A viver em Lisboa aconteceu-me de tudo, foram cabelos puxados, mamas apalpadas, rabos apertados, mesmo em plena luz do dia. Assédio não faltou, não me agradou, mas não deixei que me impossibilitasse de andar na rua...
Também houve as piadolas, os assobios, os piropos. Isso, na grande maioria das vezes, fazia-me sorrir e seguir em frente. Eram coisas saídas da boca para fora, sem ordinarices, nem no vocabulário, nem no tom. Lembro-me de uma vez ir a subir ali uma rua paralela à Av. de Roma, num bairro chique e dois homens que vinham no sentido inverso pararem a olhar meios babados para mim. Um dele diz: ai minha nossa senhora. Benza-a Deus! Oh pá... eu tive que correr para não me rir à gargalhada do comentário do senhor.
Apanhei ontem um vídeo no livro das caras deveras interessante. Num minuto e pouco tentava-se provar como centenas de homens assediaram uma mulher numa caminhada de cerca de 10 horas pelos diversos quarteirões de Nova Iorque.
Cheguei ao fim e senti-me enganada. Das duas uma, ou os americanos são ainda mais parvos do que eu pensava ou eu tenho uma noção de assédio bem diferente dos Amis.
Será que eu neste vídeo praticamente só vi gente que ladra mas não morde? Será que alguns destes ao receberem um resposta positiva aos seus convites iriam seguir mesmo em frente? Ou iam fugir com o rabo entre as pernas como numa cena de Sexo e Cidade? (é a Miranda que anda desesperada por sexo [às vezes aquelas personagens davam-me pena e nojo] e dá resposta a um homem das obras que lhe tira piropos há muito tempo ao que ele reage com um simples eu sou casado. E lá vai ela desconsolada para casa!)
Numa outra publicação no livro das caras, li uma notícia que eu demoreeeeeeeeeeeei a entender! Um canal de televisão pedi desculpas por o seu pivô ter estado a falar de um ataque de hooligans com uma camisa castanha. Eu não gosto de roupa castanha, mas daí a achar que precisa de um pedido de desculpas. Até que caiu a ficha!!! As camisas dos nazis eram castanhas! Siiiiiiiiiiiiiiiiim. Há gente que ao ver o telejornal prefere associar a cor da camisa de um jornalista aos nazis em vez de tentar compreender o comportamento dos hooligans. Cruzes... se essa gente sabe que eu acho os uniformes desenhos pelo senhor Hugo Boss uma obra de arte (tirando aqueles foles nas calças)... que é que me irão chamar?!?!? Eu sei separar a estética de um estilista (é dos meus favoritos ainda hoje, têm roupa que se pode vestir sem se parecer um espantalho!) de um chanfrado que resolveu matar toda gente. Sei separar um jornalista do século XXI com camisa castanha de um época que há muito já não é a dele...
Bolas.... e era eu exagerada!
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