domingo, 1 de maio de 2011

Gewohnheit

Nunca percebi muito bem porquê, mas... lá na estufa, de vez em quando chamam-me Isabel. Há lá duas, mas... nenhuma tem nada em comum comigo. Somos diferentes em todos os sentidos. Só que... lá vem um e troca-me o nome. Eu detesto, odeio mesmo. Se tenho um nome tão bonito (com respeito para todas as Isabeis do mundo, que também é um nome bonito), por que raio me trocam a coisa?!?! Mas rio-me, não tenho que fazer uma cena por coisa tão pequena.

Ontem foi o dia do M. se trocar todo. Vinha dar-me um recado e uma colega começou a falar com ele. Enquanto lhe ia respondendo, ele chamou "Isabel". Eu sabia que era para mim, mas fingi que não ouvi. Ele repetiu e eu olhei para ele com cara de Oh Não! Tu também?!?. O rapaz torceu a cara como que a pedir desculpas e tocou-me com a mão num braço para reforçar esse pedido de desculpas. Eu ri-me e lá lhe respondi ao recado que ele deu.

Mas numa fracção de segundos apercebi-me do quanto eu suíça me tornei.
Já por aqui disse que não sou de andar agarrada às pessoas, mas também não sou (ou era?!) alérgica ao contacto humano. Desde que haja um certo respeito por uma linha invisível que existe à minha volta... estamos bem! E o M. não desrespeitou essa linha.

Se fosse há três anos a coisa passava-me totalmente despercebida. Mas ontem... a minha vontade foi afastar o meu braço de forma abrupta. Porquê?!? Nada de especial. Eu cá acho que ele não tem nenhuma doença estranha, mas eu deixei-me contagiar pelo estilo suíço. É tudo muito afastado... quanto menos contacto físico melhor (sim, há excepções!).

É uma questão de Gewohnheit (hábito). Parece que estou a perder os portugueses e a ganhar os suíços. Como o moço não é suíço, nem alemão... ele é bávaro... acho que é uma raça que se assemelha mais aos portugueses do que aos seu vizinhos germanófilos... a coisa foi mesmo estranha!

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