segunda-feira, 10 de outubro de 2016

a verdadeira essência

Numa das companhias aéreas com que a minha empresa trabalha há um nível de passageiro que é como la créme de la créme de la créme da la créme com essência de baunilha e ainda com uma cereja em cima. Os senhores são levados quase ao colo para o lounge, depois voltam a ser levados quase às cavalitas para a porta de embarque. E depois quase lambem o chão até ao lugar onde se vai sentar a pessoa... Sempre achei que era maricada a mais, mas nunca me manifestei. Hoje caiu-me um passageiro destes no colo. Não falava mais nada do que chinês. E se em vez de gastarem 10000 francos (sim, tantos zeros) num bilhete, resolvessem fazer um curso de inglês?!?! Mas pronto...

Levei a mulher ao lounge. Sempre a sorrir e a fazer sinais, pois mais do que isso seria desperdício de energia. Depois de lhe indicar o canto onde se devia sentar, mostra-me o telemóvel. Lá fui buscar uma palavra-passe para o wifi. Mas e ela que não sabia meter os códigos!... mete-me o telefone na mão e eu que me amanhe. Lindo... e onde é que se descobre o OK em chinês?!?! Carrega para a frente, carrega para trás, apaga, desmancha e finalmente encontro o teclado com alfabeto inteligível... coloco os códigos e volta a carregar e a descarregar e... finalmente aquela porra estava conectada...
Voltei ao meu posto, para daí a uma hora ou assim a ir buscar para levar à porta. Mas como a minha pessoa tem estado mais tempo nas catacumbas do que nas portas, não sei calcular o tempo com precisão. Cheguei mais cedo à porta. Acreditam que levei um raspanete?!? Se chegasse tarde, ainda percebia, pois chegar tarde implica atrasar o embarque dos outros. Mas chegar antes?!?!
Depois veio o chefão da companhia aérea. Não veio de propósito, estava por perto e resolveu aproximar-se. Foi cumprimentar a mulher. Mas... ela ligou-lhe tanto como eu ligo a um calhau no fundo do mar... E na na hora de embarcar acabou por ser a levá-la ao lugar.
A parte deliciosa da coisa? Assim a verdadeira cereja no topo do bolo... a mulher fartou-se de fazer sinais de agradecimento à minha pessoa e ignorou por completo a minha colega que se tinha fartdado de tentar dar graxa à senhora.
É... um sorriso franco vale mais do que mil palavras, do que qualquer pontualidade suíça ou qualquer tratamento especial. E sorrir com franqueza... sorry! nem todos têm a capacidade de fazer...

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