segunda-feira, 1 de junho de 2015

Ajudas, ajudas...

Isto de ajudar tem muito que se lhe diga. Ah porque o actor X ou o jogador de futebol Y tem muito dinheiro. Eles é que deviam ajudar. Tem o seu quê de verdade. Mas quantos ajudam sem precisarem de publicidade?!? Quantas vezes se descobre que A ou B ajudaram pessoas que necessitavam porque alguém não conseguiu guardar segredo?!??

Depois é África, Ásia ou América Latina.
Durante anos sonhei ir para África ajudar. Cheguei a estudar algumas organizações, mas depois percebi que afinal não estava talhada para isso. Apesar de não ter sido educada no luxo, não me imagino a viver sem água corrente, sem luz e, pior que tudo, no meio de bicharada. As minhas freiras têm também programas de voluntariado, mas nem pelas minhas pinguinas eu consegui aventurar-me.

No entanto posso dizer que fiquei completamente estupefacta, surpreendida, estarrecida, seja lá que palavra queiram aplicar quando vi algumas notícias sobre o Nepal. Um português que tinha ido para lá como voluntário queria regressar a Portugal e estava aborrecido com a embaixada espanhola porque não o levou no avião. Então... se os espanhóis não sabiam de nada... iam fazer o quê?!?
Mas o que e choca não é isso... no momento em que ouvi a notícia formou-se uma pergunta na minha cabeça: no momento em que mais se precisava de voluntários, o voluntário resolveu fugir?!?!  Ah é bonito para o currículo, mas de facto... a coisa dói.
Podem argumentar que ele era voluntário na área de ensino,  as eu contra-argumento já... em momento de crise qualquer um consegue limpar feridas, acartar água, transportar tijolos. Não é preciso ser especialista para aplicar pensos rápidos ou dar palavras de apoio. Ou é?!?!
E um argumento bem mais forte veio de outra notícia. Dois portugueses que andavam a passear pelos orientes foram apanhados pelo caos. Em vez de seguirem viagem ou voltar para a segurança do lar, ficaram. Os loucos, como uma voluntária carinhosamente lhes chamou, não eram voluntários de nada, mas tornaram-se em duas fortes ajudas com cabeça, braços e dinheiro (palavras de um deles).

É!!! Ajudar, ajudar, mas é só se for fixe. Porque se fizer calos... foge-se. Vale mais não sair do conforto do lar e ajudar de verdade, sem nos tornarmos em ratos no primeiro momento. Recolha de alimentos, juntar tampinhas, fazer donativos, dar roupa aos pobres, levar as compras a vizinha... há tantas formas de ajudar... e se num dia não conseguirmos ajudar também não nos tornamos ridículos como o tal indignado...

(Estou entedeada no autocarro a caminho da santa terrinha... dá para pensar em tudo. :p )

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