Estou no meio de uma rua, numa cidade desconhecida. Completamente perdida. Não consigo pedir ajuda. Não consigo perguntar o caminho. E não é (só) por causa da língua. Neste momento não consigo perguntar o caminho porque não sei para onde vou.
É assim que me sinto com a porra das coisas da/para esclerose. Recebi uma carta, tentei contactar por telefone, enviei e-mail. Não sei o que fazer, mas também não sei o que perguntar ou a quem. É estúpido, sabe-se que se tem que fazer alguma coisa, mas não se sabe o quê. Sabe-se que se pode perguntar, mas é preciso saber o quê.
Estou com falta de ar a pleno céu aberto...
4 comentários:
Bom dia, Luísa.
Acredito que o apoio clínico seja, por aí, competente.
Não querendo ser intrometida, penso que, em algumas circunstâncias, se houver competência do outro lado, pode ser importante passar essas mesmas dúvidas (as de não se saber o que perguntar e do que é necessário um médico transmitir ao paciente sobre determinada situação).
Ai Teresa! Aquele dia foi um daqueles!!... Mesmo sufocante. :S
Por aqui há tanta competência e tanta incompetência como em Portugal. O que realmente safa o sistema de saúde é a parte burocrática (que é muito pouca comparativamente a Portugal) e a disponibilidade de meios (humanos e materiais) que faz com que não tenha que se esperar tanto tempo como aí (por exemplo: o neuroligista mandou-me fazer duas ressonâncias e uma punção lombar e ele só não me mandou fazê-las todas no mesmo dia porque não me quis cansar muito!!).
Quanto Às perguntas, é verdade. Eles sabem ajudar. Já falei com a linha de apoio do medicamento que vou aplicar e a senhora foi de uma simpatia e ajuda fantásticas. ~
E disse-me (pelo telefone, sem ver a minha cara!!) "é muita novidade junta para si, não é?! Não se preocupe que isso é normal. E também é normal agora não aparecerem perguntas, mas com o tempo surgirem muitas. Logo que sinta necessidade ocntacte-nos pela nossa linha ou mesmo por email."
Fiquei mais descansada por ela saber que há perguntas que não são feitas agora, mas que depois podem surgir. É um alívio saber que nos entendem... (eu tenho receio a dobrar por causa da língua, pois "tradudor, traidor" acontece em todas as áreas e com todas as línguas). Fiquei mesmo muito mais leve!!
E a Teresa não se intromete. Se eu não quisessse "intromissões" (da sua parte ou de outra pessoa qualquer) ficava bem quietinha no meu canto e não tinha o blog, ou pelo menos não falava disto aqui. ;)
Pois fico descansada, Luísa, não queria ser inoportuna. Quando tenho muitas questões a colocar por motivos de saúde, costumo apontá-las, para não esquecer nenhuma no momento de contacto ou consulta, mas isso sou eu, muito despistada e, cada vez mais, a esquecer-me de coisas importantes no momento próprio. Final de bom domingo (e bom trabalho nos acessórios de Natal) :)
Ah! Fico feliz por haver alguém como eu! Se calhar é "defeito" das pessoas das Letras. :D
Na consulta depois da "bela novidade" eu levei uma página A4 com perguntas. Abordavam temas que iam da alimentação até à alteração (ou não) de hábitos, passando por inreacções medicamentosas. O médico até engoliu em seco quando me viu aesticar a folha à frente dele. :/
Mas devo confessar que eu sou assim para tudo. Até no trabalho eu faço listas de perguntas. O que acaba por ser engraçado: costumo fazer anotações em português e deixar em cima da bancada de trabalho para não me esquecer. Quando o meu chefe vê aquilo... coitado! até tem um susto. No início era praticamente todos os dias, agora a coisa resolve-se com dois interrogatórios por semana. :D
Sou defensora que vale mais perguntar e fazer figura de "otária" uma vez do que andar "à nora" e fazer asneiras constantemente (seja no trabalho, na saúde ou noutra situação do nosso dia-a-dia). ;)
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