segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Duduk

Quando ainda andava no aeroporto, aconteceu uma situação um tanto ou quanto caricata, um tanto ou quanto de triste.
Reservar as noites no "hotel" onde eu trabalhava não dá direito aos dias. Assim, entre as 9h e as 15h, o quarto tem que estar livre, a não ser que se pague mais. Havia um mulher que tinha pago só duas noites, logo tinha que sair. Agora digam-me: como é que isso se explica a uma arménia que não sabe nem uma palavra em qualquer outra língua do mundo?!? Ela não queria sair do quarto. Apontava para os talões e chorava.

Fui buscar o carro das limpezas. Peguei num papel desenhei uma lua, um sol e uma cama e escrevi as horas. Apontei para a lua, para a cama e para o espaço de tempo entre as 15h e as 9h e fiz o gesto que era para dormir. Depois apontei para o sol, para os espaço de tempo entre as 9h e as 15h, apontei para o carro de limpezas, depois para mim e depois para o quarto. Ela percebeu tudo. Sabia que tinha que sair, para eu limpar, e que poderia voltar daí a umas horas. Queria saber onde guardar as malas. Indiquei-lhe um sítio na recepção. E lá seguimos, ela para a sua vida e eu para as minhas limpezas.

Porquê agora esta história?
Hoje não me sentia bem e não fui trabalhar. Como a cabeça não estava lá muito bem, passei o tempo na cama e, de vez em quando, dava uma espreitadela na net. Acabei por não fazer quase nada de muito proveitoso.
Talvez com a excepção de aprender (finalmente) o nome e a origem do instrumento que dá este som tão bonito. Há muito tempo que me perguntava, mas não tinha um único ponto de partida... agora já sei e por isso me lembrei da senhora que vem lá do Cáucaso...


A cool wind is blowing, David Robbins

3 comentários:

teresa disse...

Fantásticas, a história do desenho para fazer passar a ideia e a da música.

Belo post, Luísa:)

teresa disse...

... e penso que deixei o comentário anterior através de outra conta, esta é que é a do blogger, só para esclarecer;)

Luísa disse...

Obrigada, Teresa. FOi uma sorte eu lembrar-me daquilo. A senhora estava a fazer-me aflição, porque ela tinha razão... estava pago, mas a recepcionista também... e eu sei tão bem o que é querer falar e não saber...

É engraçado, mas para mim só há uma Teresa a passar por aqui. Qualquer dia aparece outra a comentar e eu vou pensar sempre em si... sei lá porquê... :D