terça-feira, 13 de maio de 2014

Oh, amigo! Isso vai dar uma ganda volta!

Ensinaram-me, há 10 anos, a seguinte regra de trânsito: Numa subida, onde não é possível o cruzamento de duas viaturas ligeiras, o carro que sobe faz marcha-atrás. Se for necessário só parar é o carro que desce que o faz. Isto porque é mais fácil para o carro que sobe "descair" e é mais fácil para o carro que desce retomar a marcha ao descer.
Ao que parece, por estas bandas a coisa não é assim. Das duas uma, ou esta gente DE-CI-DI-DA-MEN-TE não sabe conduzir, ou o livro por onde estudei estava errado.
Seja de que modo for, FINALMENTE passei no exame de código!!!
É que é quase preciso um requerimento metido à assembleia da república cá do sítio. Se não, veja-se:

Antes de qualquer coisa, quem quiser tirar a carta (qualquer veículo motorizado) tem que frequentar um curso de primeiros socorros. Eu sabia muita da teoria (e até da prática) e fui das melhores do grupo (mesmo sendo em alemão!), mas prometo que só em caso mais do que extremo é que eu vou tocar num ferido de acidente de viação. Não são 10 horas de curso que me dão qualificação para ajudar alguém ferido.

Depois disto, temos que estudar o código. A diferença para Portugal? Muitas! Não há aulas teóricas. Compramos o CD e/ou os livros (teoria e testes) e estudamos em casa. Uma grande parte das perguntas desses livros são IGUAIS às do exame. Ou seja, nós metemos aquela treta na cabeça e se não percebermos a mecânica da coisa... é igual!!! Por isso é que esta cambada não sabe fazer cedências de passagem de nenhum tipo!!!!

Mais tarde, quando nos sentirmos seguros, vamos à direcção geral de viação (eu sei que já não se chama assim, mas aqui também não se chama assim, é só para se perceber a ideia :p ), levamos uma foto, um exame ocular e um documento de identificação e inscrevemo-nos. Mandam-nos esperar uma carta em casa que chega um dia ou dois depois com o código para marcarmos a data do exame (marcação por internet, telefone ou presencial).

No dia combinado apresentamo-nos com o documento de identificação e o comprovativo da inscrição que imprimimos antes (para quem percebe do assunto, pode-se levar o telefone esperto e mostrar, como eu sou uma naba...)
ENtramos na sala, escolhemos o computador aleatoriamente. Escrevemos o código que nos permite aceder ao exame e temos 50 minutos para responder a 50 perguntas.

E como se a coisa ainda não fosse suficientemente complicada... essas 50 perguntas podem ter uma ou duas respostas correctas ao mesmo tempo. Se colocarmos uma resposta e por acaso deixarmos a segunda por responder, não conta como meio certo, mas como uma errada. Ou seja, as 15 respostas erradas que podemos dar esgotam-se num instantinho.

O mês passado foram 17 erradas (nunca odiei tanto um 17!!). Hoje ia meeeeesmo desanimada. Lá fiz aquilo, dei mais duas voltas até que me cansei de estar ali (nós podemos sair logo que acabamos, mesmo que haja outros  afazer testes). Dei o exame por terminado, enviei para o computador do examinador e ele riu-se. Vierza. Gratuliera! (que é como quem diz em dialecto Catorze. Parabéns!) Ele riu-se porque foi à tangente. Mas... who cares?!?! É mau fazer duas vezes o exame de código, mas pior se uma dessas vezes é em alemão.

Agora tenho que esperar por uma carta que me vai permitir ir ter aulas de condução. E logo se verá como corre e que complicações mais vão ainda aparecer...

Só uma coisa engraçada, estive a fazer as contas e... dois exames de código, na Suíça, em 2014, custam pouco mais do que me custou o exame de código, em Portugal, em 2004!!!

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