segunda-feira, 16 de junho de 2014

Bremsbereitschaft

A porra da palavra nem tradução tem. Procurei em português e em inglês e desisti... Podemos dividir a palavra (coisa tão típica do alemão!) e percebe-se qualquer coisa...
bremsen é travar, bereischaft é prontidão. Resumidamente (ou então não) esta palavra quer dizer preparado para travar.
Quando é que se aplica na condução? Para mim, SEMPRE. Para a minha instrutora, só quando se chega a um cruzamento. Como se aplica? Para mim, mantendo velocidade adequada à situação (isso pode implicar arrancar o pé do acelerador, dependendo da velociadade a que vá ou o contexto em que me encontro), estando muito atenta ao meio que me rodeia e não enrolar os pés. Para a minha instrutora? Simples: junto a um cruzamento, coloca-se o pé esquerdo junto da embraiagem (eu pergunto-me para onde é que o pé esquerdo pode ir a não ser junto à embraiagem...) e o pé direito deixa de estar em cima do acelerador para estar encostado ao travão. Oh pá... eu não sei bem como é com as outras pessoas, mas se eu venho em segunda, a 15km/hora e tiro o pé do acelerador (eu ia numa zona de 30 [aqui há também zonas de 20]), o meu carro simplesmente não anda. Pronto.... numa descida... até o posso pôr em marcha atrás... carrego na embraiagem e  funciona na mesma. Mas... num cruzamento a subir?!? Como é que eu posso fazer isso? Ou até num cruzamento plano.... as estradas suíças têm o asfalto completamente irregular... o mais provável é ficarmos empancados no meio do cruzamento e... nem para a frente nem para trás...
E eu no fim da aula virei-me para ela e disse-lhe que era impossível, que eu não conhecia ninguém que fizesse isso permanentemente. E ela insistiu que sim. Eu passei-me e disse-lhe: também sou professora. Sou mulher de usar calão, palavrões e abreviaturas e no meu estágio nunca usei nenhum termo que se enquadre nisso. Porque eu como professora tinha que ter cuidado. Agora uma pessoa que conduz normalmente, sem ser professor... não faz essas paneleirices... (esta parte eu não disse!)

Mas o stress vai muito além disso. Passa o tempo a mandar-me acelerar. Em zonas de 50km em que não vem ninguém atrás de mim e onde eu não me sinto confiante porque não conheço as estradas minúsculas, eu dou os 40 e ela passa a vida a dizer que eu vou devagar. Mas nós não devemos adequar a velocidade à situação?!?! Se a situação é de desconhecimento total do caminho (e não há trânsito a ser prejudicado por mim) não faço bem em ir mais devagar?!??! Hoje passei-me e disse-lhe eu já dei os 170km (por acaso foi só 160) e não tenho problema com a velocidade (só quem conhece as autoestradas francesas sabe do que estou a falar!). Simplesmente não me sinto confiante com as estradas. Convenhamos... eu acho os passeios mais práticos para os peões nesta terra, mas para a condução... uma merda!!! Pois eles são de alcatrão, tal e qual as estradas, e em certas situações já não se sabe se é passeio se é estrada...

Mas o que eu realmente adoooooro é virar. à Esquerda, à direita.. dá tudo no mesmo. Então como é que se faz quando se quer virar à direita? Os passos para tal:
olha-se em frente (não sei como é com as outras pessoas... mas eu costumo olhar em frente quando levo um carro nas mãos)
olha-se para o espelho interior
olha-se em frente
olha-se para o espelho lateral
olha-se em frente
olha-se para trás
olha-se em frente
faz-se o pisca (e já vamos nós quase em cima do cruzamento, quando se faz sinal)
começa-se a chegar à direita
olha-se para trás
reduz-se de quarta para segunda
vira-se à direita FINALMENTE!

Eu com tanto olha para a frente e para trás fico mal-disposta, baralhada, nervosa e com raiva. Por que raio não posso eu mudar de quarta para terceira?!?! Assim controla-se muito melhor o carro.

Mas hoje eu aprendi ainda mais uma coisa bonita sobre virar à esquerda e à direita e/ou seguir em frente.
Estamos numa faixa marcada para ir para a direita? Se tivermos que parar por alguma coisa, paramos à esquerda.
Estamos numa faixa de seguir em frente? Se tivermos que parar por alguma coisa, paramos à esquerda.
Estamos numa faixa de seguir em frente? Se tivermos que parar por alguma coisa, paramos à esquerda.
Numa faixa de virar à esquerda e seguir em frente? Paramos à esquerda.
Seguir em frente e virar à direita? Paramos... à esquerda...

Hoje fiquei a perceber por que raio ela há tempos me disse a seguinte pérola: se fores a entrar na rotunda com a intenção de sair na última saída, não podes ligar o pisca da esquerda. É que as pessoas ficam a pensar que vais para a direita. Eu fiquei vesga dos ouvidos com esta conversa. Não se liga o pisca, ok. Agora que não me diga que não se liga que é para os outros não pensarem nestas coisas...

Mas hoje... fiquei vesga do cérebro mesmo... queremos ir para a direita e encostamos à esquerda?!??! What the...?!?!?

Um post confuso?!?! É como o meu cérebro se sente...

2 comentários:

Bruno disse...

É realmente de ficar com um nó no cérebro. o que me vale é que eu tirei a carta em Portugal, senão não sei como seria... só te posso desejar boa sorte e muita paciência!

Luísa disse...

Imagina então comigo... há 10anos aprendi a conduzir como gente... agora tenho que desaprender para poder passar na porra do exame!! Mas lá está... eu sou das pessoas mais azarentas deste mundo. Toda a gente pode pagar 40 francos e trocar a carta e eu... incluído os exames de código (chumbei no primeiro), já vou acima dos 500 francos. E ainda faltam sei lá quantas aulas e o exame e depois os cursos posteriores.

Mesmo com histórias para contar (hoje arranjei mais cinco, até anotei num papel)... a coisa já deixou de ter piada há buééééé! :(