De todos os defensores de qualquer coisa, os que eu menos gosto são os dos animais.
Na minha humilde opinião, os defensores dos direitos dos animais são muito otários (peço desculpa à excepções, que espero que existam). De vez em quando aparecem com umas ideias... que eu pergunto-me se estarei a ouvir bem!!
Estava a fazer tempo para apanhar o comboio e resolvi ligar a televisão para ver as notícias. Como estavam a falar de um animal raro que eu não entendo, nem nunca entenderei, e que ocupa a televisão o tempo todo... achei mais interessante mudar para a RTP2 do que ouvir dizerem mais do mesmo sobre política (o tal animal!).
Estava a dar uma repetição do Sociedade Civil. Um programa que sempre achei interessante, com temáticas actuais, mas que, por vezes, tem uns convidados um tanto ou quanto duvidosos. Hoje o tema devia ser algo a ver com direitos dos animais ou animais de estimação. Só vi aquilo durante 3 ou 4 minutos, porque o comboio não espera. Mas, mesmo que tivesse tido mais tempo, teria mudado de canal!
Uma senhora dava uma ideia espectacular: um animal de bairro. Seria um animal de estimação comunitário, para toda a rua ou bairro. A pequena comunidade iria ter que se preocupar com o animal e, ao mesmo tempo, teria o prazer de conviver com o bicho. É muito cool!! Se as pessoas se organizarem, pode ser genial. Ganham todos:
o cão abandonado ganha casa, cuidados e um montão de amigos;
as crianças ganham um amigo de quatro patas e começam a estreitar o convívio com os animais (ainda há gente a pensar que o leite nasce no pacote, assim, tem que se começar por algum lado!);
os idosos ganham uma companhia valiosa que pode salvar vidas (o único cão que existiu na minha casa salvou a vida do meu avô que era velhote e caiu num sítio isolado);
e a comunidade em geral ganha o sentido de responsabilidade e a coesão óbvia que estas situações de partilha exigem.
Era uma sugestão da senhora, mas o animal não ouvia as coisas até ao fim e distorcia tudo.
Ele interrompeu com a ideia genial: e se o animal sofre maus tratos dos vizinhos que não gostam de animais? Oh! otário, qual é a parte de decisão em comum que não entendes? Se não há concenso, não há animal!
Depois vem com a teoria do animal violento que não convive ocm crianças. Quantas vezes se ouve falar de animais que atacam as crianças com que convivem toda a vida?!! Mas há mais!
A senhora contra argumentou com: o cão não seria assim tão perigoso para os conhecidos porque cresceria na rua. A besta pergunta indignadérrima: então vão pôr o cão na rua? Mas a animália tem que ser tão literal?!? Crescer na rua, ao cuidado da comunidade não será a dormir debaixo de um carro e a comer restos. Ele deve ter crescido num ermo, sem contexto social e não deve ter um velhinho que diga sobre ele: Oh! Era um bom pIqueno. Cresceu aqui na rua sem nos dar chatices! É que eu cresci numa rua, mas nunca dormi na rua, nem sequer a acampar! O que era proposto pela senhora era arranjar uma casota num sítio recolhido com acesso a todos os elementos da comunidade. Mas ele é como uma toupeira... não vê nada!
O iluminado, que diz estar a orientar dois mestrados sobre cães, diz que muita gente não sabe comunicar com os animais. É um facto! Pergunto-me quem é que sabe comunicar realmente com animais?!?! Eu não! Por isso não tenho nenhum em casa (isso e a proibição de animais no prédio). Mas, pelos vistos, o homem deve andar há muito tempo em contacto com os animais. Tanto que já se esqueceu como se fala com humanos! Haja pachorra!
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