Na terça passada falava-se, durante a pausa do trabalho, sobre o facto de eu escrever um blog, de falar dos meus colegas e eles, apesar de saberem o endereço o blog, não conseguirem saber se eu falo mal deles ou não.
A G. disse Oh! Se ela não estiver contente vai embora. Não é?!? Nesse seguimento demos connosco a falar em eu poder vir a dar aulas ou não. E é quando o O. intervém e se ouve: Dar aulas é bem mais fácil que trabalhar aqui. Não é?
Eu ri-me e disse que não. É que depois da estufa tomo um banho, passo um gel nas pernas para as dores e está acabado. Um professor já não é bem assim. Tem sempre os trabalhos de casa e enfrentar a criançada, sejam os alunos crianças pequenas mesmo, sejam adultos patetas. Para isso dei o exemplo de uma colega que faz tranças na aula. E não ousei dar um exemplo mais grave de estudantes universitárias que pintam as unhas durante a aula. Não o dei porque tive vergonha de dizer que isso se passou numa aula de literatura de portuguesa, numa faculdade de letras, em Lisboa, com alunas de quarto ano. É que mesmo não sendo eu... dá para ficarmos corados.
No entanto, hoje, no meu último dia de aulas, descobri que é coisa generalizada.
Tinha lá uma ave rara que não parava um segundo para pensar antes de dizer alguma coisa. Lia o que não estava escrito, metia verbos em lugar de preposições, três palavras no lugar de uma... Um semestre inteiro a aturar isto deixa qualquer um desgastado. Mas hoje superou-se! A meio da primeira parte da aula apanhei com um cheiro a verniz. No início pensei que estava louca. Mas quando olhei para o lado... vi que não estava louca, confirmei que o O. está completamente enganado e que até gente com idade para ser minha mãe consegue ser tão parva como uma adolescente.
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