Na Sexta passada, ficámos todos pior que estragados lá na estufa. Deram ordens para empacotarmos uma planta para um cliente. O vaso levava etiqueta, levava saco e depois era colocado no suporte. Eram precisos cerca de 120 suportes de 7 plantas. Estavam cerca de 90 prontos. Façam as contas e já se vê quantas plantas estavam prontas a sair... Depois da pausa da tarde, quando pensávamos que íamos sair às 5h, a Su. recebeu um telefonema a cancelar tudo. Isso significou: tirar as plantas dos suportes e dos sacos (as etiquetas podem ser utilizadas mais tarde, mas as plantas, por motivos óbvios, não podem ficar nos sacos durante muito tempo); e significou arranjar outra planta para a substituição (por sorte só em sacos, sem etiquetas!). Eu fiquei verde... só saímos bem perto das 6h... e o M., fulo da vida, ainda andou a rematar as coisas no Sábado...
Ontem, na mesa da sala de refeições, estava uma caixa enorme com diferentes tipos de bolos. A pergunta da praxe é: Quem faz anos?. Mas ontem não havia aniversariante. Era um pedido de desculpas da firma pela falha que houve com as flores de Sexta.
Hoje, bem cedo, apareceu uma estranha ao serviço, acompanhada por um miúdo com uns três anos e com uma caixa cheia de coisas boas: pãezinhos, croissants, compotas, presunto e disse que queria falar com o chefe. Aqui a palhaça de serviço começou a gozar, a dizer que era o puto que ia experimentar o trabalho e as coisas boas eram para o suborno... Na pausa, o chefe explicou: uns vizinhos pediram para usar a electricidade da firma para uma festa e os miminhos eram uma forma de agradecimento. Eles devem ter gasto 1 franco (menos de um euro) em electricidade, mas na caixa estariam bem à vontade 50 francos...
No fim, pus-me a pensar nisto tudo e na grande reportagem (ou lá como se chama) da RTP. A jornalista mostrava-nos como é fácil viver à custa dos outros, roubando metal de todo o tipo e de todos os sítios possíveis e imaginários. Chocou-me saber que a cerca de 2000 km de distância (na imensidão do Planeta Terra isto não é nada) uns gastam uma fortuna para agradecer uma coisa de nada ou para pedir desculpas por um erro que pode passar a qualquer um e outros... até o descanso dos mortos interrompem, para roubarem os crucifixos das campas.
Se isto tudo não for uma questão de respeito... não sei do que se trata...
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