Eu estudei francês entre Setembro de 1994 e Junho de 1997. No ano lectivo 96/97 tive uma professora tão fraca que andei anos a odiar francês, França, Canadá e tudo o que me lembrasse a língua de Voltaire. Nem em português eu lia os franceses. Até ao dia em que uma colega de faculdade me convenceu a ir ver O Fabuloso Destino de Amélie Poulain ao saudoso Quarteto. Adorei o filme e comecei a encontrar coisas interessantes na França.
Mas isso não foi o suficiente para recuperar o tempo perdido. Assim, eu entendo francês, falado e escrito, mas pour parler... estou tramè (particípio francês com origem no verbo português tramar!!!!)
No que diz respeito à variação do francês da Romandia... a coisa ainda complica mais. Há dias, lá no quiosque, eu agradecia e retribuia os votos de bom dia e escuto: na Suíça nós dizemos pareillemente e não également.
Pois... era o que me faltava... chatearem-me por causa disso. No entanto, já deu para perceber que os suíços romandos, mesmo não sendo tão picuinhas como os de língua alemã, são bastante picuinhas no modo como falamos com eles. Eu ignoro... pois como o meu francês é booooooom... qualquer asneira que eu diga está sempre bem e como eu trabalho num cantão alemão não se espera que eu domine francês.
Mas... se não me é exigido falar francês romando, nem perceber a diferença entre francofonia e romandia, espera-se que os funcionários das operadoras móveis entendam as variações dialectais e mais ainda, que saibam distinguir um francês de um suíço.
Como disse, os romandos não são tão exigentes como cá em cima, mas... podem ser complicados de aturar (sei por experiência mas também por ter ouvido falar de experiência de call center entre Portugal e a Suíça).
Então, depois de uma colega me dizer (sem eu perguntar nada) que ia trabalhar num call center em relação com a Suíça, eu quis chamar-lhe a atenção para as diferenças que há, a começar na língua. Interrompeu-me e quis-me mostrar que a francofonia é tão variada como a lusofonia. Mas aí é que reside o problema. As pessoas cingem-se à francofonia, às germanísticas, às românicas. Mas com os suíços, se for gente de fora a telefonar, por exemplo, a questão vai mais além disso. Vai entrar na questão helvética. Eles são muitos dentro de um, mas no que diz respeito aos de fora... o lema dos mosqueteiros... é deles também (a sério!!!!).
Eu sabendo isso e sabendo que isso pode custar uma reclamação e sabendo que uma reclamação naquela operadora pode custar o emprego...quis ajudar. Mas não... fui tratada com quatro pedras na mão por uma pessoa com mais de 30 anos, com curso superior, mas que não sabe que na Suíça existem muitos cantões (26) e que são vários os de língua francesa (sendo que alguns são também de língua alemã).
Eu sei o quanto a Suíça pode ser complicada... e eu a tentar ajudar para tornar a vida mais fácil... para que ela não arrisque perder o trabalho por pouco... e sou tratada assim...
Mas por que raio me preocupo eu com as pessoas?!?! Não queria agradecimento, mas também não queria ser mal tratada, ainda por cima por uma ignorante...
Sem comentários:
Enviar um comentário