sábado, 28 de junho de 2014

Não é para ter pena...

Mas eu sou buuuuuuuuuuurra!!! Há pouco coisa de mês e meio a minha mãe veio-me com a canção do bandido sobre uma mulher da minha terra. Que a coitada estava mal e precisava de apoio com questões de papéis e trabalho e tudo o que lhe tinham dito a ela. E eu, otária, e apesar de ter vindo mais cedo para casa por estar doente, lá peguei no telefone e dispus-me a ajudar a mulher que eu nunca tinha visto mais gorda.

Eu já gastei em telefone o suficiente para ir a Portugal num bilhete de última hora numa companhia aérea decente. Mandei emails para gente que nem sei quem é. Pedi descaradamente ajuda a gente com quem não tenho assim tanta confiança. Explico-lhe as coisas de tal maneira que até uma criança de seis anos conseguiria resolver. E faço isso segundo a máxima: fazer o bem sem olhar a quem.

Pois eu ando há um mês a falar para um surdo-mudo que habita na Patagónia (assim não me lê os lábios)... porque se não é isso estou a falar para a pessoa mais atrasada e descarada do mundo. No fim de eu batalhar e dizer vezes sem conta que ela precisava de um contrato, para depois pedir os papéis de residência deste cantão, para depois conseguir uma casa (o caso dela é este, pode haver casos diferentes, não sei) ela diz-me na maior descontração do mundo: eu não sabia que tinha que mudar os papéis de residência.

Já há tempos me disse: tu não sabes o que se encontra a fazer limpezas. Eu que há aaaaaaaaaaaaaanos trabalho a limpar?!? Eu é que não sei?!?!

Hoje vinha no comboio para casa e fartei-me de chorar. Estou farta de a ver a fazer asneiras e adverti-a que ela se pode tramar. A resposta dela: se é para me ajudares tudo bem, se é para me enervares não quero. Ela faz merda atrás de merda e depois dá-me uma resposta destas?!?!? Eu não a conhecia, ofereci-me, tenho tido uma paciência vinda de não de onde e levo com uma destas?!?!

Eu não tenho emenda... juro e juro e juro e só depois de Abril do ano passado (a última vez que disse que não ajudava mais ninguém) já ajudei mais uma portuguesa que a minha mãe encontrou no supermercado, dois italianos, um rapaz da minha terra, um amigo desse rapaz (que eu nunca cheguei a ver ao vivo e a cores) e esta...

Decididamente... eu preciso de uma tareia, porque não dá para ter pena de uma otária como eu....

terça-feira, 24 de junho de 2014

The Godfather

Há anos que sonho ir à Big Apple. Primeiro faltava o dinheiro. Não é que esteja arica, mas agora dava para se arranjar qualquer coisa. No entanto, agora falta-me a companhia. O meu padrinho vive lá perto, mas resolveu preferir os afilhados homens e nunca me convidou a ir visitá-lo (em compensação a minha madrinha ainda me dá dinheiro, apesar de eu já ser uma calmeirona que já trabalha!).

Isso por aqui choca as pessoas. Para quem sabe disto é simplesmente inconcebível eu nunca ter sido convidava a ir à América apesar de ele estar lá há mais de 20anos.  Mete-lhes confusão porque o padrinho (ou madrinha) é escolhido com critério e o escolhido aceita com consciência. Aqui não se é padrinho só porque é fixe! Sabe-se que ao ser padrinho é para manter contacto com o(a) afilhado(a) o resto da vida. E quando a criança cresce um pouco é ensinada a retribuir a atenção- Escreve postais quando viaja, oferece uma prenda ao Gotti (forma carinhosa de tratar os padrinhos) pelo Natal e por aí fora. O padrinho vai às festas importantes, também escreve cartas e postais e se tiver um bom nível financeiro é bem capaz de pegar na criança e viajar com ela uns dias.
Já o meu... se me convidasse a ficar em casa dele dois ou três dias... eu pagava avião, transfers e tudo o mais necessário para ir ter com ele. Mas não interessa. Eu hei-de lá ir um dia desses e se me der na telha ainda o vou visitar de surpresa só para a sacanagem... :p

Mas por que raio me lembrei eu disto?!?!? Porque vi uma cena no fim-de-semana à porta do Zoo que não me sai da cabeça...
Um padrinho todo radical o(roupa preta e tatuagens incluídas) a correr para a afilhada (4/5 anos) todo feliz, fazendo uma festa enorme quando a levantou do chão. Tudo seguido de o pai dar as coisas da miúda ao padrinho para voltar para trás ao passo que o padrinho radical e s afilhada mini entravam de mãos dadas no Zoo...

Como disse, eu hei-de ir um dia  NY e não vou precisar do meu padrinho. Mas... fico a pensar... onde é que andam os laços das pessoas?!?

domingo, 22 de junho de 2014

É de manhã que começa o dia...

Ontem fui à loja para dar um recado, que passado um bocado teve que ser anulado... afinal trabalho mais uma semana no Zoo. Ganho menos porque faço menos horas, mas o facto de não aturar a cabra da chefe... deixa-me como a Floribela... :D
Mas não é isso que vem ao caso. Foi o que se passou lá em coisa de meia hora.

Primeiro, a cabra (ou outra chefia) não estava presente. Eu admiro isto... não devem conhecer o ditado: patrão fora, dia santo na loja. Mas... don't care... eu sei como a minha consciência me deixa dormir à noite. Se as coisas não batem certo com os outros... azarotes!
Segundo, a A. faz mesmo parte da equipa. Por um lado porque não acreditava que eu me pudesse estar a divertir no Zoo. Please, há mais sítios interessantes no mundo. E, além disso, há lá coisa mais bonita e ao mesmo tempo engraçada do que a histeria de uma criança de três anos a receber um gelado depois de andar a ver animais fofinhos?!?!
Por outro lado, ela faz parte da equipa porque foi logo contar as tragédias que se passaram nas últimas semanas (aquilo é uma cambada de cuscos!). O que eu gostei mais de uma história de uma que passa a vida a fazer asneiras (eu pergunto-me quem faz um recrutamento tão mau!) Pois bem, ela suplicou para fazer crepes e lá conseguiu. Mas depois... uma cliente perguntou: não tem crepes sem ser salgados? os doces já acabaram? O que se passou foi o seguinte: a moça (quase 40 anos) em vez de colocar 400gr. de açúcar na receita... colocou... 400gr. de sal. O açúcar refinado tem o aspecto do português, embora às vezes seja de beterraba e não de cana. Já o sal deles (é mesmo deles, das minas do Reno) é como o nosso sal fino. [Também há sal grosso (aí já é sal marinho e não há em todos os lados) mas eles não sabem cozinhar com ele.] Eu já tentei várias vezes perceber como é que ela se confundiu (além dessas diferenças, há os pacotes, as etiquetas...) Nem comento!!!

O terceiro ponto dessa meia hora é para rir à gargalhada: a iluminada da Luzia!
Como eu ia dar o recado antes de ir para o Zoo, tive que ir cedo. A Luzia olhou para mim como se visse um ET. Que fazes aqui? Como se eu fosse uma estranha que invadisse a loja. Eu virei-lhe uns olhos que ela tentou emendar: vens trabalhar tão cedo porquê? Mas quem é que disse que eu vinha trabalhar?, perguntei eu. Ela só não se meteu pelo ralo da pia abaixo porque era muito pequeno.
Depois lá se pôs a dizer que se calhar não nos víamos mais e coisa e tal porque ia embora no fim do mês (ela é tão boa empregada que nem mesmo sendo a favorita da chefe se salvou!!!!!!!!) e tal e coiso e mais umas vezes tal e coiso (foi o que o meu inconsciente conseguiu traduzir do alemão... aquilo interessava-me tanto que... coiso!) e rematou tudo isso com um abraço. Eu já sabia que ela ia embora, mas não me denunciei, respondi-lhe com um altamente seco e desprovido de emoção Ah! Ok! Eh, pá! Eu sei que foi mau, mas era isso ou um altamente provido de emoção Aleluia! e eu achei que havia um mínimo. :p

E pronto... foi assim que começou o meu dia! :D

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Consciência na escolha? Ou escolha na consciência?!?

Oh meus amigos!! Há gente muito picuinhas com o que come e coma  composição dos gelados. Outros, por questões de saúde ou religiosas são "obrigados" a perguntar a composição dos gelados. Ora bem... Rum Raisin tem álcool, não dá para muçulmanos. Quem é vegano não pode comer nenhum gelado dos que vendo porque todos têm leite e alguns têm ovos na sua composição. Os judeus mais exigentes não podem passar por lá por causa das orientações da comida kosher e os alérgicos devem fugir de umas quatro ou cinco qualidades. Depois há os gelados que não devem ser consumidos em função da consciência. O Tiramisú também tem álcool e não é recomendado para crianças, bem como o Espresso que tem muita cafeina.
Depois de esclarecer isto a uma mulher (a parte do álcool), vejo a seguinte cena entre mãe e filho: Não sei o que queres. Queres Tiramisú?

Hã?!? A sorte é que a criança de três anos não queria nada mesmo...

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Vamos fazer amigos entre os animais...

No Zoo? Ah pois é... A cabra da chefe perguntou-me se eu não queria ir para lá quatro semanas e eu... só de pensar que ia trabalhar sem a aturar durante quatro semaninhas... nem hesitei!!!!
Tenho dez qualidades de gelado num carrinho em frente à entrada do Zoo e a minha única função é vender bolas de gelado às pessoas sedentas (a temperatura aumentou que é uma loucura e esta gente parece não saber que os gelados trazem mais sede!!!). Não tenho que reabastecer nada, eles fazem tudo por mim. Até o uniforme eles lavam por mim... :D

Além de me divertir  com os putos que só fazem asneiras com os gelados (ou entram em transe porque podem comer uma bola de gelado) e achar a equipa bastante simpática, há sempre umas quantas histórias engraçadas que se vivem...

Começa-se por se circular entre restaurantes. Um tem o nome interessante de Pantanal. Decoração adequada ao nome e estudada ao pormenor. As casas-de-banho, por exemplo, têm a identificação em português. A palavra "cozinha" ou "privado" aparecem por lá com as letras todas. A legenda de uma foto de uma manada acompanhada de boiadeiros lembra o poema Trem de Ferro e diz na língua de Manuel Bandeira no Pantanal, passa boi, passa boiada, mas a natureza fica sempre.
Só que tudo isto tem um problema enorme: quando tenho que ir ao escritório buscar ou levar o dinheiro tenho que levar com um quadro enooooooorme com a foto de um jacaré e cauda no ar e os olhos bem arregalados. Paaaaleeease! Tanto animal interessante no Pantanal e esta gente tinha que usar das coisas mais nojentas que há?!?!? Eu já me tentei aproximar da legenda para ler, mas... não, não tenho medo que o bicho me morda. Simplesmente... ca nojo!!!

Anteontem à noite nasceu um elefante. Agora é a PDL com as visitas. Isso fez com que houvesse geeeeeeeeeente em todo o lado até no corredor com a maldita foto. Por um triz que não bati naquilo!!! Só de pensar... até tenho calafrios acompanhados de náuseas... :(

Senhor condutor, ponha o pé no acelerador?!

Há muito tempo que eu já sabia da existência de certas coisas, que eu sabia da ordem natural de certos acontecimentos. Mas nunca como agora tinha visto essas coisas a passarem à frente dos meus lhos. Agora estou destacada para a porta do Jardim Zoológico (estou mesmo à porta, ainda não me arranjaram uma jaula) a coisa mais banal é ver turmas inteiras a passear.
Desde minimeus a adolescentes com borbulhas, desde a pré-primária até à secundária. Grupos maiores, grupos menores, mais organizados, mais barulhentos. Há de tudo como na farmácia. Mas a pergunta agora é: como vai tanta canhalhada para o passeio: Óbvio! De eléctrico!  Se há uma linha com o nome Zoo, é assim que se vai.
Os grupos de crianças mais pequenas são menores e acompanhados (acho que à percentagem) por mais adultos. Por vezes são mães que têm folga que acompanham as crianças e os professores. Já as turmas dos maiores podem ser acompanhadas só por dois professores. Quem diz passeio pelo Zoo, dia ida ao teatro, ao museu, ao cinema. EU nunca vi um autocarro com miúdos em excursão. Vai tudo na rede de transportes públicos. Até quando vão acampar. É hilariante ver os putos imundos regressarem com mais energia do que quando partiram...
A minha raiva é que na Tugolândia não se criem estas facilidades. Quantas crianças vão do Barreiro ao teatro em Lisboa usando o barco? Ou de Sintra ao museu da Electricidade usando o comboio... Se houvesse melhores transportes e mais organização... quanto dinheiro não se poupava??! Além de se dar uma formação valiosa aos miúdos de hoje: não se tornarem dependentes do carro e de terceiros para se movimentarem de um sítio para outro...

Hütt uf Dialëkt*

De tanto em tanto tempo, um jornal gratuito faz uma edição em dialecto. Sinceramente nunca percebi em qual deles, mas pronto. Nessas alturas eu bem que posso esquecer. Não percebo ponta!!! No entanto, folheio-o até ao fim, uma esperança absurda de entender algo.
Desta vez, colocaram, com uns mapas todos janotas, a milhentas forma de dizer a mesma palavra. Eu passo-as para aqui para se perceber como é que o cérebro de uma pessoa dá um nó e por que raio eu deixei de considerar como tal os dialectos portugueses...

Acontece que em alguns casos a mesma forma dialectal é usada a centenas de quilómetros de distância e noutros acontece haver três formas para a mesma zona. Eu digo já que não vou especificar a esse ponto!

Para a palavra Abend (igual a evening em inglês) encontram-se as seguintes formas:
Oobe, Òbe, Òòbe, Òòbig, Ààbig,Òòbid, Òòbet, Oobig, Oubig, Ààbet, Oubet, Aabet, Aabnt, Aabu, Aabut, Aabunt, Ààbun, Aabe, Aaben.
E o pior de tudo, é que eles em Basileia dizem Oobe para Abend, mas em Zurique uma palavra igual quer dizer baixo (vou para baixo, está lá em baixo)...

A que me chocou mais foi Löwenzahn, ou seja, dente de leão. Isso, a flor!

Sunnewirbel, Süü-Blueme, Süü-Meie, Süü-Rose, Suu-Blueme, Schwii-Meie, Schwiin-Blueme, Schwiine-Blueme, Meie-Blueme, Ziggorie, Ramschfädere, Ramschfädere-Blueme, Söi-Blueme, Milch-Stock, Milch-Blueme, Soi-Stock, Milchere, Soiringel, Anke-Blueme, Ringel-Blueme, Buggele, Biji-Häli-Blueme, Moore-Blueme, Chette-Blueme, Chettele-Blueme, Chettle-Blueme, Chettene-Stuude, Weiefäckte, Weifäckte, Weiefäcke, Weifäcke, Wäägluege, Chette-Stock, Chettene-Stock, Chettene-Blueme, Soi-Tätsche, Soi-Tätsch, Tätsche, Tätsch, Chrotte-Blueme, Chrottepösche, Schmalz-Blueme, Room-Blueme

Mesmo fácil viver aqui, não?!?!?

*É o mesmo que Heute auf Dialekt, que significa: hoje em dialecto. Era o que vinha destacado a vermelho na primeira  página do Blick am Abend de dia 2 de Junho.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

oh amigo vai dar uma volta ainda maior...

Verkehrskunde... outra dor de cabeça! Não tem tradução e não se recomenda a divisão de palavra. Pois Verkehr é trânsito e Kunde é cliente e, não, não tem nada a ver com clientes de beira de estrada!

São umas aulas teóricas (aleluia! teoria explicada por um professor!) que se tem depois de se fazer a prova teórica, mas antes da prova prática. Tinha perguntado ao A., um colega da gelataria, para que servia o curso e ele respondeu: Para dormir. Não se aprende nada. Eu estava ligeiramente preocupada se tinha que fazer alguma coisa escrita, mas não... ouvir, responder a umas perguntas de vez em quando (se se quiser) e já está.
Fui na Segunda e não aprendi nada de jeito, mas o professor até fazia umas piadolas engraçadas e então não me chateei  muito. Mas ontem... sai-me outro instrutor (filho do dono da escola ui que importante!) e falava um dialecto ranhoso e só dizia merda atrás de merda... Eu até tirei notas, porque tinha medo de me esquecer das tantas pérolas ditas em menos de duas horas...

Cenário 1: rua relativamente estreita, mas com espaço suficiente para dois carros se cruzarem sem stress. Um carro parado em segunda fila (nota aqui não é obrigatório ligar os quatro piscas para se para em segunda fila). A pergunta do professor: Por vezes, com o reflexo da luz do Sol, não vemos se o carro tem gente. Assim, como é que se sabe que o carro tem gente? Pelas luzes. Pelo motor a trabalhar. Foram as respostas que ouvi e entendi e que o professor aceita como correctas.
Quê?!?!? Eu não posso deixar o carro com as luzes acesas e levar uma criança dentro do infantário?!? E o ponto morto serve para quê? Não deixa o carro a trabalhar sem ser necessário estar alguém lá dentro?!?!? E ao contrário? Não posso estar dentro do carro com as luzes apagadas e o motor desligado, para não fazer poluição enquanto espero por alguém?!!?

Cenário 2:
Eu estou na perspectiva do condutor. Tenho uma passadeira à frente e marcação de cedência de passagem no chão. Consigo ver um semáforo parcialmente. Sei que está verde para a direita (é um semáforo de setas), mas não sei se posso ir para a esquerda, pois o espelho retrovisor não me deixa ver mais nada. A pergunta dele: Pode um peão passar nesta situação? Eu respondi-lhe que não sabia por já tinha visto semáforos que não permitem ir para a esquerda e em frente ao mesmo tempo que os peões passam, mas que para a direita sim. Com não vejo tudo... não sei se dá ou não. A resposta dele é que a informação que estava na foto era suficiente. Então que a regra era assim: Se vamos em frente o peão não pode passar ao mesmo tempo, mas se vamos para a direita pode acontecer que se faça em simultâneo.
Alguém percebe a contradição do homem ou sou eu que estou a ter visões?!?!?

Cenário 3: uma rua de bairro com uma intersecção à nossa direita. Muitos carros estacionados dos dois lados, só se percebe que é uma rua à nossa direita porque há uma placa com o nome daquela pendurada numa parede de um prédio. A pergunta do professor, como é que eu sei que aqui é prioridade da direita? Eu olhei, olhei, olhei e não via nada. Cheguei a pensar que estava tolinha, mas achava não havia nada indicativo de prioridade naquela foto. Ele explicou que para se saber se há prioridade temos que observar as placas (à excepção do nome da tal rua, não havia nenhuma) e a marcação no chão (que por causa dos carros estacionados, não era possível confirmar a existência ou até inexistência). Hã?!?!?! Se a foto não tem os elementos como é que ele pergunta e afirma que se podem ver os ditos cujos?!?!?

Mas o que eu mais gostei mesmo foi o "Cenário 4". Quando ele disse que não era possível fazer cruzamento de carros num certo sítio à saída da cidade. Conheço aquela estrada porque era o meu caminho para o trabalho. Duas vezes por dia, cinco a seis dias por semana, durante quase três anos... eu vi de tudo. Até trânsito desviado por causa da mudança do asfalto, mas os autocarros continuaram a ir por ali. É uma estrada bastante a pique, cheia de curvas. Não é a mais comprida nestas condições, mas deve ser das mais complicadas da região. Eu passei lá na minha primeira aula, não é fácil quando não se conhece o carro e se tem uma croma ao lado a fazer comentários parvos. Mas eu desci aquilo em terceira, mudando para segunda num cotovelo bem apertado. Mas mesmo sem falar dessa minha experiência, eu vi autocarros a cruzarem-se naquelas curvas. Assim... como que raio ele vai dizer que não é possível fazer o cruzamento?!?! Se ele resolvesse ir à aldeia da Pena iria requisitar um helicóptero, pois iria dizer que aquelas ruas não deixam um carro cruzar com outro.... ele iria dizer que um carro não pode descer aquela estrada...

E é isto que eu tenho que aturar... ooooooooooh! vou dar em maluca mesmo!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Bremsbereitschaft

A porra da palavra nem tradução tem. Procurei em português e em inglês e desisti... Podemos dividir a palavra (coisa tão típica do alemão!) e percebe-se qualquer coisa...
bremsen é travar, bereischaft é prontidão. Resumidamente (ou então não) esta palavra quer dizer preparado para travar.
Quando é que se aplica na condução? Para mim, SEMPRE. Para a minha instrutora, só quando se chega a um cruzamento. Como se aplica? Para mim, mantendo velocidade adequada à situação (isso pode implicar arrancar o pé do acelerador, dependendo da velociadade a que vá ou o contexto em que me encontro), estando muito atenta ao meio que me rodeia e não enrolar os pés. Para a minha instrutora? Simples: junto a um cruzamento, coloca-se o pé esquerdo junto da embraiagem (eu pergunto-me para onde é que o pé esquerdo pode ir a não ser junto à embraiagem...) e o pé direito deixa de estar em cima do acelerador para estar encostado ao travão. Oh pá... eu não sei bem como é com as outras pessoas, mas se eu venho em segunda, a 15km/hora e tiro o pé do acelerador (eu ia numa zona de 30 [aqui há também zonas de 20]), o meu carro simplesmente não anda. Pronto.... numa descida... até o posso pôr em marcha atrás... carrego na embraiagem e  funciona na mesma. Mas... num cruzamento a subir?!? Como é que eu posso fazer isso? Ou até num cruzamento plano.... as estradas suíças têm o asfalto completamente irregular... o mais provável é ficarmos empancados no meio do cruzamento e... nem para a frente nem para trás...
E eu no fim da aula virei-me para ela e disse-lhe que era impossível, que eu não conhecia ninguém que fizesse isso permanentemente. E ela insistiu que sim. Eu passei-me e disse-lhe: também sou professora. Sou mulher de usar calão, palavrões e abreviaturas e no meu estágio nunca usei nenhum termo que se enquadre nisso. Porque eu como professora tinha que ter cuidado. Agora uma pessoa que conduz normalmente, sem ser professor... não faz essas paneleirices... (esta parte eu não disse!)

Mas o stress vai muito além disso. Passa o tempo a mandar-me acelerar. Em zonas de 50km em que não vem ninguém atrás de mim e onde eu não me sinto confiante porque não conheço as estradas minúsculas, eu dou os 40 e ela passa a vida a dizer que eu vou devagar. Mas nós não devemos adequar a velocidade à situação?!?! Se a situação é de desconhecimento total do caminho (e não há trânsito a ser prejudicado por mim) não faço bem em ir mais devagar?!??! Hoje passei-me e disse-lhe eu já dei os 170km (por acaso foi só 160) e não tenho problema com a velocidade (só quem conhece as autoestradas francesas sabe do que estou a falar!). Simplesmente não me sinto confiante com as estradas. Convenhamos... eu acho os passeios mais práticos para os peões nesta terra, mas para a condução... uma merda!!! Pois eles são de alcatrão, tal e qual as estradas, e em certas situações já não se sabe se é passeio se é estrada...

Mas o que eu realmente adoooooro é virar. à Esquerda, à direita.. dá tudo no mesmo. Então como é que se faz quando se quer virar à direita? Os passos para tal:
olha-se em frente (não sei como é com as outras pessoas... mas eu costumo olhar em frente quando levo um carro nas mãos)
olha-se para o espelho interior
olha-se em frente
olha-se para o espelho lateral
olha-se em frente
olha-se para trás
olha-se em frente
faz-se o pisca (e já vamos nós quase em cima do cruzamento, quando se faz sinal)
começa-se a chegar à direita
olha-se para trás
reduz-se de quarta para segunda
vira-se à direita FINALMENTE!

Eu com tanto olha para a frente e para trás fico mal-disposta, baralhada, nervosa e com raiva. Por que raio não posso eu mudar de quarta para terceira?!?! Assim controla-se muito melhor o carro.

Mas hoje eu aprendi ainda mais uma coisa bonita sobre virar à esquerda e à direita e/ou seguir em frente.
Estamos numa faixa marcada para ir para a direita? Se tivermos que parar por alguma coisa, paramos à esquerda.
Estamos numa faixa de seguir em frente? Se tivermos que parar por alguma coisa, paramos à esquerda.
Estamos numa faixa de seguir em frente? Se tivermos que parar por alguma coisa, paramos à esquerda.
Numa faixa de virar à esquerda e seguir em frente? Paramos à esquerda.
Seguir em frente e virar à direita? Paramos... à esquerda...

Hoje fiquei a perceber por que raio ela há tempos me disse a seguinte pérola: se fores a entrar na rotunda com a intenção de sair na última saída, não podes ligar o pisca da esquerda. É que as pessoas ficam a pensar que vais para a direita. Eu fiquei vesga dos ouvidos com esta conversa. Não se liga o pisca, ok. Agora que não me diga que não se liga que é para os outros não pensarem nestas coisas...

Mas hoje... fiquei vesga do cérebro mesmo... queremos ir para a direita e encostamos à esquerda?!??! What the...?!?!?

Um post confuso?!?! É como o meu cérebro se sente...