sábado, 25 de janeiro de 2014

touch the screen*

Na semana passada faltou a luz. O computador desligou-se logo. Durante duas horas convivi com a minha família. Parecem ser boas pessoas.

Será paranóia minha? Ou as pessoas estão cada vez mais afastadas? Mas ao mesmo tempo criam touchscreens para se ter tudo à distância de um dedo. Agora são os carros que falam para ocupar os silêncios desconfortáveis entre duas pessoas em viagem. Ou lêem emails como se fossem certas máquinas de tradução online.
Há uns anos vi uma coisa vinda de longe que se ligava ao computador e simulava beijos. Chinesices sinistras ou é só de mim?!?!

Um abraço. Um beijo com carinho ou com desejo puro ou quase a raiar no obsceno. Uma gargalhada solta, descomprometida por causa de uma careta, de um momento caricato. Uma carícia. Um desejo-te. Um odeio-te (mas com valor de amo-te muito). Um deixa-me em paz. Um amo-te. Inventem as tecnologias todas que quiserem, mas nada pode substituir isto feito à moda antiga.

Podemos carregar no telemóvel, no gps do carro. Podemos comandar a televisão com gestos. O telemóvel com vozes. Mas... nunca vamos encontrar calor nessas acções. Ao contrário da raposa e do Pequeno Princípe, as pessoas estão a desfazer laços, a sentarem-se cada vez mais afastadas.

Assim, pleeeeease, façam um bem a vocês e à sociedade e ao futuro: deixem de sonhar em adquirir o Kitt e abracem, beijem, sorriam, discutam, amem, tudo ao vivo e a cores, mas acima de tudo, em directo.

*era o que uma máquina de jogo me dizia quando eu gastava o dinheiro do almoço nela!

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