quinta-feira, 9 de julho de 2015

o mau e o óptimo

Grande parte dos jornais em inglês chegam um dia depois da edição. Apesar disso, conseguimos vendê-los todos, chegando a faltar até para as encomendas. O jornal que mais dor de cabeça dá é o Sunday Times. Chega sempre à Segunda, mas nunca chega para toda a gente. A política interna é dar aos clientes 200% fiéis. Se sobrarem vão para o resto da lista.
Que acontece esta semana?!?! Uma tal de senhora R. (nome que sempre atribuí ao Médio Oriente e que depois me foi confirmado pela mesma) resolveu chatear-me o juízo... só faltou dar-lhe na cara!!!
Porque eu já reclamei com o seu superior e ele garantiu-me que eu receberia o jornal. Porque está aqui, pode ler, eu não sei muito de alemão, por isso pode ler aqui. Porque você está a discriminar-me porque você não sabe escrever R...
Oh pá!!! Para quem mora há 12 anos na Suíça e não fala alemão a minha primeira resposta deveria ter sido go to school and learn some german. Depois, com o andar da conversa e ela, à falta de argumentos, ter puxado do argumento discriminação... a minha vobtade era mesmo de  dizer go f**k yourself.

A sério, eu não posso garantir as encomendas, mas o chefe da minha chefe também não. Só que ele, para a calar e não perder  a cliente garantiu-lhe o impossível. Aquela grande cabra só compra aquele jornal, deixando 10 francos por semana na loja. Como posso eu favorecê-la em função de clientes que vão ali quase diariamente e numa compra banal deixam uns 40 francos?!?!
Se estamos a falar em compra e venda, em lucro e afins... o cenário tem que ser posto em função de quem mais dá. Matemática de primeira classe!!! Mas aquela grandessíssima cabra tinha que me chatear o juízo e usar o argumento mais inválido do planeta. É que se ela não fosse ignorante, ela teria percebido pelo meu sotaque a falar alemão (primeiro eu falo em alemão, depois é que mudo para outras línguas) que mesma sou uma estrangeira. So... Argument ist ungultig. (argumento é inválido)

Mas pronto... nem tudo está perdido. Mais tarde apareceu o senhor C. Ele tem por hábito comprar jornais impressos na hora. Vai variando, conforme o tema que procura, mas são sempre da América Latina. Queria um jornal específico, do Chile, por causa do resultado da copa da América Latina. Como o pedido dele era um pouco complicado, fiquei a fazer sala. Em conversa ficou a saber que sou portuguesa. Logo passou a falar português adocicado, com sotaque espanhol, é que ele esteve dois meses em Coimbra a aprender a língua de Camões. Daí para a literatura portuguesa ou de Portugal foi um saltinho. Pessoa, Torga, Queirós, Ferreira e até  Sostiene Pereira (por isso digo literatura de Portugal). De repente, lá se lembrou que tinha um comboio para a apanhar e saiu a correr com o jornal na mão. Ah!!!Aqueles cinco minutos com aquele Senhor lá conseguiram compensar o 20 minutos que eu tive que aturar a outra ignorante.
É que embora eu não acredite que não tenho sotaque como o senhor C. sostiene, acredito que sou muito mais instruída que a bitch da senhora R.!

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