quarta-feira, 18 de junho de 2014

oh amigo vai dar uma volta ainda maior...

Verkehrskunde... outra dor de cabeça! Não tem tradução e não se recomenda a divisão de palavra. Pois Verkehr é trânsito e Kunde é cliente e, não, não tem nada a ver com clientes de beira de estrada!

São umas aulas teóricas (aleluia! teoria explicada por um professor!) que se tem depois de se fazer a prova teórica, mas antes da prova prática. Tinha perguntado ao A., um colega da gelataria, para que servia o curso e ele respondeu: Para dormir. Não se aprende nada. Eu estava ligeiramente preocupada se tinha que fazer alguma coisa escrita, mas não... ouvir, responder a umas perguntas de vez em quando (se se quiser) e já está.
Fui na Segunda e não aprendi nada de jeito, mas o professor até fazia umas piadolas engraçadas e então não me chateei  muito. Mas ontem... sai-me outro instrutor (filho do dono da escola ui que importante!) e falava um dialecto ranhoso e só dizia merda atrás de merda... Eu até tirei notas, porque tinha medo de me esquecer das tantas pérolas ditas em menos de duas horas...

Cenário 1: rua relativamente estreita, mas com espaço suficiente para dois carros se cruzarem sem stress. Um carro parado em segunda fila (nota aqui não é obrigatório ligar os quatro piscas para se para em segunda fila). A pergunta do professor: Por vezes, com o reflexo da luz do Sol, não vemos se o carro tem gente. Assim, como é que se sabe que o carro tem gente? Pelas luzes. Pelo motor a trabalhar. Foram as respostas que ouvi e entendi e que o professor aceita como correctas.
Quê?!?!? Eu não posso deixar o carro com as luzes acesas e levar uma criança dentro do infantário?!? E o ponto morto serve para quê? Não deixa o carro a trabalhar sem ser necessário estar alguém lá dentro?!?!? E ao contrário? Não posso estar dentro do carro com as luzes apagadas e o motor desligado, para não fazer poluição enquanto espero por alguém?!!?

Cenário 2:
Eu estou na perspectiva do condutor. Tenho uma passadeira à frente e marcação de cedência de passagem no chão. Consigo ver um semáforo parcialmente. Sei que está verde para a direita (é um semáforo de setas), mas não sei se posso ir para a esquerda, pois o espelho retrovisor não me deixa ver mais nada. A pergunta dele: Pode um peão passar nesta situação? Eu respondi-lhe que não sabia por já tinha visto semáforos que não permitem ir para a esquerda e em frente ao mesmo tempo que os peões passam, mas que para a direita sim. Com não vejo tudo... não sei se dá ou não. A resposta dele é que a informação que estava na foto era suficiente. Então que a regra era assim: Se vamos em frente o peão não pode passar ao mesmo tempo, mas se vamos para a direita pode acontecer que se faça em simultâneo.
Alguém percebe a contradição do homem ou sou eu que estou a ter visões?!?!?

Cenário 3: uma rua de bairro com uma intersecção à nossa direita. Muitos carros estacionados dos dois lados, só se percebe que é uma rua à nossa direita porque há uma placa com o nome daquela pendurada numa parede de um prédio. A pergunta do professor, como é que eu sei que aqui é prioridade da direita? Eu olhei, olhei, olhei e não via nada. Cheguei a pensar que estava tolinha, mas achava não havia nada indicativo de prioridade naquela foto. Ele explicou que para se saber se há prioridade temos que observar as placas (à excepção do nome da tal rua, não havia nenhuma) e a marcação no chão (que por causa dos carros estacionados, não era possível confirmar a existência ou até inexistência). Hã?!?!?! Se a foto não tem os elementos como é que ele pergunta e afirma que se podem ver os ditos cujos?!?!?

Mas o que eu mais gostei mesmo foi o "Cenário 4". Quando ele disse que não era possível fazer cruzamento de carros num certo sítio à saída da cidade. Conheço aquela estrada porque era o meu caminho para o trabalho. Duas vezes por dia, cinco a seis dias por semana, durante quase três anos... eu vi de tudo. Até trânsito desviado por causa da mudança do asfalto, mas os autocarros continuaram a ir por ali. É uma estrada bastante a pique, cheia de curvas. Não é a mais comprida nestas condições, mas deve ser das mais complicadas da região. Eu passei lá na minha primeira aula, não é fácil quando não se conhece o carro e se tem uma croma ao lado a fazer comentários parvos. Mas eu desci aquilo em terceira, mudando para segunda num cotovelo bem apertado. Mas mesmo sem falar dessa minha experiência, eu vi autocarros a cruzarem-se naquelas curvas. Assim... como que raio ele vai dizer que não é possível fazer o cruzamento?!?! Se ele resolvesse ir à aldeia da Pena iria requisitar um helicóptero, pois iria dizer que aquelas ruas não deixam um carro cruzar com outro.... ele iria dizer que um carro não pode descer aquela estrada...

E é isto que eu tenho que aturar... ooooooooooh! vou dar em maluca mesmo!

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