quinta-feira, 6 de novembro de 2014

E paga-se uma aula para isto...

Quem pensa que me conhece acha que eu sou uma rebelde que vai contra todas as regras. Já lá vai o tempo em que era!!...
De há uns anos para cá a coisa mudou. Não, não me tornei conformista. Simplesmente percebi que há regras que não vale a pena, de todo, quebrar. Assim, só em contextos muito específicos é que, por exemplo, me vêem a desrespeitar regras de trânsito (onde não ponho ninguém em risco, isto é, a estrada está vazia, ou em sítios onde a sinalética simplesmente é ridículo... ai aquele STOP ao pé de minha casa!!...).

Ainda há umas semanas, resolvi ir até ao Porto. Nunca lá tinha estado com tempo e queria estar com uma colega. Fiquei de passar na Régua para a ir buscar e depois seguiríamos para a Invicta. Ela disse-me precisas de cerca de uma hora para chegar. Depois pensou melhor e disse para ti é preciso coisa de 1h15. Eu tenho o pé mais pesado. Pois, como ela me conhece, sabe que eu só arrisco onde sei que posso fazê-lo. Como a A24 era mundo novo para mim... ela sabia que eu não me iria esticar...

E é assim que eu sou. Tento poupar nas multas, evitar sustos e acidentes. E é com desespero que eu vejo a data de exame de condução a chegar e os meus conhecimentos de condução a andarem para trás.

Hoje aparece-me um gajo da escola de condução onde eu ando para uma simulação de exame de condução. O carro mal tinha começado a andar já eu tinha problemas.
Num cruzamento, estou eu a chegar e está um otário à minha direita que tem prioridade independentemente do sítio para onde vai, pois ele está pela direita.
Como não se mexe, chega um pela minha esquerda e a prioridade fica toda bloqueada pois:
- o da minha direita quer ir para  minha esquerda, mas fica bloqueado pelo da minha esquerda;
- eu quero ir em frente mas fico bloqueada pelo da minha direita;
- da minha esquerda quer ir para a minha direita, mas fica bloqueado por mim.

Se o otário da direita se tinha mexido, ele tinha passado, depois passava eu e depois o que chegou mais tarde iria ter tempo de passar sem esperar. Mas como aqui é uma cambada de nabos que só deveriam conduzir carroças...

Vira-se o tal do instrutor-simulador-de-examinador, ah aqui nós temos que fazer sinal com as mãos. Mas que raio?!?! Porquê? pensei eu.
O da minha esquerda mexeu-se, meteu-se a tralhão e passou à frente e a coisa arranjou-se. Mas aquilo ficou-me a bater na cabeça.... por que raio teria eu que fazer sinal? Se o da direita tinha sido competente não tínhamos ficado encravados.

Vamos andando e ele começa a dizer o que eu devo fazer ou não. Algumas coisas contrárias ao que a minha instrutora tinha dito antes!!!!!!!!! Mas a pergunta que começava a surgir na cabeça era: se ele é um simulador de examinador, quer dizer que o examinador não se cala no exame?!?!

Mas ele começa com picuinhices que eu não consigo compreender e ainda tenho a coisa de fazer sinal com a mão na cabeça. E ele manda-me parar para me explicar a regra, mas a regra eu até a sei, só não percebo cada vez menos quem é o nós por que raio é que nós temos que fazer sinal e mais não sei o quê.

Ah não podes pensar tanto, diz-me ele. Eu explico-te o problema depois. Mas que raio, como é que se pode passar à frente dos problemas até haver uma vaga para esclarecer?!?!? Mas continua-se a debater a coisa: ah porque tu não tens que fazer sinal com a mão. Então... nós não implica eu?!?!? Se nós temos que fazer sinal, eu não tenho que fazer sinal?!?? Resultado, eles é que têm que fazer sinal... Resultado... eu percebo melhor chinês falado por um japonês com dislexia e paralisia cerebral! 

Mas como se eu não estivesse enervada o suficiente, ele, por causa de uma merda que ninguéééééééém faz, vira-se e diz: tu és contra as regras! Foi a gota de água. Eu já tinha o carro parado para ouvir a explicação do que não tem explicação (ou é ou não é, porque regra de prioridade não é filosofia). Desliguei o motor e saltei fora do carro. Ah para onde vais. Eu? Eu vou a pé que já estou farta desta conversa.

Eu tenho dar o tudo por tudo para conduzir à maneira deles. Só sei que há dias a minha mãe me mandou um berro a perguntar o que estava eu a fazer... pois bem... eu estava a conduzir à suíço... E este otário que não me conhece de lado nenhum diz-me que eu sou contra as regras?!?! Que não respeito a lei?!?!

E além destas coisas lindas todas ainda remata com a bela pérola: a teoria é separada da prática. Pois... agora está explicado por que raio quem está pela direita perde prioridade, quem está pela esquerda provoca acidentes porque entra quando não tem prioridade, por que raio eu ia sendo atropelada por uma bicicleta que não parou num vermelho e eu a meter-me à passadeira não levei com o gajo por pouco.

Mas pronto... enquanto a minha instrutora primeiro me perguntava o que se tinha passado, mas depois já me dizia não estive lá, não penses tanto, um cromo, ao estacionar mesmo junto a nós, bate com o carro...

Pois, os suíços conduzem muito bem, rematei eu antes de virar costas...

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