quarta-feira, 22 de maio de 2013

A gestão da doença e a doença da gestão

Contam-se pelos dedos de uma mão (e sobra!) o número de vezes que eu fiquei doente, ou fui para casa mais cedo por estar doente, ao longo de 16 anos de trabalho. Apesar de tudo, tenho tido sorte com a saúde.
O aeroporto, foi o sítio onde trabalhei com mais gente ao mesmo tempo. Parecia que todas a semanas havia uma cara nova. Não sei, mas para a minha empresa deveria haver pelo menos 100 empregados de limpeza (sem falar nas limpezas espciais, que normalmente eram feitas durante a semana, logo, eu não conhecia as pessoas e, claro, sem falar nas outras empresas de limpeza). Nesse mar de gente, chegávamos a ter semanas seguidas sem uma única baixa por doença.

Agora no sítio onde trabalho... somos entre as 50 e a 60 pessoas (disse a chefe em funções no dia em que fui experimentar o trabalho, eu não acredito que seja tanta gente, mas vamos fingir que é mesmo). TODAS as semanas está pelo menos uma pessoa doente. Há duas semanas telefonaram-me para eu ir trabalhar em dois dias que estava livre. Num eu nem respondi, já tinha compromisso e quando ouvi o recado era tarde para responder.
A semana passada, na escala de serviço estavam vários K, que é o sinal para krank ou Krankheit (doente ou doença). Ontem, estava eu tão bem a dormir, telefona-me o choninhas do meu chefe a pedir para eu ir trabalhar. Eu disse que não. Tinha um compromisso de ir ajudar uma senhora que anda a recuperar de um acidente. Se eles se organizassem, tinham-me mais vezes na escala e eu combinava as coisas de outra forma com a senhora. Não é à última da hora que eu vou mudar os meus planos. A senhora não se teria importado, mas eles têm que aprender. Se fazemos tudo o que eles querem, qualquer dia não somos donos da nossa vida!!

Mas o mais incrível mesmo é uma empresa como aquela ter sempre alguém doente. Será que é alguma bactéria por por lá anda? Será exaustão (que aquilo aproxima-se do trabalho de escravo)? Ou será simplesmente o vírus da preguicite aguda?!?

Não sei! Não acho normal uma filial ter sempre tanta gente doente, de forma continuada. E não acho normal que eles não façam nada contra isso, por um lado, através de um controlo rigoroso da situação (é que se eles não arranjam substituto,a equipa tem que trabalhar com menos um elemento, doa a quem doer), por outro, o aumento do número de empregados para haver sempre mais disponibilidade de substitutos e para todos se sentirem mais folgados, menos doentes e até menos infectados pela preguiça...

Ou serei eu que acho que gestão de recursos humanos não é a coisa mais complicada do mundo?!?!

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