segunda-feira, 11 de abril de 2011

Uma questão de mamas

No que toca a gastar em roupa, até que sou bem poupadinha. Tirando uma ou outra loucura que cometo de 10 em 10 anos, só invisto bom dinheiro em calçado e em soutiens. Porque preciso de andar confortável.
Ontem, depois do trabalho no aeroporto, fui comprar roupa interior. Fui a uma loja carota, mas com qualidade lá no aeroporto. Queria aproveitar o tempo livre a seguir ao trabalho e, principlamente, o desconto que todos os trabalhadores têm nas lojas daquele mega centro comercial...
Afinal, esta semana, a loja está a fazer um desconto especial. Em vez dos 10% normais, estão a descontar 20% para os trabalhadores. Mas só tinham um soutien dos que eu queria. A senhora, numa solicitude bem comum por aqui, disse-me que podia encomendar os que eu quisesse e eu ia buscar durante a semana para eu aproveitar o desconto maior. Como eu não ponho lá os pés tão depressa, disse que não adiantava, que ficava com a peça que tinham e que noutra altura passaria por lá. Ao pagar, além do desconto, ainda recebi um creme hidratante como brinde.
Quando vinha para casa, comecei a pensar nas diferenças entre esta ilhota e o quintaleco à beira mar plantado. Em Fevereiro tentei comprar soutiens em Portugal, mas muito rapidamente desisti da ideia. Não, não tinham o meu número. Ah! Mas não sabiam quando poderiam vir caso eu decidisse encomendar. Podia ser daí a um dia ou daí a duas semanas.
Ora porra!! Querem o quê??? Que eu passe a vida na loja, para saber se há ou não há o que eu quero?!?!
Dizem que há crise, que as pessoas não compram e o raio que os parta, mas para venderem... também não estão lá muito disponíveis!!!
Ainda pensei mais aprofundadamente na questão. Ontem, eu saí do trabalho toda suada, com o uniforme vestido e enfiei-me na loja. No dia em que fui à loja em Portugal ia lavadinha, vestida como gente e sem o aspecto afogueado de quem trabalhou durante oito horas. Ontem fui bem recebida, apesar da roupa de empregada de limpeza. Em Fevereiro trataram-me como se eu fosse roubar a loja porque não ia com o último grito da moda... nem preciso dizem mais nada...

Chama-lhe crise... mas o verdadeiro problema é que não as têm no sítio para enfrentar a vida...

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