ordenado todo nãoz fa mais do que a sua obrigação]
Obviamente que eu me demiti, obviamente que eu não volto atrás com a minha palavra. Muito menos para facilitar a vida de quem tramou a minha.
Ah. porque fica bem se trabalhares depois de te despedires [fica mesmo, os do centro de emprego gostam dessas coisas, a sério!]. E coiso e tal e eu não sei quê... [aqui é o quê? graxa?!]
What????? Primeiro é o meu alemão que não vale nada e os clientes não fazem encomendas comigo e a dois dias de eu bater a porta vem esta conversa?!?! Ela acha que no fim de me dizer que a senhora E. reclamou do meu alemão e não fazia encomendas comigo eu agora ia na conversa primeiro intimidatória e depois melosa dela?!?! [já agora, eu não acreditava que a senhora tivesse dito isso e ontem tive prova de que o patrão até para a mulher dele é um mentiroso do caraças para a mulher, pois a tal senhora ontem foi lá fazer uma encomenda comigo e fez outra hoje!!!]
Desculpem lá, mas, para mim, isto é de gente louca que quer pôr o resto das pessoas a bater mal... Há aqui uma bipolaridade ou uma mania qualquer. Porque gente normal não diz uma coisa e faz outra. Ou faz e afinal sou eu a louca?!?!
A minha sorte é que ainda há gente sã à minha volta e me tem dado um apoio fantástico. Desde tentarem arranjar trabalho para mim, passando por ofertas de carinho, amizade e até prendas.
Ontem recebi esta mini-orquídea e um postal com umas palavras lindas da minha colega M.. trabalhámos algum tempo juntas e foi ela que me mostrou muito do que os suíços e os portugueses podem ter em comum...
Quanto à minha patroa... ela que vá pentear macacos, porque a pergunta não era difícil. O que era difícil era ouvir a resposta que ela já sabia que eu ia dar...
2 comentários:
É sempre bom vermos que há gente que não se vende, ainda bem que a sua patroa já imaginava qual iria ser a resposta, Luísa. E as palavras nada são, o que realmente interessa é o exemplo e a intenção que lhes está associada (isto quanto à questão do «esquizofrénico»). Espero que surja quanto antes, um emprego onde a valorizem e não haja quem se julgue mais do que os outros (quem o faz, é sempre mesquinho). Bom fim de semana :)
Obrigada, Teresa!
Eu acredito que sim, que vou dar a volta por cima rapidamente. E confesso que vou ter alguma satisfação quando souber que os meus ex-patrões se andam a descabelar com a minha falta (que também não há-de demorar muito, ou eles não me pediam para trabalhar depois de eu me despedir).
Bom fim-de-semana para si também! ;)
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