quinta-feira, 18 de maio de 2017

Purple mit Grün

Quando as pessoas não têm mais nada para fazer, inventam. Quando inventam para si, simplesmente não quero saber. Agora, quando inventam para eu fazer... isso já me lixa!
Um dia na semana passada e hoje, tivemos um curso de comunicação. Nestes dois dias era suposto aprendermos a comunicar melhor com os passageiros. Na semana passada, andámos a brincar às adivinhas sobre como nos achamos e como achamos os outros. Claro que não me dei ao trabalho de escrever nada. De algumas pessoas eu não tinha uma ideia feita. De outras... eu não podia dizer... acho que o J. não iria gostar que eu escrevesse com as letras todas que ele é um malandro de primeira.

Esta semana a brincadeira continuou. Andámos a fazer teatros e tudo. Como eu estava meeeeesmo motivada fui a realizadora do teatro do meu grupo. Dei palpites na hora da preparação e deixei-me estar quietinha na hora em que as minhas colegas foram para o "palco".
Depois andámos a aprender as cores em que se catalogam as pessoas. O vermelho é um dominante. Um azul é um analítico. Um amarelho é um palhaço. E um verde é não sei o quê.
Depois tínhamos que nos enfiar nas categorias. Eu disse que era roxo com verde (purple mit grün).
 Mas aquilo é tudo uma cambada de ignorantes... Querias dizer azul, não era? Não, não era. Azul com vermelho dá roxo.
Por favor, dependendo do contexto, eu consigo ser essas cores e todas as outras do arco-iris e ainda lhe incluo as cores neutras.
Catalogar as pessoas, uma maravilha... dar exemplos práticos que nos sirvam no dia-a-dia em situações de stress... ah isso já é outra coisa e não nos foi ensinado. Eu ganhei os meus dias de trabalho e ainda tive o bónus de não ter que usar uniforme.
Mas... estou feliz por a minha Maria estar de férias. Porque a esta hora eu estou a ver tudo negro e o que menos quero é estar em contacto com seres humanos...
Vou mas é para casa e fechar-me para o Mundo.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Cruzes canhoto...

Acho que não cheguei a contar aqui, mas, se me repetir, parece-me que no fim se desculpa a repetição.
Eu trabalhava no minimercado quando me foi diagnosticada a esclerose. Os meu patrões pertenciam a uma Freiekirche, a tradução é igreja livre, mas o comportamente deles era semelhante a uma seita. Eu fazia o meu trabalho e não me metia nas coisas deles e comecei a irritar-me quando tentaram evangelizar-me. Gosto de falar de religião, mas não gosto que ma impinjam.
Um dia a chefe perguntou se podia rezar por mim, por causa da esclerose. Eu disse-lhe que sim. Não acredito, mas também não me faz mal. O que eu não sabia era que ela ia rezar mesmo ali, atrás do balcão, à  minha frente, na hora. Fiquei constrangida. Estava habituada às pessoas dizerem-me estás nas minhas orações e mais nada.
O tempo passou, deixei de trabalhar lá e nunca mais tive coisas estranhas no que a Religião diz respeito.

Hoje estou de folga e o dia está maravilhoso, há muito tempo que não via o Sol. Assim, vim para o meu lago aproveitar. Só me arrependo de não vir de calções. Não é que esteja muuuito calor, mas fazia-me bem apanhar Sol nas pernas.

Estava eu a gozar a tarde de Sol e aparecem-me três mulheres: Nós procuramos pessoas que estejam doentes ou com dores para rezar por elas. Tem alguma dor?
Ok... foi a coisa mais sinistra que me aconteceu nos últimos tempos. Eu disse que não acteditava. Não faz mal. Nós acreditamos e rezamos.
Eu disse que estava bem de saúde. Não fossem elas começar a reza mesmo à  minha frente como já me aconteceu antes. (Juro, agora, quando me perguntam se podem rezar por mim eu digo logo que não. Pode sair-me um ritual de uma seita!!) Se querem rezar pelos doentes por que é que não o fazem de forma generalizada?!? Sentam-se num sítio e pedem por quem precisa. Não precisam dizer que pedem por um ou por outro como se fosse publicidade...

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Uma estreia

As companhias aéreas fazem de tudo para não pagarem os estragos nas malas. Nuns casos, são bem claras e dizem simplesmente não. Noutros, são mais enroladinhos e mandam os passageiros fazerem tantas coisas que muitos desistem de pedir alguma coisa.
Depois há os desocupados que resolvem chatear o juízo de quem trabalha.
Hoje apareceu-me uma alma do Inferno perto da minha hora de saída para me ensombrar a vida...
Abri-lhe a porta e mandei-o para o escritório na esperança que algum colega meu o atendesse porque eu até tinha um problema para resolver. Mas como eu sou uma sortuda... tive que o atender, pois estavam todos ocupados.
Ele tinha uma mala estragada, já tinha feito de alguma forma um relatório sobre isso, mas não estava satisfeito e queria sei lá o quê de mim.
A política daquela companhia é das mais simples e é igual a quase todas as companhias para as quais eu trabalhio: relatório, contactar a companhia aérea e fazer o que eles disserem. A nossa função no escritório é ver se a mala está mesmo estragada, fazer umas quantas perguntas sobre a mala e dar o contacto da companhia.
Mas ao que parece, eu não o estava a entender. Eu não percebia a língua. Eu devia ir para a minha terra. E aí entra o R. em acção. Sai do escritório, com o dedo indicador bem esticado (muito ofensivo nesta terra) e explode: você não fala assim com a minha funcionária.
Eu tinha entendido, mas de que adianta falar com atrasados mentais?!? Ignorei o cromo, acalmei o R. e acabei o trabalho. Por cada pergunta parva que ele fez, eu respondi correctamente, mas com um tom de arremedo. No fim, ele foi com o que veio, ou seja, nada de dinheiro para a mala. Mas ao mesmo tempo levou com um boa tarde que mais parecia vai-te catar. Eu sou bem educada. Quando quero ser brega, chego ao nível de carroceiro. Mas quando sou ácida corroo qualquer metal anti-corrosivo...
O azar do parvalhão é que me foi renovada a autorização de residência e daqui a precisamente cinco anos (o limite máximo de renovação) eu ainda posso estar a beber cerveja em qualquer parte da Suíça sem me preocupar com ele ou outro suíço racista...

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Cresçam!

De dia para dia gosto menos do meu local de trabalho. Não me interpretem mal, gosto muito do que faço, mas cada vez mais detesto a equipa com que trabalho.
Costuma dizer-se que com o patrão fora é dia santo na loja. Mas no caso a coisa não funciona assim, principalmente nos perdidos e achados. Ali, mesmo com o chefe presente é uma rebaldaria.
Cada um escolhe fazer o que lhe dá na telha e o chfe prefere passar tempo a escolher um hotel para as férias a dar nas orelhas dos calões.
Assim, uns brincam e os trabalham até à exaustão e que se lixem a trabalhar mais tempo para tapar buracos que não existiriam se o trabalho fosse bem organizado e distribuido. Hoje foi um desses dias, mas eu também ser cabra.
Costumo preferir sair à meia hora. A ligação de comboios é melhor do que se sair à hora certa. Mas hoje eu fiz questão de sair à hora. Quer dizer, eu saí uma hora mais tarde, mas não ajudei nada. O tempo em que eles precisavam mais de mim era mesmo aquele em que eu já vinha no comboio.
Eu não morria se ficasse mais meia hora, mas... já começa a irritar tanta criança mimada junta. Se eu visse que o problema era demasiado trabalho inesperado, ficaria mais do que uma hora. Mas assim... fico um bocado para que ninguém me acuse de falta de interesse, mas não o suficiente para alimentar criancice de gente incompetente.
É... quando quero ser cabra!...

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Lausanne

Lausanne não é só interessante por causa do museu olímpico. Uma cidade pequena, com cantos charmosos que convidam a uma passagem demorada junto ao lago Léman.
No entanto, também tem pontos que são rápidos e que dão um toque especial à cidade. Tem o único metropolitano da Suíça. Criado no século XIX. E nos dias de hoje ainda só com duas linhas. Mas como se não chegasse isso, é o metro com o maior desnível do mundo (quase 400 metros).


Duas estações de metro. Delícias ficam a meio da M2 e as equipas de futebolistas de pernas para o ar ficam na estação Ouchy, que é a mais próxima do lago, também pertencente à linha cor-de-rosa.




 Sim, parece que dentro da cidade há uma comuna livre e independente... 😀


Tenho a certeza que há mais para ver. Mas... os dias de Dezembro eram pequenos, o resto terá que ficar para outra vez.

Le Musée

O ano 2016 em fotos ainda não acabou. Mas já chegámos a Dezembro. 😛 Esta publicação sobre o museu olímpico e uma sobre a cidade onde está o mesmo... e c'est fini!
Só apresento fotos do jardim do museu. Se o tempo estiver agradável, só os jardins já nos permitem uma tarde bem passada.

Umas das estátuas Non Violence, de Carl Fredrik Reutersward, que estão espalhadas pelo Mundo. Acaba por se adequar ao espaço envolvente.

Pluie, de Jean-Michel Folon
Diadoumène, de Praxitelis Tzanoulinos

Ao fundo da escadaria a fonte mágica. Do lado em que estou a fazer a segunda fotografia, há um muro em forma de meia lua. Se nos colocarmos no sítio certo,  com o eco do barulho da água a cair, parece que ouvimos ondas fortes do mar. Eu descobri aquilo e lá andava eu: passo para a frente, passo para trás, ouve, não ouve. Figuras tristes, experiências magníficas. :)






De longe, de perto, de mais perto. Será que a cabeça pequena em baixo-relevo tem detalhes interessantes?!?!

E quem diz que as estátuas têm mesmo que ser estáticas?!?!



Os aros olímpicos representam os cinco continentes, mas também poderiam representar estes valores, escritos numa pista de atletismo logo na entrada do museu.