Ontem, um cliente chanfrado esqueceu-se de um tazer na loja. (Sim, arma de defesa que dá choques. Sim, parece que é legal por estas bandas).
Graças a isso já se fizeram meia dúzia de piadas. Mas hoje... a minha vontade era ter usado o aparelho pelo menos duas vezes...
Um dos momentos foi pouco antes do fecho. Dois fedelhos, que deviam estar na cama àquela hora, resolveram roubar duas recargas de isqueiros. O meu chefe apercebeu-se, confirmou no vídeo, foi à procura da canalha. Isso fez com que se perdesse tempo e lá andámos nós a correr para fazer tudo a tempo de apanhar o comboio para casa.
Mas o momento em que eu teria tido um enooorme prazer em fazer uma boa descarga foi um bocado antes. Chega-me lá um senhor com aspecto limpo que fez um reparo ao preço da revista (com razão). Mas depois acrescenta: é tudo mentira o que aqui está. E eu disse-lhe logo não me diga isso porque eu estava a pensar comprar a revista.
A Geo é uma revista alemã com publicações mensais, mas que depois tem edições especiais em diversas áreas. A minha área preferida é a que se dedica a países e cidades. No entanto, de vez em quando compro as que se dedicam à história e à Humanidade em geral. A edição em questão aborda o Islão e eu estou a pensar comprá-la para ver se aprendo mais. Não, não me vou converter, mas o saber não ocupa lugar...
Então, voltando ao gajo, depois de ouvir que era tudo mentira fiquei desiludida. Como é que era possível fazerem uma revista, que custa uma fortuna, cheia de mentiras ?!?!
Resulta que o cromo não se referia à revista, mas sim ao Islão. Segundo ele, é tudo mentira, tudo roubado do Judaísmo e só Jesus é que conta. Para se ver Jesus é preciso sofrer, porque amar é sofrer, porque os gregos têm cinco palavras para dizer amor, porque a Bíblia é que está certa, porque eu (eu, Luísa) ainda não sofri, porque ele é um perito, porque ele vê uma pessoa e consegue logo "lê-la"... e porque... eu, Luísa, sou uma grande otária e tenho a mania de dar trela aos clientes...
Só sei que cheguei ao ponto em que disse que não acreditava em nenhum deus, mas que, acreditando no que aprendi, Jesus é amor e que o homem, que se acha especialista, é simplesmente um extremista...
Bolas!!!! Mil vezes falar com o "filósofo mal-cheiroso" (gosto mesmo dele, um dia falo dele) que é um homem tolerante e muito menos delirante do que o arranjadinho e nunca de provocou o desejo profundo do uso da violência!!!
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