domingo, 16 de agosto de 2015

C'est une merde!

Dois dos meus bisavós viveram no Brasil. Coincidência, a filha deles foi casar com um homem que também foi viver para o Brasil. Sei que primos em décimo grau são a pontapés em terras de Vera Cruz. Mais de metade da minha família vive no Luxemburgo. Para aí dois avos vive nos EUA. Um avo na França. A minha famíia mais directa (pais e um tio) passaram mais anos na Suíça do que em Portugal. Tenho uma prima que veio de Macau e um montão de primos que são ditos retornados de Moçambique.
Conheço espanhóis, turcos, italianos, entre tantas outras nacionalidades, que vivem há tantos anos na Suíça que nem sei como não têm passaporte suíço.

No meio de tanta mistura, ponto de partida e chegada, ajnda ando à procura de uma família semelhante à do filme A Gaiola Dourada.

Vi o filme hoje pela segunda vez, de propósito. Tentava encontrar algo novo ou uma nova visão sobre o filme, mas... não... continuo a achá-lo uma ofensa ao emigrante português. Não tem a ver com os clichês... é a maneira como os clichês são apresentados.

São apresentados como se fossem verdade, e que toda a gente sabe que é verdade mas quer negar afirmando que é verdade que é um clichê. Faz sentido?!?

Não sei se é porque eu acho que fado é deprimente e há anos que enjoei pastéis de bacalhau. Não sei se é por achar estranho o Pauleta aparecer a atirar bolas em propriedade privada no Douro vinhateiro...
Só sei que aquilo é estranho e assusta-me pensar que os portugueses se identifiquem com personagens que trabalharam uma vida sem se queixar e na hora de mudar, em vez de serem francos, jogam com a falsidade e destroem o seu trabalho...
Na minha terra há uma palavra boa para issl, mas eu fico-me por um sinónimo mais suave, as personagens são cobardes...

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