terça-feira, 18 de outubro de 2011

O vestido azul

Há para aí dois anos recebi um email que contava a história engraçada que pode ser aplicada a uma resposta que vou dar à Teresa.

Resumidamente:
A menina era pobre, filha de pais meio ignorantes e desleixados.
Mas o professor gostava dela e um dia ofereceu-lhe um vestido azul.
A mãe achou que a menina devia estar lavada para vestir tal preciosidade.
Depois os pais acharam que também tinham que estar limpos para estarem junto da filha.
Depois acharam que a casa e o jardim também deviam estar em ordem.
A seguir veio o vizinho do lado que achou que o seu jardim e casa deviam estar semelhantes aos dos pais da menina.

E, numa onda, a coisa alastrou à rua, ao bairro, à cidade e ficou tudo limpo e a brilhar.
O que não acontece com a maioria dos portugueses!!

É igual! Não adianta se fores a única! Mas o quê?!?! Não se costuma dizer que o caminho faz-se caminhando, mas que é preciso sempre um primeiro passo?!?! Se me ponho à espera que chova... nunca mais é sábado!!
Por isso é que eu me irrito com os tugas que dizem: eles limpam! não adianta reclamar, porque não faz efeito! e por aí fora.

O eles limpam é uma porra, porque se eles não tiverem tanto para limpar podem fazer outras coisas ou pelo menos limpar ainda melhor... e o reclamar não adianta?!?! Para mim sim, pelo menos não fico empachada com a raiva que certas situações me despertam.

E para quem não me conhece: sempre fui assim, não foi depois que vim morar para a Suíça. Faço esta nota porque muitas vezes oiço, de quem me conhece há muito, vens da Suíça e já pensas que és gente! Não é uma questão de ser gente, mas de ser minimamente civilizada e não fazer aos outros o que nós não perdoamos que nos façam a nós.
Até posso dar um exemplo que se relaciona directamente com o comentário da Teresa. Morava numa zona dita de pedigree. Ali para o Bairro de São Miguel era só tias com jóias enormes e cães minúsculos. A rua era um nojo! Caminhar ali era como se fosse uma jincana. E o cheiro... casa-de-banho de festival de Verão!! Um dia passei por uma velha e chamei-lhe porca. Ela limpou o rabinho do bichinho com uma folha de árvore e deixou tudo no meio da caminho. Quê?!? Ela queria que eu ficasse indiferente?!?! Naaaaaaa!!!!!!!!

2 comentários:

teresa disse...

Eu também me preocupo com o bem estar dos outros e, como tal, atirar com sujidade para a rua é como que desrespeitá-los (sem precisar de normas para pensar deste modo, como afirma a Luísa). No entanto, se houver países - e sei que isto faz efeito - com vigilância e prestes a penalizar a sério quem suja, pois essas medidas serão bem-vindas, embora o ideal fosse a consciência cívica de cada um, mas já que mundos ideais não existem, que sejam castigados os «chicos espertos»:)

Luísa disse...

É isso mesmo, Teresa, se não vai a bem vai a mal!!
O problema é que me POrtugal muitas vezes paga o justo pelo pecador. E também é frustante estar a fazer tudo certinho e depois ainda termos que pagar...

Em Portugal as regras deviam ser mais rígidas, cumpridas e quando tal não acontecesse... sanção forte para cima. Um exemplo de uma lei que existe, mas não é cumprida, tem a ver com as "prendas" dos cães na rua. Se a polícia desse nas orelhas do pessoal... começava a haver gente mais cuidadosa. E em extremo: uma taxa para os donos dos cães para uso da via pública (aqui existe para as pessoas!!!). Esse dinheiro poderia muito bem ser usado na limpeza dos passeios, na criação de pontos de distribuição de sacos e de recolha dos mesmos com as ditas prendas.

Mas isso... já seria outro inferno... :s