terça-feira, 21 de setembro de 2010

Nunca interrompas um alemão

Foi o que uma senhora há uns anos me disse. Era um pouco a gozar e um pouco a sério. E isto porque os alemães têm uns verbos que se dividem, sendo que uma parte vem no final da frase, seja ela pequena, seja ela grande. E a maior parte das vezes é esse bocado no final que dá sentido à frase. Logo, se interrompemos os alemÕes... num intendemos nadica di nada!!

Pois bem... o pessoal tem mesmo que aprender a não interromper os alemães, estejam eles a falar connosco, estejam eles mortos e enterrados.

Estive a falar do Goethe e de Nietzsche com o J.. Falávamos das dificuldades em ler estes autores, seja em alemão, seja em português. E de repente ele diz qualquer coisa como: toda a gente diz que Nietzsche disse que Deus está morto, mas não acabam a ideia. Deus está morto, mas nós é que o matámos, essa é que é a verdadeira ideia do filósofo.
Eu confessei a minha ignorância e disse que realmente só conhecia a primeira parte. Mas que ouvindo o resto, tudo ganha um novo sentido. Bem mais interessante até!

É o que faz decorar umas frases interessantes e chapá-las onde parece que é "girU". Quem não é rato de biblioteca, que é o meu caso, acaba por formar ideias erradas "só" porque os outros acham interessante fingir que sabem...
Quase como o meu irmão... há uns anos, era ele um puto imberbe (ele continua sem muita barba, mas já não é tão imberbe!), achava que colocando advérbios em todo o sítio é que ficava bem. Muito berrei com ele! Até que começou a acertar com a coisa e agora fala como deve DE ser. Mas quando ele me quer provocar... usa uns vinte advérbios numa frase. A maior parte deles completamente descontextualizados... :s

PortantoSS... vamos lá dizer as coisas com mais sentido:

Gott ist tot! Gott bleibt tot! Und wir haben ihn getötet. (Friedrich Nietzsche, Die Fröhliche Wissenschaft)
Deus está morto! Deus permanece morto! E fomos nós que o matámos. (Friedrich Nietzsche, A Gaia Ciência)

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