quarta-feira, 7 de julho de 2010
Vou p'a jaulas...
Há um miúdo na estufa que é filho de italianos. Ontem dizia-me que não sabe falar, mas que até entende algumas coisas de português. Disse que sabia dizer: "como estás?". Brinquei com ele e disse-lhe que isso não valia, pois toda a gente sabe dizer issso e que se ele é falante de italiano e namorou com uma portuguesa tinha obrigação de saber mais.
Mais tarde lembrei-me que lhe podia ter perguntado de onde era a ex (simples curiosidade). Mas passado uma meia hora tive a resposta sem fazer a pergunta. Ele aproxima-se de mim e diz:
- Eu sei mais uma palavra em português: caja.
E eu fiquei a olhar para ele. - Caja?!?! (Seria gaja? É que o /g/, em alemão, tem muitas vezes o som de /c/.)
E ele diz-me em alemão:
- Haus!?
E eu:
- Aaaaah! É casa -corrigi eu- tal como em italiano.
Pronto... não sei exactamente de onde é a ex do S., mas sei que pertence a Trás-os-Montes. E ele nem sabe o quanto me deliciou com esta pequena "anedota linguística".
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2 comentários:
Neste caso tratava-se de um miúdo e de um caso de pronúncia, mas trabalhei com italianos durante os únicos tempos da minha vida em que deixei de dar aulas e, mostrando a visão «do outro lado», o que os divertia a valer era o nosso tão português sufixo «inho» por tudo e por nada ... eles nem queriam acreditar!... até no 'adeusinho' e no 'obrigadinho' (comentários dos italianos). O post da Luísa deu-me a ideia de um dia de maior inspiração ainda escrever sobre isso);)
Há quem diga que falar do tempo é uma boa forma de quebrar o gelo. Mas só para falantes da mesma língua. Porque se forem duas pessoas de línguas maternas diferentes... falar das diferenças linguísticas pode ser a coisa mais interessante e enriquecedora que existe, ao mesmo tempo que quebra o gelo e aproxima as pessoas. Pelo menos é o que vejo na minha vida. Quando eu digo uma barbaridade em alemão, porque simplesmente foi traduzido à letra do português... lá tenho que me explicar melhor e explicar o porquê da burrice. E se tivermos todos tempo... eu e o(s) meu(s) interlocutor(es) temos pano para mangas...
Mas essa "mania" dos diminutivos também é comum por aqui. Só não é o "-inho" é "-li", porque até o meu nome tem direito a isso: Luisli. Fica lindo, não? :s :)
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