quarta-feira, 11 de julho de 2012

Toma lá que já bebes...

Os putos gostam de esticar a corda. Hoje rebentou... e eles bateram com o rabo no chão!!

Estavam aos gritos à porta da loja. Fui lá perguntar quem estava a morrer. Depois de muitas risadinhas parvas lá se acalmaram. Quando reparo que o o chão está uma nojeira. Mando-os limpar e eles começam a empurrar as culpas de uns para os outros e limpar... está quieto!

De repente aparece-me o L. de carro (ele ia a passar, mas viu-me em apuros e parou). Ele já me tinha avisado que, quando houvesse problemas, pedisse os nomes dos pais, as moradas, que tirasse fotos com o telemóvel. Pois ele considera que a maior parte dos putos da zona são uns animais que têm que ser domados.
Ele salta fora do carro e "dispara antes de perguntar": eu quero os nomes dos vossos pais e as moradas. Entra na loja em fúria. Eu vou a correr atrás dele para lhe dar um papel e caneta. E ele comenta a rir-se: eles vão ter medo de morte.

Passado uns minutos, aparece com uma folha e diz: Guarda esta folha. Se eles continuarem a fazer asneiras vamos usar mesmo estes contactos.

O L. tem uma parceria com o meu patrão, logo tem interesse que a loja siga em frente. Mas o L. também é pai e educador/professor. Logo, também quer que a casa (loja) dele seja frequentada com educação. Pois se a filha dele de dois anos, a L., é a coisa mais educada que eu já vi, a canalhada (em parte, alunos dele) também tem que ser... a bem ou a mal...

2 comentários:

teresa disse...

Ainda bem que ainda há educadores assim, Luísa. Como costumamos dizer, quando os miúdos são complicados, não o são "de geração espontânea", que o diga quem, durante tanto tempo, conhece uma diversidade de comportamentos por parte de jovens:)

Luísa disse...

Exacto, Teresa, não é de geração espontânea!
Aqui, a autoridade e o sentido de responsabilidade são coisas levadas muito a sério. Se os pais não ensinam em casa, os filhos aprendem com os de fora e os próprios pais acabam também por aprender a ser responsáveis, educados, limpos, etc e tal. Seja de que forma for...

Por exemplo, descobri há dias que quem faltar ao último dia de aulas do ano lectivo [dia sem aulas, só com actividades desportivas e/ou lúdicas] paga uma multa de 1000 francos (cerca de 800 euros - sim, os zeros estão correctos!). O último dia!!!!!

Quanto a este caso particular, o tal L. faz questão de dizer, "sou professor deles ["só" de desporto]. se eu souber que fazem asneiras eu aperto-os, nem que seja nas aulas. têm que aprender a viver como nós"

Este "nós" precisa de uma explicação: Muitos ds miúdos são filhos de imigrantes de vários países, i.e, culturas, mentalidades diferentes, mas...
A aculturação/integração, para os suíços, vai muuuito além de um passaporte. Por exemplo, eu sou estrangeira, mas muitos não me vêem como "Ausländer" (estrangeiro, de fora do país; a maior parte das vezes com conotação negativa), pois, para eles, um "Ausländer" é aquele que não se integra, que, mesmo nascido cá, faz as coisas à maneira de outros países. Como eu procuro falar o melhor que posso, procuro perceber a sociedade e cultura onde estou inserida e não faço desacatos (coisa que eles não toleram) não sou "Ausländer"! Entõ não preciso de advertências! :D